A peça mais interessante do Mensalão

LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal, colunista do Yahoo e colaborador de Amazônias

Henrique Pizzolato, preso na Itália no dia 5, passa a ser o personagem mais interessante do mensalão. Talvez seja a peça chave para reconstituir essa história, não em autos judiciais, onde os processos praticamente se encerraram, mas através dos bastidores do poder.

A primeira coisa que surpreende no enredo, que está sendo tecido com mais fidelidade e rigor graças a informações procedentes da Itália, é ele ter começado a preparar sua fuga do Brasil apenas três meses depois de ter sido declarado réu pelo Supremo Tribunal Federal.

Nessa época, a presunção comum era de que o presidente Lula controlava ou tinha bastante ascendência sobre o STF, por haver indicado vários dos ministros que compunham a corte, como nenhum presidente antes dele (nesse ponto o invariável superlativo estava certo). Nem haviam sido suscitadas as dúvidas que, depois, seriam apontadas, quanto à imparcialidade do Supremo, acusado de fazer julgamento político – e em favor do PSDB.

Ainda assim, Pizzolato começou, em novembro de 2007, a tirar documento de identidade, CPF e título eleitoral em nome de um irmão, Celso, que morreu em 1978. Com esses documentos falsos, conseguiu, em 2008, seu primeiro passaporte, em nome de Celso.

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Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

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