Sábado, 25 de janeiro de 2014 - 05h08
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal, colunista do Yahoo e colaborador de Amazônias
O Amapá é o mais setentrional dos Estados brasileiros. Desde os primeiros dias de aula, aprende-se que o Brasil vai do Chuí, no extremo sul, até o Oiapoque, fim de linha do Amapá, que também é o único Estado sem ligação rodoviária com o restante do país.
Mas ontem o Amapá podia ter começado a fazer parte do SIN, o maior sistema integrado de transmissão de energia do mundo, que cobre quase todo o território nacional, com seus 8,5 milhões de quilômetros quadrados, exceto os Estados de Roraima e Amapá.
Uma obra no valor de 3,5 bilhões de reais foi realizada para levar a energia da hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, a quarta maior do planeta, até Manaus, a oeste, e a Macapá, a leste, numa extensão global de dois mil quilômetros. Para que ela alcançasse os seus dois destinos, foi preciso construir as mais altas torres já erguidas pelo homem em uma linha de transmissão, equivalentes em altura à torre Eiffel, de Paris. Só assim podiam atravessar o rio Amazonas, que chega a ter 40 quilômetros de largura.
O braço amapaense da linha, com 334 quilômetros, já foi concluído. Mas a energia não chegou à capital amapaense. Por um único e inacreditável detalhe: o governo do Estado não preparou a infraestrutura para receber, rebaixar a tensão e promover a distribuição da energia aos mais de 400 mil habitantes de Macapá. Esse serviço está orçado em R$ 42 milhões, pouco mais de 1% do “linhão” da Eletronorte.
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