Terça-feira, 11 de agosto de 2015 - 20h04
Bem, essa expressão é antiga, pode significar um tipo de calçado que se usa por cima do sapato que não se deseja sujar nem danificar. A melequeira deverá ficar na galocha, não na peça de couro de estimação.
Mas poderá ser uma pessoa chata, invasiva, desconhec
edora de limites; quando chega num ambiente, as pessoas fogem dela.
A galocha é construída para ser resistente, igual aos chatos que subsistem no tempo e se fixam nos ambientes de trabalho, nos clubes, nos eventos sociais. Tentam ser sócios e parceiros instigantes e intrigantes numa sociedade.
É como se os chatos vestissem ou, no caso, calçassem as galochas virtuais para impor suas presenças desagradáveis num evento, numa solenidade, reunião ou serviço, sempre com tiradas inconvenientes, fora de hora e de propósito, fugindo às regras da boa convivência social. É figura que resiste ao tempo, igual uma galocha faz protegendo o calçado que se deseja resguardar.
Mas ninguém deseja guardar para si um chato de galocha... Nem no ambiente onde labora, muito menos no círculo social, religioso; nem no colégio, muito menos na universidade... Mesmo nas zonas do baixo meretrício o chato não será aplaudido.
No meu tempo de estudante eu ouvia as coleguinhas desabafando, por exemplo, por causa do comportamento desajustado de alguns a quem já alcunhavam de chatos de galochas, fosse porque se achavam galãs e “cantavam” todas as meninas que estivessem passando, com as frases já ultrapassadas no grupo dos poetas de quinta categoria, fosse porque, com aquele “bafo de onça”, desejavam conquistar aquelas princesas falando barbaridades que jamais as enterneciam, ao contrário. Inclusive provocavam reações hilárias, desconcertantes, culminando com o abandono do “mocinho” no salão de festa.
Outros se achavam dançarinos profissionais e faziam piruetas como se estivessem num palco de circo, provocando risos e recolhendo vaias e impropérios.
Alguns poucos, em função da bebida ingerida, partiam cambaleando para o sacrossanto momento do convite para a dança, falando frases desconexas que irritavam a moça escolhida para o rodopio no salão.
Uma noite, no Helênico Libanês de Guajará-Mirim, presenciei um chato de galocha dançando com uma socialite local, comendo uma coxa de galinha enquanto a fazia deslizar na pista reservada às danças. Imagino as mãos sujas de óleo e com as laterais dos “beiços” todas melecadas em nome do amor!
Péssimo gosto dela ao aceitar esse acinte! E dele por cometê-lo, depreciando-a como mulher e partner.
O chato ou o chatonildo, via de regra, deseja agradar. Mas cada gesto que move traduz-se como aborrecimento e desagradabilidade, ainda que possa eventualmente tentar ser pessoa carinhosa, afetuosa e simpática. O enfadonho não convence: tem estampada na face e nos gestos a chatice mais profunda, aquela que agride, aquela que fossiliza...
Havia os chatos que nos visitavam após o almoço. Chegavam impedindo que a família curtisse a folga do sábado e do domingo. Apareciam sem marcar hora e nos “alugavam” durante parte da tarde.
E há ainda aquele chato que é o inventor de tudo que já fora criado antes mesmo dele nascer! Na sua resoluta opinião é sempre o mais sábio, o mais inteligente e o mais pragmático... Na sua visão muito própria e abalizadíssima, é o mais preparado sempre!
Enfim, o chato de galocha é criatura muito maçante, inconveniente, insuportável e irritante! (não gosto do termo, mas a televisão já mostra descaramento ao se referir a ele: é um pentelho!)
Sim, pentelho, falado e repetido pelos chatonildos que apresentam os programas televisivos. E é nesse segmento que os chatos de galocha viram unanimidades locais, regionais e nacionais.
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