Quinta-feira, 5 de julho de 2012 - 21h49
Interessante! Cheguei bem cedo para trabalhar e olhei em direção ao Leste, pela esquerda e vi que o sol ainda estava no seu leito sideral, no mínimo, espreguiçando-se, pois a madrugada fria ainda reinava na escuridade.
Pontos de luzes no firmamento davam a cadência a uma marcha chamada movimento, mas, tão cedo, não indicava que o Astro Rei iria tripudiar.
Noite sem lua, que se despedia um tanto rancorosa! No alto muitas estrelas, mas imagino que se ela, a lua, estivesse brilhando soberana, mediante o movimento já observado faria um muxoxo com os lábios, lamentando a substituição recomendada, segundo um cerimonial previsto no universo: depois da escuridão da noite o dia desponta poderoso com toda a liberdade.
Nenhum astro isolado foi visto! Mas uma multidão delas no céu me remeteu para o surgimento da lenda da estrela solitária, aqui na terra.
E de repente, com olhos abertos piscando lampejos incandescentes, expressão marota, fazendo uma espécie de alongamento, um braço foi erguido, o outro também, um suspiro demorado concorreu para que as pernas do astro maior se mexessem; um tom avermelhado surgiu lá longe, um pássaro cantou tão perto, o dia começava...
Naquele instante sublime me lembrei que na Mitologia eu encontraria a definição para o nascimento de uma estrela superior, até porque ela, a mitologia, nada mais é, segundo o Aurélio, do que “conjunto dos mitos próprios de um povo, de uma civilização, de uma religião, etc, etc.”...
E eis que o sol cumpria a liturgia rendendo o satélite presunçoso, que se imaginava mais importante, imitando reações humanas típicas dos terráqueos mal formados, arrogantes, despossuídos de humildade e de “desconfiômetro”...
O dia nascente bem que prometia, pois já agia, agitando o pedaço, abrindo um sorriso largo e animado; o Sol por ser dinâmico transluzia, estendia-se em sorriso, quase gargalhando... seu sono fora reparador. Momento propício para a resolução de uma equação histórica apta a ser resolvida (?). E dei tratos à bola.
Afinal, uma das galáxias, toda faceira, ar sedutor, adornada com jóias caríssimas e perfumada, presenteou-lhe com um sorriso daqueles e profundo olhar lânguido e cheio de graça... momentos mais tarde despediu-se, exausta, cabelos em desalinho, bem suada, porém estava feliz... é que experiente, premiou-lhe com carícias tais, a partir da criatividade irreverente e intensa como ela, só ela, sabia transferir e doar.
Todavia, aqueles apaixonados nem desconfiaram, pois de um dos cantos próximos de Netuno, a Via Láctea, não obstante tão excitada, ante as cenas observadas, mas extremamente invejosa, filmou através de um equipamento de quinta dimensão, com riqueza de detalhes, os lances e os sons captados durante aquele acasalamento.
Ganharia dinheiro como paparazzi celestial, vendendo aquele encontro clandestino para a mídia duvidosa existente no espaço astral.
Chantagem pura!
Ou se embalaria no calor daquele corpo tão desejado, ou extorquiria dinheiro! assim, então o objeto de sua cobiça deveria favorecê-la com a dádiva dos momentos luxuriantes, comprovados com a outra, plenos de lascívia ou, caso negativo, o ameaçaria com a revelação do clima “caliente”, escandaloso, cuja privacidade do casal tornaria pública.
Coisas de namorada se fosse rejeitada...
O Sol, coitado, fora flagrado numa cena para lá de condenável, posto as cobranças que se lhe faziam, em face da exigente sociedade universal, visto seus compromissos éticos, morais e religiosos, pois tinha jurado cumprir um celibato absoluto, cuja castidade seria decantada desde os primórdios dos mundos.
Escândalo que daria panos para as mangas, haja vista a figura emblemática do Astro-Rei, que jamais poderia conspurcar, (nem por fração de seu corpo celeste) o seu DNA tão nobre, mormente com galáxias da qual faz parte, ou luas e nebulosas, consideradas na visão do firmamento como entes secundários. Como se sabe o Sol é estrela integrante da Via Láctea, com íntima ligação, digamos, “consangüínea” tão próxima, que poderia descambar na degeneração da descendência
Ocorre, que as pressões exercidas foram tantas que o Sol, ao receber uma versão do filme em que aparece numa cena altamente comprometedora, chamou a Via Lactea para uma conversa...
Pisando em ovos o Sol foi “fritado” por ela, a Via Lactea, e, entregando-se, se submeteu às exigências, pois não conseguiu fugir àquele violento desejo de posse e foi amando-a de forma tresloucada, consumando o assédio que ele não liderou. Mas, repetiu tantas vezes quanto pôde os momentos de amor desenfreado.
Como estivesse no período fértil, a Via Lactea engravidou, resultando desse amor clandestino o nascimento da constelação do Cruzeiro do Sul. No seu núcleo uma estrela de grandeza ímpar, brilhou intensamente! E o Criador, decepcionado, puniu os amantes enlouquecidos, sacramentando-a como a menor entre os demais 88 dos grupos estelares. Mas, antes, para que o rebento jamais fosse considerado “Filho da Outra”, obrigou-os a casar.
Apesar de pequena, mas em consideração aos serviços anteriormente prestados pelo Sol aos filhos do poder divino, Deus deu a esse rebento a condição de integrar umadas mais notáveis constelações e, ainda, permitiu que, a partir do inicio dos anos 1900, numa bandeira e numa camisa tremulasse a soberana estrela, primeiramente nas terras cariocas, depois no mundo todo, ela a simbologia maior de uma constelação que pontifica no hemisfério Sul para deleite da humanidade e de todos os homens de boa vontade.
E assim como na música Estrela do Mar, “se houve ou se não houve alguma coisa entre eles dois, ninguém soube até hoje explicar; oque há de verdade, é que depois, muito depois apareceu” a Estrela Solitária para se amar e respeitar. E ai surgiu o verbo “Botafogar” que quer dizer: afagar, ninar o Clube símbolo de uma estrela maior.
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