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Gente de Opinião

Lúcio Flávio Pinto

Defendendo a escola


A invasão de escolas – públicas e privadas – para assaltos, roubos, furtos, ameaças e agressões está em tal progressão na região metropolitana de Belém que já se pode prever a próxima etapa dessa escalada criminosa: os assassinatos.

Para interromper essa espiral de violência, que assusta funcionários, professores e alunos, além dos pais, e está afetando o funcionamento das unidades de ensino, o governo e as prefeituras precisam se reunir e preparar dois planos.

O primeiro, de urgência, para aumentar a segurança em todas as escolas e realizar operações de intimidação de criminosos ou candidatos a criminosos nos perímetros em torno das escolas, a partir de um profundo trabalho de inteligência para o melhor conhecimento da situação e a forma adequada de enfrentá-la.

Para a ação ter eficiência, será preciso criar uma força tarefa treinada especialmente para essa missão, em condições de fazer patrulhas constantes ao longo do dia, de tal maneira a cobrir toda rede de ensino no curso de uma semana, repetindo o circuito até o fim do ano letivo.

Outro plano precisa ser de longo prazo e nada tem de policial. O objetivo seria o de fortalecer os elos da comunidade em torno de cada escola. Os prédios seriam reformados e preparados para oferecer conforto e segurança aos seus frequentadores na sua movimentação interna e no seu aprendizado.

Do lado de fora, o governo prepararia centros esportivos de boa qualidade, com espaços amplos (e esquema de proteção reforçado), instrutores, equipamentos e tudo de bom a que só têm acesso os que pagam boas academias (ainda se diz “de ginástica”?). Ao lado, centro de convivência e local para o funcionamento de uma associação de pais e mestres de cada escola.

Como há vários anos venho fazendo, sugiro que o primeiro centro poliesportivo e cultural seja no amplo terreno da Importadora, no Jurunas, hoje apenas parcialmente utilizado. Ele é suficientemente grande e bem localizado, dando acesso por ônibus vindos de vários bairros da cidade.

Sua missão seria formar atletas, bons atletas, dar-lhes alimentação adequada, oferecer-lhes treinadores, instrutores e orientadores, revelar suas aptidões naturais, atraí-los tanto para esportes como para as atividades que complementam, na sanidade da mente, o corpo saudável.

Um centro desse porte sairá caro, mas não tanto quanto a operação puramente policial e muito menos em relação às perdas de vidas, combinadas com o desvio de crianças e jovens para a marginalidade. Constatando que seus filhos estão sendo bem assistidos pelo poder público, que lhes dá a oportunidade de realização pessoal e ascensão social, sem corrupção, má fé e incompetência, parentes, familiares e amigos defenderão as escolas e as novas instalações. Da forma mais segura que pode haver na sociedade humana.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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