Sexta-feira, 7 de março de 2014 - 11h22
Vazão do Rio Madeira já é quase o dobro da média máxima e seu nível está dois metros acima da cota mais elevada
do ano passado. Desta vez, é absolutamente novo nesse fenômeno a relação das duas barragens entre si
e com o rio /GEOVANE MEJIA, em sobrevoo na Rima
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal, colunista do Yahoo e colaborador de Amazônias
A lição do Madeira é a mais expressiva e urgente. Primeiro porque é o afluente que despeja mais água (15% do total) e sedimentos (50%) para o Amazonas dentre todos os seus enormes afluentes. Em segundo lugar, por ser o único que já tem duas barragens de porte mundial em funcionamento (e acabamento), com capacidade para gerar mais de 7 mil megawatts. É energia suficiente para abastecer 20 milhões de famílias (ou mais de um terço da população do Brasil).
Santo Antonio e Jirau estão separadas por uma distância de pouco mais de 100 quilômetros. Santo Antônio é a grande hidrelétrica que está mais próxima de uma grande cidade no Brasil: ela pode ser vista por quem mora em Porto Velho, a capital do Estado, e está a apenas sete quilômetros entre seus extremos.
As duas obras, com investimento superior a 30 bilhões de reais, já têm um histórico movimentado e acidentado. Experimentaram greves, atentados e outros incidentes. Mas agora travam batalha com o elemento mais poderoso da Amazônia: a água.
Os problemas decorrem do fato de que nunca ocorreu uma cheia das dimensões que o Madeira alcançou nos últimos dias. Sua vazão já é quase o dobro da média máxima e seu nível está dois metros acima da cota mais elevada do ano passado.
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