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Paulo Saldanha

A BOLSA ESPERANÇA



Ah! Se Deus me pudesse ouvir e se ousasse me perguntar o que eu, como vivente neste país, desejaria ver atendido eu lhe diria: –devolva, Criador, a Esperança para mim e para mais de 88 milhões de brasileiros, que votaram no Aécio Neves, ou anularam seus votos, ou, ainda, se abstiveram de sufragar quem quer que fosse.

E de tanto ver triunfar as bolsas materiais destinadas a colher via subterfúgios a gratidão humana, numa relação promíscua que vilipendia a credulidade daquele que está em condições adversas, é que venho até ao Criador, numa nímia oração, pedir a instituição de uma nova bolsa.

E, inspirado, ainda que, num modelo ultrapassado, que visa diminuir diferenças e anular desigualdade, via a manipulação gerada por uma espécie de troca, espero que, mesmo assim, Ele, o meu Deus, crie o Programa Bolsa Esperança. Mas sei que o Senhor não pedirá nada em troca, a não ser o respeito e a devoção que já lhe tenho!

A Bolsa Esperança para que eu jamais perca a esperança... no meu País, nos políticos, nos administradores públicos e nas gerações que nos haverão de substituir.

A Bolsa Esperança que me mantenha firme aguardando a chegada triunfante do dia em que o Brasil ultrapasse finalmente a barreira do País do Futuro, frase festejada bem antes dos anos cinqüenta, quando eu me firmava como gente.

A Bolsa Esperança de que o Mensalão, os Sanguessugas, os da ambulâncias, etc. etc. jamais sejam reintroduzidos como prática nefasta sob os céus tupiniquins e que suas consequências sirvam de exemplos para que a moralidade, a ética, o exercício nobre do desempenho profissional não tenham fim.

A Bolsa Esperança para seja dada a publicidade aos nomes dos “eternos praticantes de falcatruas” daqueles tipos que roubaram a Petrobrás, violentando a Pátria-Mãe, estupro que não repetirá.

A Bolsa Esperança de que as novas gerações jamais se tornem perdulárias e jamais copiem os exemplos de alguns nomes do passado, do presente como homens públicos e, finalmente se inspirem em outros exemplos, fincando outros paradigmas nesta Nação.

A Bolsa Esperança para que eu e outros possamos ver os recursos naturais, o solo sagrado, as matas verdejantes, os mananciais, os rios, a costa marítima, o ar, o meio-ambiente, enfim, serem utilizados com parcimônia, equilíbrio e racionalidade, sem se desfocar da sustentabilidade, impulsionadora da vida produtiva, através do uso virtuoso de nossa economia, que pode modernizar-se e tornar-se competitiva e audaciosa.

A Bolsa Esperança para que as demais bolsas criadas sob o enfoque social, não se eternizem pela contra-partida da melhor distribuição de renda, pela geração de emprego que eleva e dignifica, detalhes só alcançáveis num País quando o seu povo age escolhendo com sabedoria os melhores representantes, deixando um legado de prosperidade, sem vilipendiar valores, sem torpedear consciências, sem anular, pelo uso da vilania, os princípios da cidadania.

A Bolsa Esperança, Senhor, para que jamais nos torne insensíveis à dor de outrem, imunes ao sofrimento alheio, mas sempre agenciando a generosidade como culto às religiões que professam o amor cristão e a solidariedade humana.

A Bolsa Esperança para que os recursos públicos sejam sempre aplicados com retidão e ânimo progressista, com vistas o bem comum e o desenvolvimento soberanamente distributivo.

A Bolsa Esperança para o governante seja para o seu povo detentor de visão estratégica, focado no futuro, possuidor de sensibilidade diplomática inteligente e sábio, jamais míope e desfocado, que busque novos mercados para as empresas nacionais, sem perder de vista que elas são um dos instrumentos que levam um País à prosperidade.

A Bolsa Esperança para que os detentores do poder atuem com um olhar e sentimento humano aguçado e politicamente bem formado, cultor de sentimentos nobres, numa espécie de cuidado paternal ou maternal, de quem ama e ternamente abraça, protege e abençoa cada filho.

A Bolsa Esperança, enfim, Senhor, que envolva outros predicados, outras virtudes, outros comportamentos e outras ações que nos possam elevar como abençoados cidadãos de um País que, mercê dos comportamentos nada republicanos de alguns, sem ter um destino certo, vai navegando ao sabor de ventanias que já deveriam ter sido banidas da vida nacional, desde há muito.

Senhor, apesar do pedido feito de forma tão contrita, adianto-lhe: o que venho assistindo, ao contrário me dá medo, me angustia o coração e me abate o espírito como cidadão produtivo...

Por isso, Senhor, preciso de uma ajuda -por favor, crie a Bolsa Esperança!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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