Quinta-feira, 5 de agosto de 2021 - 13h34
Nas minhas reflexões sobre a morte, da qual antes sentia tanto medo,
sobrevém a certeza de que, entre os animais, o homem é o único que sabe que tem
começo e fim!
É uma constatação que assusta a alguns, mas que na doutrina espírita
encontra um lenitivo, porque nela se diz que, aqui no planeta a vida é
transitória, porém noutra dimensão é onde encontraremos a verdadeira vida...
Antes, o receio de morrer residia na preocupação com os filhos, que
poderiam perder a presença masculina no lar. Hoje, todos adultos, uma tênue aflição
perpassa pela ideia se poderei conviver muitos dias com todos os netos, se Deus
me permitir...
Assegura a doutrina espírita que a vida neste planeta (que considera
secundário), é para uma espécie de expiação, por faltas antes cometidas, e que,
agora, na busca de um aprimoramento negado em vidas passadas, nos dá a chance
de uma recuperação moral.
E essa consciência da finitude nem sempre é considerada pelas pessoas que
se encaminham, desde que o mundo é mundo, para a maldade e para as transgressões,
deixando de optar pelo bem, quando nem dos mandamentos de Deus (as 12 Tábuas)
se valem para praticar a virtude.
Não nos esqueçamos que a omissão e a
negligência serão ponderações analisadas pelos Anjos, Arcanjos e Querubins
sobre a nossa atuação terrena.
Até
porque, se na justiça dos homens a omissão e a negligência são ponderadas como
faltas graves, imaginemos do que poderá prevalecer como punição divina àqueles que
cultivem esses dois pecados...
Particularmente a mim, que amo viver,
reconheço a nossa finitude, a partir da decadência física que nos impele a
tentar cuidar do corpo e da mente, visando a coroar esforços para manter a
nossa estrutura corpórea apta a enfrentar a velhice, embora saibamos que, na
outra ponta, há um sininho a nos lembrar das limitações impostas pelo correr
dos anos, razão de sermos empurrados para a reflexão sobre as ações e decisões
que tomamos nesta vida, inclusive porque todos (ou quase todos) temos a
consciência de que eterno só Deus.
Ora, desconhecer o princípio de que somos
finitos e que devemos zelar do corpo e da mente e esquecer, além do mais da pratica
do bem, sermos generosos, altruístas, idealistas, cultivando, assim a compaixão
e a misericórdia, não é elevar hinos à inteligência e à sabedoria.
Sendo de formação católica, mesmo assim, me
encaminho para o pensamento espírita que o mal praticado aqui neste planeta, só
poderá ser reparado via uma reencarnação, acaso o arrependimento e a expiação surjam
de maneira sincera no novo horizonte de nossas vivências. Só assim a nossa
evolução moral será autorizada. Para tanto, o livre arbítrio será sempre
permitido.
E essa liberdade outorgada nos leva a
cultivar o mandamento de Ella Wheler Wilcox “Tu és o arquiteto do teu próprio
destino. Trabalha, espera e ousa”...
Marta Antunes de Moura nos alerta, referindo-se a Emmanuel, que “a
provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do
trabalho e da edificação espiritual”.
E poderia acrescentar o pensamento rotariano
que induz à filosofia quando se refere a necessidade de fazer o bem: “Dar de
si, antes de pensar em si; mais se beneficia quem melhor serve” e o Clube Lyons
caminha na mesma direção com a sua filosofia “Quem não vive para servir, não
serve para viver”.
Importa dizer que, na vida da raça humana, é
imprescindível o fazer o bem, jamais o mal. Fazer o bem é o que importa nessa
travessia, cuja ponte nos leva a um percurso relativamente longo, desde o nosso
nascimento até nossa morte.
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