Segunda-feira, 30 de maio de 2011 - 21h05
Capital paraense completará 400 anos em 2016. Jornal Pessoal apresenta sugestões que valorizam qualidades que devem ser utilizadas em proveito da população /PANORAMIO |
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal
BELÉM – Nenhuma contribuição de leitor foi dada à solicitação para que, em conjunto, possamos preparar um programa para os 400 anos de Belém, que acontecerão em 2016. A data pode parecer distante, mas se tentarmos organizar uma pauta consistente veremos que o prazo se tornará exíguo. Numa cidade pobre, despreparada para as exigências do mundo atual e as obrigações da civilização, a maior de todas as missões é gerar empregos.
O trabalho deve considerar um aspecto negativo da situação: a baixa qualificação da maioria da mão-de-obra disponível. E outro positivo: a criatividade e inventividade do paraense, sua adequação à iniciativa individual. O poder público deve criar condições para que as qualidades existentes sejam valorizadas, utilizando-as em proveito da população e considerando as especificidades locais.
Um dos investimentos evidentes tem relação com as chuvas intensas e constantes que caem sobre Belém e todo o Pará. A prefeitura e o governo do Estado podiam acrescentar um novo item à lista de fornecimento aos estudantes da rede pública de ensino: guarda-chuva, capa, chapéu e galocha, que viriam junto com livros, cadernos, lápis, canetas e outros utensílios, além da maltratada merenda escolar.
Antes de fazer a aquisição, o poder público organizaria oficinas para pessoas que desejassem montar firmas para atender as encomendas. Elas aprenderiam o fundamental do negócio e elementos técnicos para produzir os itens necessários. Podiam formar cooperativas ou consórcios de micro-empresas, de tal maneira a seguir uma escala econômica sem cartelizar ou induzir a hipertrofia empresarial (sem falar nos anticorpos à corrupção).
Uma idéia a considerar, ainda que ela possa vir a demonstrar-se inviável. A demanda exige: crianças e adolescentes precisam de proteção contra a chuva. Pessoas desempregadas, mas cheias de idéias e disposição para o trabalho, clamam por uma oportunidade para serem úteis e se manterem – e às suas famílias.
Lixo e "bois sem rabo"
Outras sugestões são sobre essa pandemia de Belém: o lixo.
A primeira: adotar a argola de ferro, na qual se coloca um grande saco (se possível, de aniagem ou de papel reforçado) para receber o lixo, ao invés dos depósitos tradicionais. Todos os dias a prefeitura recolheria esse saco, mantendo a argola, fixada por peça metálica ao chão e cimentada. O investimento seria muito menor e a eficácia, incomparavelmente maior. Desde que o serviço fosse executado todos os dias, para mostrar a presença do governo municipal. E as argolas com pé fossem espalhadas por toda cidade.
Pessoas desempregadas ou de baixa renda seriam cadastradas para recolher esses sacos e acumulá-los em determinados pontos, de onde seriam levados por um caminhão. Outra sugestão se relaciona aos “bois sem rabo”. São os carregadores de entulhos, que usam carros de mão para esse serviço. Multiplicados, eles se tornaram numa fonte de problema para a cidade. Carregam restos de um lado para outro, despejando-os na via pública, sem pejo ou misericórdia. Estão entulhando a cidade.
Todos teriam que se cadastrar e receber uma placa de identificação lacrada. A oficialização seria gratuita. Em compensação, eles só poderiam despejar pequeno entulho (devidamente relacionado para evitar o abuso desse recurso, geralmente usado por quem não pode pagar uma empresa especializada) em lugares determinados pela prefeitura, que diariamente coletaria esse material.
Em vez de um problema poderíamos ter uma solução para a cidade, com suas esquinas tomadas por esse tipo de lixo.
Ficam as propostas.
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