Quarta-feira, 15 de janeiro de 2014 - 05h07
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal, colunista do Yahoo e colaborador de Amazônias
Em 1967, o milionário americano Daniel Ludwig começou a formar um autêntico império no meio da selva amazônica. Passados mais de 45 anos, o Projeto Jari continua a ser um dos grandes desafios ao Pará e sua experiência provoca interesse internacional, por estar executando um manejo florestal considerado o maior do mundo.
No Jari de Ludwig hoje atuam duas empresas do grupo Orsa. Uma continua com a celulose, mas parou sua atividade para atender o mercado de tecidos. Outra se dedica apenas à madeira. |
Ludwig era um dos homens mais ricos do mundo quando, aos 70 anos, assumiu o controle de uma empresa extrativista de comerciantes portugueses estabelecidos em Belém, que, por sua vez, incorporou o patrimônio de um famoso coronel (de barranco) José Júlio de Andrade, em 1948.
Dezenas de diferentes títulos de terras que vieram na transação deram a Ludwig a convicção de se ter tornado o dono do maior latifúndio do planeta, com 3,6 milhões de hectares localizados no vale do rio Jari, entre o Pará e o Amapá, próximo à foz do rio Amazonas.
Ludwig precisava desse território para realizar seus dois maiores projetos: suprir o mundo faminto de fibra e de grão, produzindo celulose (numa fábrica trazida do Japão pelo mar) e arroz (empreitada que se frustrou). Mas quando a complexidade ou precariedade dos documentos de terras do Pará se foi revelando, os assessores do milionário chegaram à conclusão de que o império era menor. Talvez tivesse “apenas” 1,6 milhão de hectares, ainda no topo das maiores propriedades rurais do planeta. Mas essas dimensões eram precárias.
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