Sexta-feira, 10 de julho de 2020 - 15h19
Em meados de janeiro de 1983, o governador Jorge Teixeira,
juntamente com vários ministros foram convocados pelo presidente Figueiredo
para uma reunião no Palácio da Alvorada; pauta da reunião um tema polêmico:
DIVISÃO GEOGRÁFICA DA AMAZÔNIA, para melhorar e modernizar o desenvolvimento da
região.
Entre as várias sugestões apresentadas a do Teixeirão foi a
mais polêmica, devido ao seu grande conhecimento da Amazônia, especialmente o
Amazonas, ele sugeriu que o Amazonas fosse dividido ao meio, sendo que ficaria
assim; o Amazonas continuaria com a sua capital em Manaus e o Amazonas do Norte
que teria a sua capital em Maués, ou outro município estrategicamente
localizado. Na sua opinião seria a mais sensata e realista das soluções em sua
justificativa ele disse: - O Estado do Amazonas, devido ao seu descomunal
tamanho, fica praticamente impossível de governa-lo de Manaus, e transformado
em dois Estados, permitiria um desenvolvimento melhor e com investimentos
substanciais em saúde, educação e industrial.
Tomando a palavra o ministro do Interior Mario Andreazza,
disse que também fossem criados mais dois Estados em Goiás e no Pará. Na
opinião de Andreazza, seria o grande marco e enorme arrancada para o slogan do
Governo Federal: INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR.
Quando a pauta da reunião foi divulgada com grandes
manchetes pela imprensa nacional, teve repercussão imediata em todo o País
especialmente na região Norte, em particular no Amazonas.
Usando da tribuna na Câmara Federal, o deputado pelo PMDB José Mario Frota, se mostrou bastante
indignado com a “indecente e indecorosa” proposta feita pelo Teixeirão e
dizendo ser porta voz do povo amazonense, declarou o governador de Rondônia
Jorge Teixeira de Oliveira, ‘’PERSONA NON GRATA”, no Amazonas.
Também em Manaus o grande líder de oposição, também do
PMDB, Fábio Lucena, na época vereador e de grande e excelente oratória - dizem
que tinha tomado uns tragos – usando a tribuna da Câmara dos Vereadores de
Manaus, desancou o Teixeirão, chamou-o de ingrato, traidor e outros adjetivos
mais inapropriados. Foi aplaudido de pé, pela grande plateia que estava em
plenário.
Em resposta aos inflamados pronunciamentos, Teixeirão, que
estava no interior, mais precisamente em Ji Paraná, fez um pronunciamento muito
irritado. Ele disse: Estes políticos de M....., querem é fazer média com o
povo. Isto seria uma experiência altamente positiva e disse que já havia um
estudo elaborado pelo Ministério do Interior, mostrando que traria um grande
desenvolvimento tanto social quanto econômico e político para a Região. Seria
melhor administrado, já que devido a enormes distâncias, governadores e
políticos só iam a longínquas regiões do Estado, quando estavam em campanha e
depois desapareciam”
O Amazonas não foi cortado ao meio e as coisas continuam
como dantes, Governadores e políticos só vão a determinadas áreas do Amazonas,
quando acontece grandes desastres, para aparecerem na Mídia, ou em campanha.
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