Sábado, 1 de janeiro de 2011 - 14h49
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal
Belém ainda possui o maior Produto Interno Bruto do Pará, que em 2007 era de quase R$ 14 bilhões. Mas o PIB de Barcarena já representa quase um quarto da riqueza existente na capital, ou R$ 3,6 bilhões. Nunca um município do interior ocupou posição tão expressiva. A correlação se inverte quando a avaliação é feita pelo PIB per capita (por cabeça): o de Barcarena (R$ 43 mil) é mais de quatro vezes superior ao de Belém (de menos de R$ 10 mil).
A posição de Belém no ranking por esse critério é a 10ª, depois de Barcarena, em primeiro lugar, seguindo-se pela ordem Canaã dos Carajás, Tucuruí, Parauapebas, Marabá, Almeirim, Oriximiná, Benevides e Xinguara.
Dos 10 maiores PIBs per capita do Estado, sete são de municípios que abrigam grandes projetos de mineração e de energia (eles são metade dos 10 maiores PIBs). Isto significa que mesmo não tendo os rendimentos que a maior transformação industrial proporcionaria e privados de receita tributária pela Lei Kandir, que isenta de ICMS a exportação de matérias primas e semi-elaborados, eles continuem os municípios privilegiados pelo ângulo da renda gerada nos seus limites através dos empreendimentos de grande porte.
Pelos próximos anos a tendência ainda será a de que esses municípios continuem a fortalecer suas posições, absorvendo poder que antes se concentrava na capital e incrementando a interiorização do desenvolvimento. Vão depender cada vez menos de Belém e se sentirão em condições de reivindicar mais autonomia, até que possa amadurecer de vez a luta pela emancipação política.
Não significa que esses municípios estejam em condições de obter mais dos grandes projetos que abrigam. Pode acontecer o inverso: de eles se acomodarem com o que já recebem, de grande significação para os padrões paraenses, mas apenas uma compensação diante do valor da produção desses empreendimentos. É aí que Belém poderá se situar, assumindo uma posição de liderança e vanguarda para que o interior cresça ainda mais, tornando-se útil e acatada. Talvez redefinindo o seu papel numa nova ordem espacial, que, de outra maneira, tenderá a excluí-la.
Um tema para reflexão na perspectiva dos 400 anos de Santa Maria de Belém do Grão Pará.
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