Quarta-feira, 5 de junho de 2013 - 17h11
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal
De Belém (PA)
Em pouco mais de um semestre de 1972 o Exército brasileiro mobilizou 2,5 mil militares para combater menos de 60 guerrilheiros em uma área com menos de 10 mil quilômetros quadrados em torno da mitológica Serra das Andorinhas, no Araguaia paraense, na divisa com Goiás (hoje Tocantins).
Os militantes do Partido Comunista do Brasil começaram a migrar para a região três anos antes. Sua intenção era instalar um foco de resistência no local, como os seguidores de Fidel Castro haviam feito em Cuba. Protegido pela floresta densa e um terreno acidentado, o foco guerrilheiro devia crescer até fomentar uma guerra revolucionária contra a ditadura militar, até derrubá-la do poder, que exercia plenamente.
Três grupamentos foram estabelecidos, com 31, 23 e 15 integrantes. Quando o Exército os descobriu e começou a enfrentá-los, não havia dúvida alguma sobre a desproporção de meios. O principal comandante da operação, o general Antonio Bandeira, reconheceu que os guerrilheiros “utilizavam armas obsoletas e sofriam grande carência de munição”. A primeira força militar a caçá-los tinha 380 homens, dos quais 130 fuzileiros navais, tropa de elite.
Em três ou quatro meses o foco guerrilheiro perdera quase 20% do seu efetivo, formado principalmente por jovens, a maioria deles estudantes universitários, e de pouco traquejo para combates. Quando veio a ordem de acabar com tudo, sem deixar sobreviventes, a matança foi contínua e rápida.
Texto completo em Cartas da Amazônia
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