Quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014 - 05h14
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal e colunista do Yahoo
Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma mentiram sobre a hidrelétrica de Belo Monte, a maior obra pública em andamento no Brasil. Essa mentira não vem só. Ela é acompanhada por várias outras, desencadeadas – num intervalo de 13 anos – pelo mesmo detonador: sucessivas – e, às vezes, graves e súbitas – interrupções no fornecimento de energia, os temidos “apagões”.
Áreas e populações cada vez maiores do país estão ameaçadas de ficar sem energia. Imediatamente é apresentada a solução: mais hidrelétricas para aproveitar o potencial da Amazônia, capaz de aumentar em 50% o parque energético nacional em atividade. Duas novas usinas já entraram em operação no rio Madeira, em Rondônia. Jirau e Santo Antônio poderão oferecer ao Sul e Sudeste, onde está o maior consumo, quase tanta energia quanto a que Tucuruí, no rio Tocantins, estava transferindo quando houve o apagão, no dia 4, deixando no escuro populações (talvez 6 milhões de pessoas, na versão oficial subestimada) de 13 Estados e do Distrito Federal.
O maior reforço seria o de Belo Monte. No pique do inverno, como agora, a usina do rio Xingu poderia transferir um volume de energia superior em mais de 70% à potência de Tucuruí, Jirau e Santo Antônio somadas. No verão, porém, a geração pode ficar em zero durante três ou quatro meses.
A vazão do Xingu se reduz 30 vezes entre o auge da cheia e o extremo da vazante. Não haverá água suficiente para acionar as 18 turbinas gigantescas, nem mesmo uma delas, no máximo da estiagem.
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