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Lúcio Flávio Pinto

A Icomi outra vez


A Icomi outra vez - Gente de Opinião


LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal

 

A Indústria e Comércio de Minérios inaugurou a era dos “grandes projetos” na Amazônia. Em 1957 começou a exportar o rico manganês do então território federal (hoje Estado) do Amapá para os Estados Unidos, base da Bethlehem Steel, segunda maior siderúrgica do mundo nessa época, sócia do grupo Antunes no empreendimento.
 

Em 1997 a Icomi encerrou suas atividades com a exaustão do minério de alto teor da Serra do Navio, a 200 quilômetros de Macapá. Seu acervo foi transferido, junto com dívidas e obrigações, pelo valor simbólico de um real. Mas a Mineração Alto Tocantins não conseguiu reativar a mina, a ferrovia e o porto, que funcionaram a pleno vapor durante quase meio século de vigência da concessão federal.
 

Em 2007 a empresa formou uma joint-venture com a Ecometals para tentar implantar o projeto, outra vez sem sucesso. Em 2011 o coreano Dennis Chung apareceu com a Durbuy Natural Resoures, em companhia do engenheiro brasileiro Érico Rossi, e assumiu o negócio. A Ecometals contestou a nova aquisição. Na sexta-feira da semana passada o juiz da 4ª vara cível e da fazenda pública do Amapá, Paulo Madeira, decidiu que a transação com a Ecometals era nula de pleno direito, por contrariar os estatutos da Icomi, e declarou a Durbuy como a nova concessionária.
 

Provavelmente a Ecometals continuará a recorrer, mas o coreano e seu sócio estão dispostos a antecipar os efeitos da sentença de primeiro grau e começar a executar o projeto, avaliado em 200 milhões de dólares. Como aconteceu quando o melhor manganês do mundo foi exportado quase integralmente para os Estados Unidos, que ainda mantêm parte do minério na condição de reserva estratégica, a nova fase da Icomi terá destino certo: a Coreia do Sul.
 

Reedição do primeiro capítulo da história dos “grandes projetos”?

Leia mais Lúcio Flávio na Agenda Amazônica de um jornalismo de combate

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