Sexta-feira, 28 de abril de 2017 - 12h34
Sempre fui um tanto ansioso, fosse nos meus tempos de desportista e desejava alcançar uma vitória, fosse depois, como executivo, quando objetivava colher resultados - notadamente se, no rumo, estivessem aqueles sócio-econômicos.
E me amargurava quando esses frutos tardavam a acontecer, ora por conta da ausência de decisões de cima, ora pela burocracia que dificulta, entrava, debilita e entorpece, gerando desânimo num grupo que desejava sempre edificar, construir no seu sentido mais amplo.
Jamais assumi uma função apenas para preencher o lugar, pois sempre procurei me assessorar com os exemplos de meus bons chefes e me apoiava na consultoria que recolhi por conta do exercício da sabedoria de como eles me ensinaram a agir e tomar decisões em cima de atitudes coerentes e respaldadas na lógica e na ética.
Sofre mais quem exercita a urgência na tomada de decisões quando escalões superiores negaceiam a tempestividade, a suficiência e a oportunidade das medidas que não deveriam demorar, expondo às perdas e aos prejuízos; enfim, a danos jamais imaginados pelo administrador que deseja atuar com desvelo, probidade, eficiência, eficácia e efetividade.
E aí muitas vezes deixamos de ser serenos, dando vazão à impaciência que desemboca em antipatias, degenerando incompreensões e ampliando o déficit nas nossas emoções.
Hoje, eu sei, valerá sempre a lição do Mestre Reinhold Niebuhr, um filósofo religioso nascido nos EUA, que nos aconselha na Oração da Serenidade:
Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária
para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
e Sabedoria para distinguir umas das outras.
Porém, quando se é mais moço, nem sempre a razão prevalece; e a falta do equilíbrio, ainda que temporariamente, surge de forma intensa e verdadeira.
“–Ah! Eu bem que poderia ter conduzido aquele tema de outra forma...”
Muitas vezes o arrependimento chega tarde!
E a expectativa que me envolvia em obter resultados nas equipes com as quais me ombreei era tanta que acabava por gerar ansiedade, perigoso ingrediente mental que, algumas vezes, me levou à fadiga e ao estresse.
Aos 33 anos senti inevitável impulso e li a Bíblia inteirinha, descobrindo que lá também Deus, através de seus prepostos, nos encaminha para a reflexão de que a ansiedade sinaliza “tempos críticos, difíceis de manejar”.
Em Mateus 6:34 o apóstolo nos ensina que “nunca estejam ansiosos quanto ao dia seguinte, pois o dia seguinte terá as suas próprias ansiedades”. Valerá sempre ter esperança!
E, ao contrário da serenidade, “sem querer querendo”, elegemos a ansiedade como infiel conselheira devido estar fora do nosso controle emocional, o que, de um lado, pode nos levar à exaustão física e psíquica, e noutro - numa contradição - pode concorrer para o nosso progresso humano e profissional.
Ocorre que a sabedoria só nos visitará muito tempo depois, após lá atrás tivermos experimentado algumas dezenas de fadigas, cercada de destemperos, sonhos naufragados, decepções, dissabores, ilusões perdidas por todos os lados!
E aí me lembrei do Padre Antônio Thomaz, com o seu soneto “CONTRASTE”:
Quando partimos no verdor dos anos,
Da vida pela estrada florescente,
As esperanças vão conosco à frente,
E vão ficando atrás os desenganos.
Rindo e cantando, célebres, ufanos,
Vamos marchando descuidosamente;
Eis que chega a velhice, de repente,
Desfazendo ilusões, matando enganos.
Então, nós enxergamos claramente
Como a existência é rápida e falaz,
E vemos que sucede, exatamente,
O contrário dos tempos de rapaz:
– Os desenganos vão conosco à frente,
E as esperanças vão ficando atrás.
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