Terça-feira, 31 de maio de 2016 - 20h14
Lúcio Flávio Pinto
Belém (PA)
A era da inocência acabou. Michel Temer achava que sua esperteza e experiência política seriam suficientes para contornar a grave crise que levou ao afastamento de Dilma Rousseff e a sua ascensão à presidência da república. Montando todo tipo de acordo político com pessoas e partidos, que levou ao leilão do ministério, garantiria o apoio do parlamento para a sua transformação de presidente provisório em definitivo.
Dilma não voltaria e ele iria até 2018, com possibilidade de se reeleger.
Só faltou combinar com os russos, conforme o bordão futebolístico. Os russos, no caso, os brasileiros. A queda do segundo ministro em menos de três semanas de governo ameaça acender o sinal vermelho, depois do qual o vice-presidente irá para o mesmo arquivo morto no qual se encontra a titular do cargo.
Ele tem pouco tempo e menos espaço ainda para refazer o governo, mudando sua diretriz. Ao invés de esperar que os fatos confirmem os maus presságios, pode se antecipar às crises recomeçando pelo começo, abusando da tautologia: procurando nomes adequados para cada pasta pelo critério da competência e da limpeza biográfica. A questão é: ele conseguirá essa proeza sendo quem é?
O ministério que formou seguiu o critério da viabilidade política a qualquer preço e por qualquer risco. Mas essa diretriz só seria satisfatória num governo de transição, para durar no máximo 180 dias, ou para ele próprio convocar eleições gerais. Não sendo esse o propósito de Temer, a consequência de formar uma equipe de homens públicos de notória carreira viciada está acabando com a legitimidade e a credibilidade do governo do PMDB. Ele ameaça afundar no mesmo buraco que sugou o PT.
É uma crise cada vez mais grave, a política congelando a atividade produtiva no país. Os petistas acreditam que voltarão ao poder nesse balouço no qual quando um grupo desce, o outro sobe. Mas o governo petista não saiu por ousadia econômica, social ou mesmo política. Foi por corrupção. E nesse barco todos embarcaram, nivelando-se pelo mais baixo parâmetro da política em toda república brasileira.
Algum segmento do poder estabelecido conseguirá emergir desse naufrágio geral ou só há uma saída, a convocação de eleição geral para já?
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