Quinta-feira, 21 de novembro de 2013 - 16h47
Assim como na vida, durante o dia, o tempo, às vezes céu azul transforma a manhã clara em tarde escura e encapela as águas do rio, das baías e lagos a um nível ameaçador!
Assim como na trajetória de alguém, o presente fecundo poderá engendrar futuro ingrato, caso não se pratique a prudência, não se avalie o momento de focar no porvir, não se considere que o hoje condiciona o amanhã, como exige a racionalidade do princípio da semeadura livre e colheita obrigatória!
Assim como a noite de Lua Azul de ontem (a Lua Azul é um espetáculo especial, de máxima plenitude e acontece em média, uma vez a cada dois anos) de bons presságios, não é certeza de um dia seguinte igual, pois nasce diferente, com céu encoberto de nuvens plúmbeas, raios e trovoadas, com abundantes lágrimas fortes descidas do alto, com faíscas incendiárias...
Assim como o início da viagem pode soar alegre e temperado de sorrisos e a chegada bem sucedida, após trajeto sossegado e manso, esse simples ato de viajar encerra risco próprio e pode transformar-se em tragédia, seja por força maior (atos de Deus) ou, o que é mais frequente, por conta dos elementos da culpa — a imperícia, a negligência e a imprudência do comandante, seja de navio ou de avião, ou do ônibus!
Assim como o início de um relacionamento amoroso vem envolvido de intensa expectativa de plena felicidade a dois, o seu objetivo final pode malograr-se porque o casal não sabe cultivar a humildade, jardim espiritual onde vicejam flores delicadas, sensíveis ao grau de atenção, cuidado mútuo, evitando-se a dureza de palavras, às vezes pronunciadas no calor de uma discussão; sensíveis à prudência e a poupança para se evitar improvisações; sensíveis à suavidade dos gestos, palavras e ações, pois as grosserias sufocam e calejam, liberando como se fossem comportas que represam a água, ações negativas por conta da violência física contra a mulher, que, infelizmente, nem a Lei Maria da Penha conseguiu reduzir até agora!
Assim como um romance concebido, estruturado e escrito em cima de uma linda história, com desenvolvimento criativo e inteligente, assim o seu final pode ser decepcionante, segundo o olhar de um leitor mais exigente ou de menor alcance quanto à mensagem do escrevinhador!
Assim como uma noite de amor, de entrega sôfrega, alucinada, pode indicar o êxtase da paixão irrefreável, cujas lembranças transmudam-se na decisão corrompida que enfeixa a crueza de um aborto proibido pelas leis dos homens e de Deus.
Assim como uma linda paisagem pode servir de inspiração a um artista maior, o quadro que a reproduza, seja composto com cores de tintas multicoloridas, poderá ser maculado pelo momento vivido pelo autor de temperamento instável, num momento de fúria descontrolada!
Assim como a canção clássica assoprada pelo querubim de plantão aos ouvidos do musicista que capta a melodia, enlevando-se com sentimentos superiores, na outra ponta o medíocre desarmonizado com as vibrações sublimes só consegue criar vulgaridades, muitas vezes com letras ofensivas, fesceninas, licenciosas, que as rádios divulgam sem critério, incentivando o deboche!
Assim como um poema que nos toca a alma –e a faz vibrar– nasce do instante maior de inspiração do Alto, interceptada naquele instante por um espírito inteligente e sensível, em fina sintonia, o oposto — existe como regra no Universo, o negativo e positivo, o Bem e o Mal — também acontece. Da boca ou da pena do desvairado, do insensato, enfim, do malvado brotam palavras agressivas e a pena dissemina sementes nocivas, que espraiam ódio, origem dos recalques, frustrações, guerras, massacres e conflitos raciais.
Assim como a mão do músico retira do instrumento a sonoridade que imortaliza os agradáveis arranjos e os acordes da canção de ninar, no mesmo momento, nas ruas, a mão do assassino aperta o gatilho que produz a morte do adolescente e do chefe de família ou de qualquer passante menos cauteloso!
Assim como o habilidoso cirurgião consegue extirpar o tumor maligno que esvaziava a vida do paciente, virtuoso ou pecador, outras mãos podem movimentar ações potenciais que levam à eutanásia!
Assim como o cérebro que idealiza projetos e programas sociais, com fecundo ânimo atenuador de males, a mesma cabeça pode dar uma guinada de 180 graus para ver-se falsamente como triunfador da nulidade, próspero agente da desonra, cortesão da injustiça, intermediador da maldade e disseminador da desonestidade.
Assim como a boca que repete as orações pedindo a paz e a harmonia poderá ser a mesma voz que incita a guerra, a desonra e o aniquilamento da humanidade!
Assim como o corpo vívido que se oferece à Pátria, em defesa das famílias e do solo Mãe Gentil, poderá ser a mesma estrutura forrada de bombas para imolar-se, servindo de instrumento de morte no atacado, apenas para fins políticos, sem se preocupar com os inocentes atingidos pelo fanatismo e pelo deletério fundamentalismo irracional e injustificável!
Assim como a mão do religioso que abençoa fieis e seguidores poderá ser a mesma mão que amaldiçoa e abandona a filha, mãe solteira, desgarrada, em face da truculência que nutre a própria intolerância!
Assim como a mesma corrente que segue o líder carismático poderá ser fonte para a sua derrubada, como aconteceu a Robespierre, “O Incorruptível”, político e advogado, líder da Revolução Francesa, guilhotinado aos 36 anos por sua gente!
Assim como a plêiade de seguidores celebrantes de uma procissão em honra e glória do Jesus, o Deus vivo, poderá ser a mesma que o negará febrilmente, outras vezes, como repetição de atos humanos já sabidos, materializados há mais de 2000 anos...
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