Quarta-feira, 22 de maio de 2019 - 12h46
Uma matéria do jornalista Eduardo Militão, da sucursal de Brasília da UOL descreve o desgaste interno e externo do partido MDB, que se apequenou nas trocas de favores fisiológicos e no envolvimento dos seus líderes em problemas policiais, notadamente a Operação Lava Jato. Sem renovação de lideranças, o partido segue para o ostracismo. Uma velhice precoce.
Consultei o ex-vereador e ex-vice-prefeito de Porto Velho e ex-secretário-chefe da Casa Civil no governo Confúcio Moura, Emerson Castro – que atualmente reside no interior da Bahia – sobre o assunto, pois Emerson foi do (P)MDB de Rondônia durante anos e sofreu na pele o boicote político por parte de caciques do diretório municipal na capital rondoniense, o que apressou o fim da carreira política do empresário.
Na análise dele, “a doença do fisiologismo do MDB tem a sua cara mais visível, que é aquela que a gente vê no Congresso, no governos estaduais, mas tem uma cara invisível – essa, na minha opinião, é a mais difícil de mudar – que são os caciques fantasmas, aqueles caciques invisíveis, que tem no MDB. São caciques que deixam de legado para seus descendentes o controle do partido, a dominação interna. É assim nos municípios e nos estados. O fim do fisiologismo do MDB tem que ser feito nos dois lados, tanto na copa da árvore, cuidando, borrifando, desinfectando a copa da árvore, quanto na raiz da árvore. A mudança terá que ser imposta de cima para baixo, pelo MDB Nacional, mudando seu estatuto de forma a produzir espaço para os novos líderes e também propiciar àquelas pessoas que queiram participar da vida administrativa e política nas micro realidades do partido, também nos municípios, senão o MDB vai continuar sofrendo do fisiologismo porque esses caciques invisíveis fazem do MDB familiocracias”, avalia Emerson, que vê a mesma característica descrita acima em outros partidos tradicionais em todo país.
Já o jornalista Lúcio Albuquerque (auto-proclamado “repórter de província”), que atuou durante décadas na cobertura política, também faz uma análise dura a respeito do MDB: “O caciquismo é a grande chaga (não só) do MDB. Isso gerou acomodação e desestímulo a que novas lideranças assumam e a manutenção de um sistema apodrecido. Além disso há uma falta de novas lideranças ou de coragem para (que novos) [acontecer] essa mudança. Quem vai acreditar em MDB mantendo a curriola de sempre?”, indaga Lúcio.
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Tive o privilégio de folhear os originais do livro que possivelmente se chamará “Porto Velho – De Pimentel a Valadares”. A pesquisa vem feita há anos