Segunda-feira, 30 de maio de 2022 - 12h43
O entrevistado da Academia
Rondoniense de Letras, Ciências e Artes-ARL, desta semana, é o acadêmico Aleks
Palitot, ocupante da cadeira nº 09 cujo patrono é o padre Victor Ugo. Aleks é
professor/mestre, historiador, escritor, apresentador de programas de TV e
rádio, e um dos mais festejados e atuantes vereadores de Porto Velho, haja vista
a enorme quantidade de votos recebidos, em três campanhas políticas, sendo duas
para a Câmara de Vereadores de Porto Velho e uma para a Assembleia Legislativa.
1. ARL – Trace em
breves linhas a trajetória de sucesso de Aleksander Allen Nina Palitot,
inclusive dizendo qual a origem de seu nome, já que o município de Porto Velho
é um dos mais cosmopolitas do Brasil.
AP - O nome Aleksander Allen Nina Palitot, o sobrenome Nina é um
sobrenome português. Meu bisavô nasceu na Ilha da Madeira, em terras
portuguesas, no Oceano Atlântico e o meu avô Crisóstomo Nina veio para cá para
essa região da Amazônia muito novo, para a região de Humaitá que tinha sido ali
fundada pelo outro português Comendador Monteiro na época do 1º Ciclo da
Borracha. O Palitot é de origem Francesa e italiana por parte do meu pai que é
originário da Paraíba. Minha mãe do Amazonas e aí a gente sabe que a família Palitot
ocupou ali a região do Pernambuco, Maranhão e Paraíba, período da colonização
do século 18 e aí os descendentes vivem principalmente na região Nordeste do
Brasil. Sobre minha trajetória, eu sempre fui um apaixonado pela história,
sempre me identifiquei com essa disciplina na sala de aula, com os professores.
Tive grandes professores na minha vida que acabaram de certa forma influenciando
e me inspirando para que eu pudesse seguir a Licenciatura e Bacharelado em
História. Sou formado pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR), com pós-graduação,
mestrado e MBA na área. Sempre fui envolvido com organizações institucionais e
membro ativo da Ordem DeMolay uma entidade paramaçônica do qual ocupei cargos
relevantes na sociedade. Hoje integro a Maçonaria, A Grande Loja Maçônica do
Estado de Rondônia, como membro na loja Estrela Renascente Número 2, loja esta
fundada pelo Ex-Governador Jorge Teixeira. Lecionei em escolas públicas e escolas
particulares também atuei em cursinhos preparatórios para Enem e para concursos
públicos, além de lecionar também para o nível superior para os cursos de
pedagogia administração e agora direito. Já ministrei aulas em cursos de
pós-graduação aqui em Rondônia tanto no interior do Estado como aqui na capital.
Posteriormente resolvi iniciar um projeto na época inovador, o programa Trilhando
a História. Comecei na TV Allamanda e fui para Rede TV, hoje me encontro na
Record e na Amazon Sat. É um programa que completou 15 anos e surgiu dentro de
sala de aula, nas minhas atividades pedagógicas com os alunos até que recebi
uma proposta para levar ele para televisão e nós estamos 15 anos lá. Depois
iniciamos o projeto Café com História com 15 colegas professores de história
tentando reunir alunos para debater assuntos envolvendo a história e literatura
da história em 2015. Esse projeto literário era feito em sistema de aulas e
palestras. Acabou também se transformando no programa de rádio que vai
completar 3 anos agora na Rádio Parecis 98 FM, o momento que vivo hoje,
atualmente, meu segundo mandato como vereador, houve um desejo uma vontade de
ajudar a cidade que eu nasci, a cidade que eu amo que é Porto Velho e
principalmente na preservação do patrimônio histórico e aí resolvi me
candidatar a vereador. Nunca havia participado de nenhuma eleição, nem de
nenhuma agremiação política. Em 2016 mesmo sem recurso, sem muita expectativa,
mas com muita vontade de fazer a diferença. Tive 4.039 votos para a maior
votação até hoje de Porto Velho. Uma eleição para vereador em que fui o
primeiro colocado e hoje me encontro no segundo mandato de vereador. Estou em
meu terceiro livro publicado, Rondônia Uma História, Porto Velho Pequena
História e História de Rondônia para Concursos.
2. ARL –Quais mestrados
já cursou e quais programas de TV e rádio você já apresentou (ou apresenta), ao
longo da sua vida de Professor de História?
