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Gente de Opinião

Paulo Saldanha

Carta para a amiguinha Mirtes Leal Boucinhas


 

                                           Guajará-Mirim, RO, 16 de novembro de 2013

Bem, querida amiguinha Mirtes:

“Preciso te Contar” que venho em nome da Academia Guajaramirense de Letras celebrar o lançamento do livro “Preciso Te Contar”; mais um trabalho literário que, segundo o Alexandre Badra, teu primo, tu, Mirtes, reuniste “crônicas e contos sobre temas atuais, até tabus que se mantêm na nossa sociedade. São contos da vida urbana, escritos numa linguagem poética e melodiosa. E muitas outras atrações, imperdíveis”.

Tudo a ver com a personalidade cativante de uma menina guajaramirense, romântica e sedutora, por conta do carisma que te envolve, pois és alegre, extrovertida, comunicativa, humilde e generosa. Espiritualizada em cima do amor tens genuína confiança na vida, em face do teu entusiasmo juvenil que manténs intacto, mercê ainda da elevada capacidade para criar, expressando-se com objetividade e lirismo.

Domino essa visão sobre essa garota porque na mocidade convivemos proximamente por conta de nossas ações, que nos uniam em nome da JUVENTUDE ESTUDANTIL CATÓLICA, um movimento apartidário em que nós, os jovens dos anos 60, sob a coordenação do Bispo Emérito de Cáceres, no Mato Grosso, Dom José Vieira Lima, o então Padre José, discutíamos não apenas princípios religiosos de evangelização, mas questões sociais e políticas da época. Naquele tempo já nos preocupávamos com as injustiças sociais e até sonhávamos alternativas econômicas para o País.

E a Mirtes Leal, juntamente com Lizete e Leda Bouez, Alice Badra, Nilzene e Nedilza Rivoredo, com a Ana Benita Perez Pontes –que pouco depois daquela época passou a caminhar ao lado de Deus– além da Vilma Amorim tu, querida Mirtes, sobressaias-te como uma líder do movimento.

Nessa época, os “meninos” estavam representados por Almério Madeira, Caio Boucinhas, Carlos Teixeira, José Couteiro, José Luís Villar, José Nilson Guimarães, Mariano Brasil Terrazas, Nelson Madeira Casara e por mim.

Mas havia tempo para as músicas da Jovem Guarda e para os nossos memoráveis jogos de volley-ball.

Preciso te contar, Mirtes, que tu trazes no DNA a marca indelével e insubstituível da tradição dos guerreiros; o sangue bom dos predestinados desbravadores que, em Roraima e nas terras do eixo Guaporé/Mamoré se fixaram para participar, nas duas regiões brasileiras, de um heróico momento de afirmação cidadã. Tu, Mirtes, tens a têmpera dos destemidos pioneiros representados por Nicolau Jorge Badra e pelo doutor Rocha Leal, seus avós, a quem, por teu intermédio, desejo reverenciar.

Ocorre, que vim celebrar o lançamento do teu livro “Preciso Te Contar”, que já não te pertence mais: é obra literária entregue à humanidade; é arte sublimada disponibilizada para homens e mulheres desta e das demais gerações; é uma realização do Espírito Santo, através da sua luz iluminadora que criou, Mirtes, através do teu cérebro privilegiado mensagens tão oportunas quanto questionadoras, indutoras das reflexões que cada leitor fará a partir do teu start, descobertas que se faz ao viajar nas páginas desse livro.

Por isso, queridíssima Mirtes, eu te cumprimento, em nome da Academia Guajaramirense de Letras, a nossa AGL, com o carinho de quem sente tanto orgulho de ti e com o mesmo afeto fraternal e imutável de quem aprendeu a admirar-te e a respeitar-te como a menina que se transformou na mulher inteligente e sábia, a quem nós todos, teus leitores, através dos teus escritos, nos curvamos, Mirtes, e ficamos comovidos, perene e eternamente aos teus pés.

Concluindo, e, por tudo o que tu representas para todos nós, peço que recebas o nosso carinhoso e fraternal abraço.

PAULO CORDEIRO SALDANHA

Teu amiguinho de fé, teu irmão e camara

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