Domingo, 26 de junho de 2016 - 15h53
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal
Belém (PA)
A Polícia Militar começou a semana com presença constante e ativa em torno da escola estadual de ensino fundamental e médio Nossa Senhora do Carmo, no complicado bairro do Tapanã.
Circulou bastante e fez palestras para os moradores. A razão: os crimes, sobretudo furtos e assaltos, cresceu muito ao longo deste semestre.
Antes da nove horas da noite de ontem (24) um grupo de jovens invadiu a escola, rendeu professores e alunos e levou objetos de valor, além de dinheiro. De nada valeu o esforço da PM para intimidar os bandos que gravitam pela área. Eles observam, escolhem o momento adequado e saem na caçada a bens alheios. É um estado permanente de tensão entre o predador e a sua vítima.
Em geral são menores e moram no próprio bairro, contrariando uma regra segundo a qual eles só atacam em outros bairros. Seu maior reduto é uma invasão que se formou recentemente num terreno que estava abandonado e o dono tentou, inutilmente, retomar.
Revoltados, os moradores já fizeram o linchamento de um ladrão. O outro, que já estava sendo espancado, foi salvo pelo aparecimento da polícia. A violência das vítimas costuma suspender os ataques, mas por pouco tempo. Neste ano eles se intensificaram e parece que assim continuará.
Por causa da violência, a última aula do turno noturno, que devia acabar depois das 22 horas, é encerrada antes das nove, sem com isso conseguir prevenir a invasão da escola, como aconteceu ontem. O vigia nada pode fazer: trabalha desarmado. O muro da deteriorada quadra de esportes ruiu, deixando à mostra um roteiro de invasão.
A escola possuía três turnos, mas, por alguma razão que não foi explicada pelo governo, o intermediário foi extinto. Por isso, alunos e professores que podiam estar menos expostos à violência de dia, têm que dar e receber aulas no momento mais arriscado da jornada.
É o estado do ensino público na periferia de Belém, do qual a escola do Tapanã é apenas um dos tristes exemplos.
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