Quinta-feira, 6 de abril de 2017 - 09h47
Daqui desta fronteira acompanho o desempenho e as suas ações profícuas – elas vão além das obrigações cívicas e militares, que cumpre com acrisolado amor ao País e à Amazônia–, granjeando respeito, admiração e gratidão de todos.
O Exército, há muito tempo, ainda sob governo português, já se fazia presente neste Noroeste brasileiro; depois mais intensamente com a construção bicentenária do Real Forte Príncipe da Beira, redescoberto pelo ainda coronel Cândido Rondon, que viria a ser Marechal. Em Guajará-Mirim, desde 1932 responde altaneiro nestas paragens, primeiramente como Contingente Especial de Fronteira, depois Sexta Companhia de Fronteira e agora como o Sexto Batalhão de Selva, cuja trajetória nos infla o peito de orgulho e honra.
Agora com a despedida do General RICARDO AUGUSTO FERREIRA COSTA NEVES, em vias de deixar o comando da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, a quem o nosso Sexto BIS está subordinado, ficaremos entristecidos, pois nos quedaremos um “tantinho” empobrecidos mas – sentimentos soltos contraditórios –felizes pela sua promoção em face da continuidade de sua exuberante carreira como militar, chefe de família e cidadão.
O seu vínculo com esta terra ficou forte, fecundo e intenso, e jamais naufragará nas baías e nos igapós do esquecimento, haja vista que, nesses dois anos, esse elo se solidificou e ficou consolidado nos rios enormes da gratidão e do reconhecimento de um povo, por conta da sua ação militar, patriótica, desenvolvimentista, social e cívica.
Houve uma troca de energia positiva entre o competente general Costa Neves e os rondonienses nativos ou abençoadamente adotados. Devido a sua firmeza, talento, inteligência, sabedoria, simpatia irradiante e sensibilidade multiplicadora curvo-me ao dever, em face da gratidão, em nome dos homens e mulheres da minha e vindouras gerações, para reconhecer –foi ótimo Vossa Excelência ter vindo– e o faço como um dos descendentes de pioneiros desta região, enriquecida, modéstia à parte, pela chegada de outro militar em 1912, um antigo alferes depois coronel da Guarda Nacional PAULO CORDEIRO DA CRUZ SALDANHA, ex-comandante do Forte São Joaquim, nas terras do Rio Branco, hoje Roraima e que, nesta geografia, também lutou pelo seu engrandecimento e afirmação.
Agradeço-lhe, General Costa Neves, pelo exemplo edificante que nos lega; pela preservação, continuidade e conservação do Memorial Jorge Teixeira, Teixeira, o saudoso líder, de quem fui assessor, detalhe que me elevou como executivo e como integrante desta sociedade; pelo Memorial Rondon, bem como pela revitalização do Real Forte Príncipe da Beira; além de tudo Vossa Excelência transfere as unidades sob seu comando como recebeu, com elevada credibilidade ebem adestradas, através dos comandantes, entre eles os coronéis Halley Bezerra Dantas e Fábio Pinheiro Lustosa.
Na nova missão, como comandante da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), cujo êxito já antevemos, devido às virtudes que decorrem do seu caráter, da sua personalidade íntegra e bem formada, que resumem o líder vencedor que Vossa Excelência sabe ser naturalmente.
Nós intuímos que Clarence Francis ao interpretar o comando como filosofia, princípios e doutrina certamente mirava chefes com o seu perfil quando sintetizou:
“Você pode comprar o tempo de um homem; pode comprar sua presença física em determinado lugar; pode até comprar suas atividades. No entanto, não pode comprar o entusiasmo; não pode comprar a lealdade; não pode comprar a dedicação do coração, da mente e da alma. Essas coisas devem ser conquistadas”.
Vossa Excelência conquistou não apenas o respeito, admiração e o reconhecimento dos seus subordinados, mas a toda sociedade rondoniense. E permanecerá como exemplo e paradigma de líder e comandante motivador! Cidadão cujas virtudes são enaltecidas e reconhecidas por todos aqueles que convivem e aprendem a partir da sua tomada de decisão, sempre direta e segura, com comandados resolutamente bem conduzidos porque se inspiram na forma humilde, firme e serena como os dirige e rege, entusiasmando-os e valorizando-os.
Além do mais merece o nosso respeito porque Vossa Excelência enalteceu a nossa história, as nossas artes, enfim, a nossa cultura!
Já me vali dos sábios pensamentos de Bertolt Brecht noutras ocasiões. Sem desejar cair no lugar comum, eu afirmo que o desempenho de um militar com o seu backgroundprofissional, com a sua dimensão humana e social, me faz recordar que também ele o enxergaria como símbolo quando deixou como uma das marcas da sua filosofia a seguinte frase; “Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis”.
Vossa Excelência é um comandante adiante do seu tempo... Se Vossa Excelência é orgulho do Exército, se é orgulho da sua esposa Daniela e dos seus filhos, se é orgulho, de seus superiores e comandados... mas é, enfim também orgulho de seus novos companheiros de fé, seus novos irmãos rondonienses, seus camaradas tão agradecidos... porque, General Costa Neves, Vossa Excelência é imprescindível!
S E L V A!
Guajará-Mirim, RO, 06 de abril de 2.017
Paulo Cordeiro Saldanha
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