Sexta-feira, 13 de abril de 2012 - 09h23
Mas deixai, meus senhores, que eu me inspire em Paulo Setúbal e comece esta narrativa dele me valendo, para, de forma contrita, poder ainda emocionado, homenagear os “MENINOS E MENINAS” do eixo Guaporé/Mamoré.
É que no dia 10 de abril, data magna do município guajaramirense, eles foram distinguidos pelo Governo de Rondônia, através do Governador Confúcio Moura, que lhes outorgou a Medalha do Mérito Marechal Rondon, ouvido o respeitável Conselho mantenedor da honraria.
Mereceram a distinção duas Instituições respeitáveis (o 6º Batalhão de Infantaria de Selva e a Comunidade do Divino Espírito Santo) e, na ordem alfabética Claudio Furlanetto, Estela Madeira Casara (in memorian), Francisco Assumpção, Izabel Assunção, João Sebastião Clímaco (in memorian), Matias Alves Mendes, Renê Soto, Rubens Cruz Rodrigues, Simão Salim e Wilson Fernandes,
Ao lado da autoridade maior do Estado, tivemos a enorme satisfação de aplaudir, enaltecendo o seu povo, que o viu menino, calça curta, pescando no barranco do rio Guaporé, a ele, uma das nossas contribuições de hoje ao Estado de Rondônia (o outro é o Sales, da Emater), ele, o Grão Mestre da Maçonaria, ele, o Advogado brilhante, ele, o Chefe da Casa Civil, o grande orgulho do eixo Guaporé/Mamoré, o Juscelino Amaral, humilde, atencioso, pragmático, sorriso aberto e coração magnânimo, um garoto ainda, inteligente e educado, plugado no futuro, que lhe é grandioso, ante as virtudes que o enaltecem porque a sua essência não se modificou.
Porque estudou, após descer o rio que abriga o sagrado vale, em busca da intelectualidade, cresceu como pessoa e evoluiu, ganhando conhecimento, mercê da sensibilidade que se transforma a cada dia em mais sabedoria, sem desvirtuar-se do caminho ensinado pelos pais e pelo tio-avô, o Mestre Anacleto Lisboa.
E eu, numa das cadeiras, “emocionado” com as emoções que aconteciam, imaginava, enquanto a solenidade transcorria, que aqueles destemidos pioneiros que o nosso hino trata de forma retumbante, poderiam estar ali, em espírito, orgulhosos e saudosos, abençoando os agraciados, seus filhos ou seus netos.
E a nostalgia me trouxe a recordação que aqueles meninos ou vieram mesmo das barrancas do rio Guaporé, nos núcleos como Rolim de Moura, Pedras Negras, Santa Fé, Forte Príncipe da Beira, Conceição, Cautário ou então responderam presente no Rio São Miguel, onde nasceram, lugar em que pontificava a hoje ecológica LIMOEIRO, eternizada no saudoso olhar de seus filhos. Os demais enriquecem física e espiritualmente a cidade margeada pelo caudaloso rio Mamoré.
Quem sabe se naquele instante, ao lado de cada um dos homenageados o José Inácio Madeira e a própria Estela Madeira Casara, o próprio João Sebastião Clímaco, José Almeida, Dioneia e Paulo Cruz, João Laudelino Mendes da Cunha e Galdina Alves Mendes, Felipe Simão, Sucena Abud Simão e João Abud, os pais de Izabel Assunção e sua irmã Paula Gomes, do Francisco Assumpção, do Wilson Fernandes, “seu” Monteiro, os pais de Rene Soto, Claudio Furlanetto, todos eles não estariam energizando-os com as mãos sobre as cabeças (algumas delas já branquinhas) de cada representante dos fronteiriços, num desejo profundo, intenso, de beijá-los e abençoá-los. E ali ao lado do Chefe da Casa Civil, o patriarca Anacleto Lisboa, sorria todo orgulhoso.
Quem sabe...
E a solenidade transcorria até que a Yêda Pinheiro Borzacov, brilhante guajaramirense, filha do inesquecível Ary Tupinambá Pena Pinheiro, brindou a todos com uma mensagem em que valorizou a história, enaltecendo a figura de Rondon, momento em que louvou a iniciativa governamental em elevar homens e mulheres que, até anonimamente, tanto edificaram, tanto construíram, tanto participaram para que esta geração chegasse até aqui com as conquistas materiais que as abraçou.
E a nossa historiadora desejou ainda que novos administradores do Estado seguissem o bom exemplo do atual governo e do Governador Jorge Teixeira e jamais fizessem uma ação entre amigos, quando do reconhecimento que só deve ser outorgado a valorosos cidadãos, íntegros e detentores de ilibada trajetória. Realmente, convém colocar essa distinção nos trilhos da correta seleção e escolha, em que o MÉRITO seja realmente enaltecido.
De repente, antes das palavras calorosas da Autoridade maior do Estado, o agraciado Simão Salim, vitorioso ex-atleta, ex-executivo financeiro, advogado, com relevante folha de serviço prestada ao seu rincão, e a outros nesta Amazônia de Deus, cativou a enorme platéia proferindo, de improviso, um dos seus mais brilhantes discursos, uma evocação ao passado e aos exemplos legados, uma peça digna de registro, em nome dos homenageados, em que, ante a eloqüência, erudição e fluência que o impulsionam, mercê da cultura geral, que o instrumentaliza, talento para a oratória, que o dignifica, e, ainda, utilizando de emocionada retórica, citando sábios de reconhecido valor filosófico, transferiu as lágrimas que os seus olhos derramaram, com voz embargada, para as faces de quase todos os presentes, sentimento que fez explodir como a água represada num açude, cujas comportas ao serem abertas, não desejam continuar simbolizando aquele “imenso e manso lago verde”.
E o nosso choro valeu pela emoção que não se desejou esconder... naquele dia em que “O Mamoré parecia um lago sereno, o céu guajaramirense, um manto azulado e o mundo, bem o mundo ao derredor, parecia um sonho dourado”. Casimiro de Abreu me perdoe a invasão a um dos seus poemas.
De minha parte, dirijo como cidadão os meus parabéns ao Governador Confúcio Moura, ao Chefe da Casa Civil e sua briosa equipe responsável pelo cerimonial, tão competente e atenta, pela ornamentação e organização, detalhes que culminaram para a excelsa impressão de que os “menininhos” do eixo Guaporé/Mamoré (naquele evento ritualisticamente agraciados) se extasiaram com a homenagem, numa intensidade luminosa tal, porque sentiram que valeu a pena, para eles e descendentes, ser éticos, guerreiros, detentores da plenitude moral e intensamente laboriosos, posto que, a partir do galardão outorgado ampliaram o respeito que o seu legado, através do fecundo trabalho os transformou em pessoas emblemáticas, a serem seguidas por outros cidadãos, que cultivam a virtude, e, por isso, as vejam como paradigmas.
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