Quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015 - 09h06
Aprendi por ai que a definição para Mercado poderá ser “Lugar público onde se compram mercadorias postas à venda; ou ainda um ponto onde se faz o principal comércio de certos artigos”. Mas o lugar onde tento comprar o meu produto escafedeu-se!...
Os operadores especializados e/ou ligados ao Mercado de Capitais o definem como “onde se operam ações, títulos e valores mobiliários, constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas”. Procuro títulos de canções, porém, não os encontro...
Também aprendi que o Mercado é uma Corporação que se auto disciplina nas águas da prepotência e da arrogância dos falsos guizos pseudo-divinos, que os vivaldinos dele se valem para, em seu nome, especular e obter ganhos com a sua esperteza, já que nem sempre o Estado atua –para corrigir os desvios– na velocidade desse ardiloso espectro, que age na sombra, parecendo não ter um lugar certo, nem alma, nem corpo, mas que pune os incautos.
Todavia, atua através de conhecidos ingredientes como o boato, disseminando fofocas, que o especulador lança ao léu para, depois, colher frutos que a apenas alguns o estratagema irá beneficiar. O mercado de ações e do dólar exemplifica a forma desleal como é ele exercitado. O resto, no caso, nós, que nos lixemos...
É mais um (entre tantos) dos pecados do embrutecido e selvagem capitalismo, doutrina que, na outra ponta, também tem suas virtudes...
Não desejando, todavia, fugir da lógica a que me propus, em tom pretensamente professoral, desejo questionar se “mercado é mesmo o local no qual agentes econômicos procedem à troca de bens por uma unidade monetária ou por outros bens. E se esses tendem a equilibrar-se pela lei da oferta e da procura? Ou será que é uma teoria não provada ou, no mínimo, discutível. E continuo com minhas dúvidas... O mercado discográfico peca pela insensibilidade!
Ocorre, que esse mercado onisciente e sub-reptício, que vive encastelado nas pátrias, atuando de forma quase sempre mesquinha e abespinhada, está desatento a uma fatia de compradores potenciais, que desejariam colocar dinheiro num segmento, seja porque se trata de um publico cativo, constituído de indivíduos com mais de 60 anos, herdeiros de uma geração que lhe transferiu o gosto musical de uma época, posto que viveram ouvindo as melodias que seus avós e pais curtiam, mas que, por força dos ritmos atuais, foram escanteados pelas rádios e pelos canais de TV, que passaram a erguer templos para o FUNK, SOUL, BLUES, JAZZ e ROCK e outras padronagens, inclusive o Sertanejo (que, que menos, ainda, aqui e acolá participam da ciranda televisiva e radiofônica) em prejuízo do cancioneiro que sabe se enternecer com o lirismo de um samba-canção, marchinha, marcha-rancho, valsa, bolero, tango, por exemplo.
Logo mais a seguir listo uma relação de cantores cujas melodias ainda comovem ouvintes e apareceriam nos IBOPEs da vida se lhes dessem vez e voz. Mas nem vou falar de Elis Regina, Clara Nunes, Altemar Dutra, Jessé (falecidos) porque já nasceram consagrados a partir de 1960.
Valendo-me da frieza da palavra MERCADO, mas, em nome da geração, nascida entre 1945 e 1960, por ele negligenciada, destaco que existem mais de 23,5 milhões de consumidores que idolatram as músicas lançadas no cancioneiro popular brasileiro por um Francisco Alves, Gastão Formenti, Vicente Celestino, Carlos Galhardo, Nora Ney, Dalva de Oliveira, Marlene, Dorival Caymi, Dircinha e Linda Batista, Alcides Gerardi, Albertinho Fortuna, Orlando Silva, Elizete Cardoso, Silvio Caldas, Carlos José, Ângela Maria, Agnaldo Rayol, Agnaldo Timóteo e tantos outros, (vivíssimos) cujas edições bem que poderiam ser regravadas por talentosos, imaginativos e criativos cantores atuais, com vistas a abençoar os dias e as noites de nossos velhinhos, compradores efetivos desse insensível mercado, que não valoriza a saudade, que vem envolvida nas lembranças que traduzem a demanda não satisfeita desse público tão importante quanto os punkeiros e funkeiros.
Uma exceção, diante de tanto abandono: o programa do Ewerton Leoni —“Quando bate a saudade” me parece íntegro posto manter a chama acesa dos sentimentos que ainda “batem” forte na alma dos “da terceira idade”.
Importa expandir um raciocínio financeiro para situar um público ativo de 23.500.000 pessoas. Ora, se 15% desses, ou seja, mais de 3.525.000 de sexagenários abandonados e relegados pela mídia e pela insensibilidade do marketing das gravadoras, representam compradores potenciais, no mínimo, importa afirmar que deixam as gravadoras de faturar ponderáveis REAIS, ou em CDs ou em DVDs, porque vão balançando a cabeça negando o direito a essa inclusão para os nossos velhinhos aposentados e marginalizados, cidadãos do genérico, garotos Olmetec, e meninos Glifage... mas que amam ouvir aquele legado musical.
Todavia, o que se vê: a produção de programas como DOMINGÃO DO FAUSTÃO, DOMINGO ESPETACULAR, SILVIO SANTOS desde há muito deixam de prestigiar uma Ângela Maria, por exemplo, Agnaldo Rayol, Agnaldo Timóteo, ou até cantores mais moços, que poderiam interpretar as melodias destinadas a enternecer a geração aqui assinalada, provocando, quem sabe, reações positivas, pelo paradigma que possam representar, influenciando o grupamento dos autores mais modernos, via a necessidade de agenciar mudanças com vistas a observarem o estilo e a forma dos mais antigos, que sabiam fazer letras com começo, meio e fim, sem agressões ao vernáculo nacional e às rimas virtuosas, canções aquelas inteligentes e de bom gosto.
Afinal, copio uma frase de uma propaganda de um produto lançado no passado: “EVOLUIR FAZ BEM”!
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