Quarta-feira, 17 de outubro de 2012 - 06h39
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal
De Belém (PA)
Foi quase por acaso, mais de 30 anos atrás, que Charles Wood e Marianne Schmink chegaram a São Félix do Xingu, que se tornaria a principal metáfora deste precioso livro sobre um dos locais e um dos momentos seminais da história recente da Amazônia, o “Sul do Pará”.
Os dois pesquisadores já sabiam que seria estratégica aquela pequena cidade, isolada em mais um dos encontros de grandes rios que delimitaram os marcos da ocupação primitiva da Amazônia pelos colonizadores europeus (os novos marcos, para desgraça da Amazônia, viriam a resultar do encontro dos rios com as estradas e das primeiras rodovias com as rodovias seguintes, rasgando a terra e submetendo o homem).
Se não fosse o problema mecânico no pequeno avião em que viajavam para um local próximo, Charles e Marianne não teriam pousado em São Félix naquele dia de 1976. Demorariam mais dias (ou meses) para realizar a incursão e talvez não tivessem usufruído de um acaso tão feliz, que uma máxima de Gentil Cardoso para o futebol – e extensiva à vida como um todo – instrui: quem se desloca, recebe.
Numa Amazônia enorme, disforme, distinta e polifônica (ou diacrônica), só quem circula por suas artérias defronta a história viva, a pré-história, ainda em processo, e, em geral, a anti-história, que fecha as portas da escrita ao registro retardatário (ou retardado) dos que a pesquisam.
(Prefácio de Conflitos sociais e a formação da Amazônia, de livro de Marianne Schmink e Charles Wood, 486 pp., Editora da Universidade Federal do Pará, 2012). Texto completo aqui
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