Terça-feira, 18 de novembro de 2014 - 19h15
Há perdas que não se esquecem e nem se recuperam! Ganho algum, “a posteriori”, jamais substitui o prejuízo espiritual, por exemplo, de uma partida definitiva ou prolongada.
A tristeza que passa a dominar a alma de quem perde a mãe, pai, avós, tios e tias, um amor de juventude ou um amigo sincero, equivale a uma bomba de dez trilhões de megatons, que destrói o ânimo e faz um desmanche na nossa vida, irradiando dor, pesares, descrença e aniquilamento mental.
Na vida familiar fui vencido, em 1962, ainda na adolescência, quando do passamento de minha mãe, no instante em que ela teria uma vida longa se lhe fosse permitido ultrapassar os seus 37 anos de existência. Golpe violento, assustador, desesperador, macabro, anulador da virtude justificada na esperança.
11 anos depois um tio muito amado se foi e depois minha avó materna, com quem tive estreito convívio, suficiente para ensejar um mundo de amor e de gratidão. Depois, no ano 2000 a partida de meu pai, desestabilizou os meus sentimentos e gerou um terremoto na minha realidade.
Mas existem perdas, a exemplo das anteriores, que, também, traduzem eternas saudades entronizadas nas nossas lembranças por conta do convívio respeitoso e intenso com meus queridos chefes, amigos e verdadeiros irmãos espirituais com que fui aquinhoado na trajetória profissional.
Perdas como a do Wilson Nunes Brayner, Edmar Lima Vieira, Francisco das Chagas Cavalcante, Luziano Borges Muniz, Gentil Medeiros de Almeida, Clayton Guimarães Cova, Jacy de Alencar Farias, Coronel Jorge Teixeira de Oliveira, José Nilson Guimarães, Nelson Madeira Casara, Alan Kardec dos Santos, Walmen Hoffmann de Souza, Lauro Dias de Figueiredo, e, por último, a do Felipe Assad Azzi, se tornaram dolorosas porque foram pessoas com quem convivi tão proximamente, recolhendo ensinamentos, lições de vida, mensagens filosóficas, amizade sincera, enfim, amor no seu sentido maior.
A cada viagem de alguém tão de perto na minha trajetória umas perguntas inevitáveis eu fazia e faço: –quando será a minha partida? Encontrar-me-ei com eles eventualmente noutra dimensão? O meu desenlace se dará com dor, de forma sofrida ou sem traumas maiores?
Questionamentos que faço, até porque alguns deles, apesar de tão virtuosos, com espíritos bastante elevados, só deixaram esse vale de lágrimas, após dolorosa agonia, que, no meu julgamento, não mereceriam. Mas, quem sou eu para entender um ato sob comando bastante superior...
Porém, o certo é que a cada anúncio da morte de alguém tão próximo, eu, via de regra, me sinto despojado daquele bem tão precioso, daquele afeto perdido, que eu reconhecia como verdadeiro e estimulador.
E, pior, sem direito a merecer uma reintegração de posse... sinto-me empobrecido e carente! Relegado ao abandono... despossuído de carinho e da preocupação com que me via abraçado... negligenciado pelo Criador, seus anjos, arcanjos e querubins, ainda que possa reconhecer que aquele eventualmente chamado irá ampliar com dignidade superior os quadros do Senhor, na esfera aonde estiver destinado.
Todavia, nem esse último pensamento me conforta e me comove. O egoísmo, que transcende o meu desejo de ser mais virtuoso, determinaria a obrigação do Comandante Maior do Universo de só chamar essas pessoas tão queridas somente depois da minha própria convocação. Egoísmo tardio, que jamais convencerá a Excelsa Santidade responsável pela criação.
Enquanto isso vou desfilando as lembranças de cada um e acalentando uma dor pungente, que desequilibra e me mata aos poucos, porque traduz um quadro de inanição espiritual, que só seria recompensado se eles estivessem ao meu lado, olhando-me com aqueles olhares piedosos, plenos de generosidade e compreensão, perdoando os meus defeitos que deixavam de lado, para, assim, poder me incentivar e elevar.
Como podem ver, neste dia, portanto, deixei a alegria ali num canto e senti inevitável vontade de chorar...
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