Quarta-feira, 19 de março de 2014 - 19h50
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal, colunista do Yahoo e colaborador de Amazônias
Texto publicado no “Observatório da Imprensa”
Sr. Senador
Tenho diante de mim o tabloide (com 16 páginas) de polícia da edição do dia 6 do seu jornal, o Diário do Pará. A capa tem duas fotos de cadáveres. Em tamanho maior, o corpo de um cidadão morto a tiros, dados na sua cabeça, que está tomada pelo sangue e com as marcas visíveis das perfurações. Dentro, mais oito fotos de cadáveres, os “presuntos” da linguagem policial.
A manchete do caderno atesta a gravidade do problema: em quatro dias de carnaval, 57 pessoas foram mortas. A violência existe, é grave e deve ser denunciada. É claro que o jornal a explora ainda mais porque assim pensa responsabilizar o governador do Estado, hoje inimigo do dono, pelo assustador índice de criminalidade do Pará e de Belém. Não é uma atitude editorial correta, mas é a usual.
O destaque não tem motivação apenas política: é também um instrumento de marketing, o setor que mais se desenvolve na imprensa do Pará, sobrepujando a redação. Cadáver vende jornal, especialmente entre a faixa do público com menor renda e instrução. Mesmo os jornais que usam esse apelo, porém, contêm o imediatismo da relação. Acho que nenhum jornal no Brasil expõe mais cadáveres do que o seu jornal. Talvez no mundo.
Graças ao sensacionalismo e a oferecer ao público dito da classe C, aquele que entrou no circuito da mídia nos últimos anos, como a novidade do mercado, o que ele quer, o Diário desbancou seu concorrente do primeiro lugar em venda avulsa. Mas há limites comerciais quando o negócio envolve a imprensa, a informação, o jornalismo. É o limite da veracidade, da credibilidade e do respeito ao público. Jornal não é quitanda, embora seja assim considerado por boa parte dos seus donos.
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