Segunda-feira, 27 de agosto de 2018 - 22h20
Mister Gerald é demais! Tem muitas histórias para contar, algumas quase trágicas, outras hilariantes!
Um dia, e lá se vão quase 44 anos, ele, ao lado da charmosa esposa, grávida de 8 meses, foi à exposição no Parque dos Tanques, em Porto Velho, ali na Avenida Lauro Sodré.
Já com noite alta caminhavam no rumo do que poderia ser a praça de alimentação. Ele sempre gostou de umas cervejas. E lambia os beiços sonhando com umas Brahmas! E com a escuridão, não atinava o motivo de tanta gritaria, alertando que o Diamante Escuro, o touro bravo, preto, fumegante, soltando fumaça pelas ventas tinha se soltado...
A fera não enjaulada já tinha atingido uns cinco homens até que o surpreendeu a dois metros de distância. Só teve tempo de empurrar a esposa para o lado e procurou agarrar o bovino pelos chifres. Com força sobre humana, testa com testa com o endiabrado, e, sem querer fugir do bafo “caliente” que o encantou, espetou com o cabelo duro os olhos do animal enlouquecido.
Teve uma hora que o marruá, conseguindo desvencilhar-se do abraço humano virou a cabeça e quase nocauteou o Mister Gerald, ferindo-o na boca. E ficou jogando o nosso herói para o alto que, ao cair ficou bastante machucado nas costas, com enormes hematomas. Meio tonto desguarneceu seus sentidos, no instante em que o desengonçado ruminante, aproveitando-se da momentânea insegurança do grande nocauteador de temerários, nos ringues de Pernambuco, fez-se por cima dele, fuçando-lhe o cangote, produzindo arrepios delirantes.
O macho reprodutor ensandecido parecia gostar daqueles instantes de quase ternura, quando mister Geraldo deu um carpado tentando inverter a posição deprimente em que se encontrava.
Ele desejava ficar por cima... mas, o Diamante Escuro atento aos movimentos quase ternos de Mister Gerald, num jogo que mais parecia de sedução explícita, raciocinando rápido, percebendo a ardilosa manobra do adversário, saiu debaixo do humano e continuou em cima.
A suave esposa gritava pedindo socorro... E ninguém se atrevia no interesse da salvação. E Mister Gerald continuava na subalterna posição, subjugado.
Como homem afeito a aventuras e sabendo que deveria improvisar uma saída honrosa, eis que Gerald, retirando do bolso um canivete marca Onça conseguiu abrir e, ao reconhecer o ponto sensível da geografia do brutamonte, discretamente, tocou com a ponta nos escrotos do meliante que, urrando de dor, saltou para o lado e soltou o ser branco que dominava.
Gerald sangrava pelo lábio superior e, com algumas escoriações subiu num caminhão que desembarcava umas cervejas. Lembrou-se da generosa esposa e viu que já estava em segurança.
De cima do caminhão chamava o parente dos búfalos para mais embate com os punhos cerrados. Mas, o vadio perdia sangue pelos bagos e pressentia que poderia perder a sua virilidade. Refiro-me ao Diamante escuro.
Uns peões, depois, laçaram e prenderam o tal touro que lançava olhares sedutores faiscantes para o Pernambucano de Jaboatão dos Guararapes, que, magoado nem retribuía, tentando secar o sangue que insistia em fluir do canto da boca e gemia num dos enclaves do veículo, em face dos calombos no seu costado e nos ombros.
E, Mister Gerald, saiu do Parque de exposição, sujo, cheirando a boi, com uma mistura de suores dele com os do audacioso animal, amálgama conseguida quando esteve ora por baixo da fera, ora quando o bicho sanguinário esteve por cima dele...
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