AP – Como já explicitei anteriormente sou formado em História
Licenciatura e Bacharelado, tenho mestrado em história pela Competência de
Madrid, também tenho mestrado em desenvolvimento Regional e Meio Ambiente pela
Universidade Federal de Rondônia, Pós-Graduação em Educação pela Faro,
Pós-Graduação em Metodologia do Ensino Superior pela Fundação Getúlio Vargas.
Um MBA em administração pela Fundação Getúlio Vargas e apresento programa
Trilhando a História, que já existe há 15 anos, além do programa de rádio Café
com História na 98 FM.
3. ARL – A sua mãe,
durante anos, teve e ainda tem uma importante atuação social no bairro do
Areal, onde ela foi professora e diretora de vários colégios. Qual a
importância da sua mãe na sua vida política?
AP - Maria Helena Nina, Pedagoga, também tem formação em história, Pós-Graduação.
Foi diretora de Várias escolas do município de Porto Velho como Escola Barão do
Solimões, Escola Getúlio Vargas, Escola John Kennedy, mas aonde o tempo
realmente favoreceu a sua permanência de forma duradoura e onde ela pôde
realizar um grande trabalho foi na Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre
Chiquinho, no bairro Areal, onde permaneceu por mais de 20 anos e prestou
relevantes serviços à comunidade da região. Ela já foi por três vezes
presidente da Associação do Bairro Areal. E lá, durante 13 anos, manteve antes
da pandemia em cursinho pré-vestibular gratuito para alunos de Porto Velho que
não tinha condições de pagar. Então ela já colocou muita gente na universidade
e o papel dela foi de grande incentivo quando eu decidi me candidatar, ela que
sempre apoiou outras figuras públicas e políticas teve a oportunidade de agora tá
apoiando o seu filho, o que para ela é motivo de muito orgulho.
4. ARL – Você é considerado
o vereador mais atuante da cidade, com inúmeros trabalhos sociais, além de ser
o maior defensor do nosso patrimônio histórico cultural. De onde vem tanta
disposição para o trabalho?
AP - Vem do desejo de fazer com que as pessoas em Rondônia, Porto
Velho, possam ter esse sentimento de pertencimento, de Amor à sua terra, suas
raízes, de orgulho do lugar em que vivem. A disposição vem da Inspiração dos
Pioneiros que aqui chegaram e construíram esse grande Estado, dos povos
indígenas que são os primeiros habitantes desse território, da Amazônia, dos
Quilombolas que são representantes da grande resistência no Vale do Guaporé.
Então me inspiro muito nesses personagens que têm valores culturais e histórias
que motivam a gente a continuar a defender esta pauta na política.
5. ARL –Você é
considerado um político honesto. No geral, por que é difícil ser político sem
ser corrupto? O brasileiro tem dificuldade em separar o que é público do que é
privado?
AP - Uma pergunta polêmica! Já dizia o historiador Murilo José Murilo de
Carvalho, “que não existe político corrupto com povo honesto”. Aqueles que
estão nesse papel, são reflexo de quem os elegeu. É um processo mais ou menos
semelhante a você entrar numa piscina com uma camisa ou com uma roupa toda
branca e tentar sair o menos respingado da sujeira possível. É um ambiente
nocivo, o ambiente político, mas nunca ninguém me enganou. Eu como professor
também de Teoria Geral do Estado e Ciência Política no curso de Direito, muitas
vezes consigo levar os meus alunos, tanto na teoria como na prática, a sabermos
que na cultura de uma parcela da população existe ainda o clientelismo, o
cabresto, as políticas antigas que vem das raízes do Brasil, infelizmente, mas
mesmo tendo ciência de que não vou mudar o mundo, eu sei que não vou mudar, mas
o mais importante é não deixar esse mundo me mudar.
6. ARL –Que lembranças
você tem da sua época de filatelista?
AP - Apesar da filatelia ser um hobby quase em extinção, em desuso,
eu ainda preservo minha coleção de selos. São mais de 6.000 selos do Brasil, de
1.925 até 1.996, além de selos internacionais. Tenho lembranças boas porque na
minha época não tinha internet, nessa fase entre os 10 anos e 14 anos de idade,
a disponibilidade de um computador, de uma internet, ou internet a rádio era
algo muito raro. Então a filatelia nos ajudava, nos auxiliava a conhecer o
mundo, a viajar conhecendo a identidade, a cultura de um povo e fortalecer
ainda mais o meu sentimento de ser professor de história. Participei de várias
Exposições filatélicas pelo Brasil, me destaquei sempre! Em Rondônia fui
campeão estadual, cheguei a ser campeão brasileiro em Goiás, então foi bastante
importante para mim. Lembranças boas de amigos verdadeiros, de uma
adolescência, de uma infância e adolescência muito positiva envolvida
principalmente também nos clubes filatélicos Marechal Rondon e Forte Príncipe
da Beira que existiam em Rondônia.
