Sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018 - 17h44
LÚCIO FLÁVIO PINTO
Jornal Pessoal
Belém (PA)
A partir do inicio deste ano, 40 milhões de brasileiros tiveram direito a receber um salário mínimo de 954 reais. Em relação ao ano anterior, o reajuste foi de 1,87%. O acréscimo foi de R$ 17, o menor desde que Getúlio Vargas criou o salário mínimo, quase 80 anos atrás, durante a ditadura do Estado Novo.
O ultraje moral tem uma explicação técnica: a inflação foi de apenas 2,95% no ano passado, a menor em muito tempo, menos da metade do que foi registrado em 2016.
O reajuste do salário mínimo, a ela vinculado, teria que ser mais abaixo. Mantida a estabilidade do custo de vida, mesmo com esse valor irrisório, o poder de compra do trabalhador aumentará.
Nenhum agrupamento de renda é maior do que os que dependem do salário mínimo para sobreviver. Eles são os mais sacrificados. Numa época de crise, como a atual, todos têm que aceitar a cota que lhe cabe de olho nos que ganham menos.
Nesse contexto, é inaceitável que juízes e integrantes do Ministério Público façam campanha pela conquista de maiores ganhos em seus ofícios. A carreira jurídica é a mais valorizada do serviço público. Os membros do judiciário e do MP ganham, em média, R$ 30 mil.
Podem achar justo agregar vantagens, como a indenização por moradia. Mas devem observar que as principais, que lhes dão autonomia e independência para agir, à frente a inamovibilidade, lhes são asseguradas. Devem reivindicar melhoria nas condições de trabalho e no suporte técnico.
Nada, porém, que aumente despesas. Se querem continuar a ser respeitados e ter um escudo de defesa social contra os poderosos atingidos ou prejudicados pela recente ofensiva contra a corrupção.
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