Segunda-feira, 17 de novembro de 2014 - 19h01
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal
De Belém
Em algum outro Estado do Brasil houve tanta contratação de institutos de pesquisas para fazer sondagens eleitorais como no Pará? Uma ligeira verificação chega a resultado negativo. O Pará bateu todos os recordes nesta dupla eleição. O espantoso não foi só a quantidade dos institutos, mas os desacertos, confusões e singularidades no pedido dos contratantes e na prestação do serviço.
O grupo Liberal tinha a exclusividade do Ibope, o mais antigo e o de maior credibilidade, por isso o mais caro. No entanto, recorreu a entidades sem essa expressão, como o Doxa, e ainda sonegou no jornal a divulgação dos resultados, quando eles desagradaram os Maiorana. Por imposição da Globo à sua afiliada, a TV Liberal teve que fazer a divulgação. Na adversidade da empresa, sem o destaque e a extensão que o fato merecia.
O grupo RBA podia ter recorrido ao outro instituto de importância nacional, o Datafolha, mas como o objetivo não era espelhar a realidade no momento da pesquisa, preferiu trabalhar como entidade local, sujeita, como no âmbito dos Maiorana, aos humores do contratante.
Como resultado dessa leviandade, o eleitor chegou confuso para votar. Se alguém lhe pedia a opinião sobre o resultado, ele, sinceramente, não sabia o que dizer. Muitos apenas expressavam o seu desejo, não o esforço reflexivo de análise. Estavam demonstrados o zigue-zague das pesquisas na imprensa desnorteou a quase todos, exceto os que manobravam os cordéis nos bastidores, com as pesquisas qualitativas privativas.
A eleição vai se tornando assim uma manobra eleitoral, em que têm maiores possibilidades de êxito aqueles que dispõem de mais dinheiro para contratar as pesquisas privê, as agências, os marqueteiros e de órgãos de imprensa atrelados aos seus interesses.
A situação se tornou caso de política e de justiça. O TRE não pode ser mais o destinatário inerte, que se limita às formalidades ao fazer o registro das pesquisas. Deve saber-lhe o primeiro teste sobre a consistência do trabalho antes de sacramentá-lo. A justiça eleitoral tem que dispor de estrutura técnica permanente para fazer essa checagem, prevenindo o uso desonesto de um instrumento que pode fraudar o desejo e a aspiração do eleitor, viciando o processo eleitoral e sangrando a democracia.
Se constatada a má fé da pesquisa, esse fato deve dar início imediato a um processo criminal contra os responsáveis pelo Ministério Público, também um observador passivo das fraudes mais escandalosas apontadas no curso da campanha eleitoral deste ano. Assim, fica-se sem saber se essas manobras influíram no resultado da votação e em que profundidade. O regime democrático não tolera essas dúvidas.
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