Terça-feira, 26 de novembro de 2019 - 09h03
Assim, depois de ”uma
noticia tão rude, nem sei como pude chegar ao portão” para passar a escrever,
apesar da dor, pungente dor, que me envolveu, ante a informação de que Euro,
mon oncle, havia partido no rumo da eternidade.
Desde 1983, quando
retornei a esta terra abençoada, que nossas vidas passaram a ser tecidas com os
sentimentos do amor, afeto, carinho, respeito e admiração, apesar de conhecê-lo
desde que eu tinha 10 anos, na primeira visita à então capital do Território.
Lembro-me que, junto
com o meu pai, Paulo Saldanha Sobrinho, meu tio João Saldanha e meu irmão
Kleber fomos à redação do Jornal “O ALTO MADEIRA” e festejados por ele e pelo Ary
de Macedo naquele ambiente de noticias, ali na Praça Jonathas Pedrosa, na rua
Barão do Rio Branco.
O tio Euro sempre
contava que, quando criança, teve que arrancar um dos seus dentes de leite
mediante a ação prática do meu saudoso tio, o coronel Saldanha, tendo merecido
ganhar umas balinhas porque, sem choro algum, permitiu a extração, mesmo sem
anestesia.
O Pai dele, Homero
Tourinho, um representante da autoridade fiscal matogrossense, era amigo do meu
parente, cuja relação se transferiu para a segunda, terceira e, hoje, quarta e
quinta gerações de nossas respectivas famílias.
E eu e ele sempre
valorizamos esse vínculo que se eternizou no tempo, nas nossas conversas e
agora nas minhas saudades.
Vou recordar-me do tio
Euro como um mensageiro do bom humor, da sabedoria, da humildade, das palavras
doces, do otimismo... tinha “sacadas” rápidas e inteligentes e jamais o vi
levantar a voz para uma pessoa.
O Lucio Albuquerque nos
ensinou que o “Euro era tido como parte da história de Rondônia, que ele mesmo
ajudou a escrever em ocasiões as mais diversas”.
Verdade
verdadeiríssima! Eis que se trata de representante de uma família bem antiga e
ele vivenciou as fases desta parte da geografia amazônica, desde que era Mato
Grosso, depois Território, até virar Estado. Testemunha ocular da derrubada da
última árvore, pelo Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira,
na região de Vilhena, quando foi oportunizada a ligação, através da então BR
29, de toda a região com o centro sul.
Do nosso último
encontro, jamais idealizado como o derradeiro, deu-se no Cantinho Regional, da
sua nora Fátima, na companhia do filho Eurinho, da outra nora Cecy Helena e da
minha mulher Olgarina (no encontro anterior em set/19, merecemos a presença do
seu filho médico Eudes Tourinho), quando festejamos a vida com recordações bem
humoradas, bem ao seu estilo.
Ele foi grande nas
lições de vida, na disseminação do bem aos mais jovens; foi enorme na exaltação
das virtudes humanas, da humildade, da compostura, da paciência e, enfim, da
dignidade.
Como atributo da sua
missão aqui no planeta ele e sua Maria do Carmo Kang Tourinho, construíram rica
e abençoada família, cujos filhos e netos vão brilhando lá fora do Estado e cá,
dentro dos nossos limites, prosperando e fazendo prosperar a honra, a lealdade,
a devoção à amizade sincera perante outras almas e outros espíritos com os
quais estão unidos.
Sua estatura pequena
não escondia o tamanho estratosférico da sua personalidade altiva e cativante.
Era gigante nas relações humanas! Sabia ouvir e nos deixava falar, emitindo as
nossas opiniões, concordando ou discordando de forma habilidosa. Era um ótimo
exemplo e excelente paradigma!
Na ordem maçônica subiu
a escada e chegou aonde poucos chegam, como criativo obreiro do Grande
Arquiteto do Universo, com quem está dialogando neste instante... e nem
precisou pedir audiência, posto ser bom e chegou, como sempre, de bom humor...
Ele, como a Irene, de
Manoel Bandeira, nem precisou agendar e foi subindo, subindo... São Pedro
atento lhe disse: entra, Euro! nem precisa pedir licença...
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