7. ARL – Além de competente
professor universitário, político decente e comunicador de escol, você já foi
presidente (mestre conselheiro) da Ordem Demolay, antes de consolidar-se como
maçom. O que representou a Ordem Demolay na formação do seu caráter?
AP - A Ordem DeMolay me proporcionou algo que eu não teria, porque
além de uma boa educação de mãe, que todo jovem precisa ter na sua formação de
caráter, como eu tive pela minha mãe, por mais que houvesse esforço de minha
mãe após o falecimento do meu pai a figura paterna também tem um papel
importante na formação do caráter do filho. Ordem DeMolay me proporcionou isso,
além de me ajudar a desenvolver a oratória, a liderança, e demais virtudes, como
meus valores éticos, patrióticos, religiosos, amante da educação, dos livros. A
partir daí eu pude ocupar funções e cargos importantes na Ordem DeMolay, ganhei
muitas honrarias e muito reconhecimento. Mas, de fato, o dia mais importante na
Ordem DeMolay não foi o dia que eu assumi um posto, um cargo importante ou o dia
em que eu ganhei uma honraria, foi o dia em que me iniciei nela, porque ela
proporcionou a minha juventude uma boa formação.
8. ARL – A gente sabe
que você pretende ser Deputado Estadual, isso significa mais um degrau na sua
carreira política? Além da Assembleia Legislativa você tem outros sonhos, na
política?
AP - De fato, eu já tentei em uma oportunidade. Na eleição para
Deputado Estadual me faltaram 362 votos, não conseguir êxito e estou sim,
tentando pela segunda vez, como pré-candidato a Deputado Estadual, eu quero uma
cadeira na Assembleia. Sou apenas um filho dessa terra, com o desejo de fazer o
Estado crescer, imbuído de um sentimento revigorante, Progressista e de
renovação. Uma vez eleito quero deixar um legado na história da Assembléia, a
nossa contribuição como cidadão de Rondônia, como amante das coisas daqui.
9. ARL –Você tem vários
parentes relacionados com a engenharia civil. Cite os mais importantes,
principalmente aqueles ligados à restauração de prédios históricos, notadamente
a EFMM.
AP - Eu sempre brinco quando falo aos meus alunos que eu tinha que ser
historiador mesmo! Minha mãe, professora de história, pedagoga, meu pai foi um
dos primeiros gráficos aqui em Rondônia, pioneiro. Meu avô, Crisóstomo Nina,
está em livros de história de Rondônia como grande colaborador na construção de
edificações históricas da nossa cidade, entre eles a mais importante, a Cúpula
da Catedral. Antônia Lucia Palitot que foi engenheira ferroviária da
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré na restauração da ferrovia na época do Governo
Jorge Teixeira. É um sentimento muito latente, verdadeiro que cada vez mais se
intensifica quando eu relembro pessoas de minha família que deram grande
contribuição para a história do Estado de Rondônia.
10. ARL –Você já
prestou consultoria histórica para a National Geographic, já viajou aos quatro cantos
do Estado, liderando Expedições Históricas, já fez o curso técnico de Guia de
Turismo, logo não é exagero afirmar que você conhece todos os sítios históricos
do Estado. Ufa! Ainda falta alguma trilha histórica para ser percorrida ou sua
vida se confunde com a História de Rondônia?
AP - A primeira vez foi em 2014, fui convidado pelo Felipe
Fittipaldi, fotógrafo da National Geographic para produzir um material de 13
páginas que renderam na capa de matéria minha foto em cima de uma locomotiva da
Estrada de Ferro Madeira Mamoré, na época da enchente de 2014. Foi muito bacana pela experiência de lidar com
a equipe de uma revista muito renomada e já em 2016 fui convidado pela equipe
do apresentador e biólogo Richard Rasmussen a produzir dois materiais um para
National Geographic e outro para um programa que ele tinha na Bandeirantes, em
nível nacional, que divulgava as belezas de Rondônia. Gravamos no Forte
Príncipe da Beira no Museu das Comunicações de Ji-Paraná e na Estrada de Ferro
Madeira-Mamoré, em Porto Velho. Tentamos contribuir ali participando na
produção e também na apresentação ao lado do Richard Rasmussen. A apresentação
desse material foi dividida em dois programas. Os dois programas gravados
divulgando a história e belezas do Estado de Rondônia. Já o Programa Trilhando
a História continua, pois estamos gravando muito material ainda e claro mantendo
o viés da valorização da cultura local da Amazônia de Rondônia
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