Terça-feira, 13 de agosto de 2019 - 11h06
Eurácio Torito e Artuzin Pedregoso são dois homens valentes e desconheço macho mais macho que esses dois!
Então de frente para um prato de comida, embora me custe muito a reconhecer, mas duvido que, nesta galáxia exista alguém mais destemidos, mais intrépidos, assim como esses dois, que, por sinal, embora valentes e destemidos, não ofendem a comida que comem...
As mulheres de ambos adoram a brabeza desses dois homens brabos! Será?
Mas, tem um porém... Sempre tem um porém... Esses dois não têm medo das respectivas mulheres, não!
Eles têm é pavor!
Imaginem os senhores que, no bar e restaurante de Frutuoso Magalhães, cheio de passantes, entre uns goles de cerveja quase gelada, sem saber que a sacrossanta esposa se aproximava, Eurácio disse:
–Minha mulher me obedece em tudo! E, ai dela se me desrespeitar, seja em público, seja no privado, pois sou capaz até de agredir a Maria da Penha...
E Artuzin Pedregoso já meio grogue decretou:
–Comigo também é “ansim” (Pedregoso às vezes falava errado), mulher minha eu conduzo com mão de ferro!
Ocorre que, a exemplo de Torito, Artuzin não viu, porque de costas estava, a chegada da sua consorte, alta, forte e disposta. Acolitada pela companheira do primeiro.
E as duas puderam ouvir o diálogo fantasioso dos seus maridos, pois tinham “ouvidos de tuberculoso”.
–Quê que você anda falando, cabra da peste? Indagou resoluta a mulher de Artuzin Pedregoso, neta de Paraibano.
–Repete se tiver coragem, homem! Devolveu, bastante contrariada com o rumo da prosa daqueles dois, a já enfezada fera de Eurácio Torito.
–Oi, amor, é você? Foi a reação instintiva de Eurácio, com os cabelos do suvaco devidamente arrepiados. E, amarelando, trancou-se num mutismo que envergonharia os pais se o vissem trêmulo e tartamudeando, gaguejando mesmo.
–Minha vida, sois vós? Acabei de pensar em você e tentava contar aqui para Eurácio, a história de Yolando Nepomuceno, um homem sem personalidade que, ao contrário de nós, tem verdadeiro pavor da famigerada mulher, que o tem com cabresto curto.
–Não foi isso que ouvimos, bando de covardes! Repitam se forem machos!
Eurácio Torito urinou-se! O bar estava cheio de clientes e as mulheres falavam alto. Só Artuzin, num fio de voz, tentava ganhar tempo.
–Nós falávamos da admiração que tanto eu como Eurácio temos das nossas esposas, sentimento com que concordamos, pois somos casados com duas damas, bem educadas, bem humoradas e refinadas, estruturadas no melhor conceito da SOCILA, razão do nosso orgulho e veneração. E, Artuzin começou a chorar, bastante emocionado. E falou sem erros de português, de concordância e com eloqüência invulgar.
Só aí que Eurácio, refazendo-se, respirando e suando bastante, ousou dizer:
–Era o que estávamos dizendo! Ainda bem que nós somos bem diferentes do Yolando Nepomuceno, um pau mandado pela megera da mulher, com quem vive amancebado há mais de 30 anos.
Eurácio nem viu, mas Yolando Nepomuceno acabara de dar entrada naquele bar e não se soube se a violenta companheira dele chegou a ouvir aquelas contundentes palavras sobre sua decifrável pessoa...
–E aproveitem, seus mequetrefes, aviem-se, puxem no rumo lá de casa, porque já beberam demais!
–Pedindo “ansim com inducação” nós concordamos! Vamos Eurácio! É o que eu já ia lhe recomendar...
E
eu para constar lavrei a presente ata/discussão, bastante desorientado com
aqueles dois homens brabos...
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