Domingo, 19 de junho de 2011 - 09h12
Por Paulo Cordeiro Saldanha*
Você foi morador em duas Costa Marques: uma, a Avenida, na cidade onde cresceu e foi Prefeito. Outra, no Rio Guaporé, em cuja urbe o povo o elegeu seu primeiro Alcaide (diriam os hermanos).
Você foi um rapaz intrépido e não admitia desrespeitos. Assim, numa festa, sozinho, desarmou dois forasteiros, armados um com punhal, outro com enorme faca, botando-os para correr.
Governador Marques Henriques (inauguração da Sete de Setembro), com o coronel Noronha e os prefeitos Odacir Soares (PV) e Rui Almeida (GM). |
Você foi, em face dos desígnios de Deus, o Administrador maior em dois Municípios; primeiro aqui em Guajará-Mirim, onde sedimentou sua vida profissional e onde pavimentou a sua trajetória político-administrativa. Depois, o destino o transferiu temporariamente para o Vale do Guaporé.
Você foi líder estudantil, mas, também foi bom filho, bom esposo, pai amoroso e avô cuidadoso.
Você foi tudo como servidor municipal e acabou transformando-se numa fulgurante estrela no firmamento Guaporé/Mamoré, em face do seu idealismo com que atuava no cenário regional.
Você foi um exemplo edificante como Maestro, comandando uma equipe voluntariosa quando exerceu por designação dos Governadores, durante mais de 8 anos, o cargo de Primeiro Mandatário deste Município.
Você foi Superintendente do Serviço de Navegação do Guaporé. Um dia, transformando-se em empreendedor no Setor Privado, ajudou a implantar no Rio Guaporé um novo Município. Costa Marques foi criado e ali na Câmara Legislativa pôde contribuir para a afirmação da Edilidade nascente. O povo de lá, valorizando-o, o escolheu pelo voto, elegendo-o Prefeito Municipal.
Retornando à Pérola do Mamoré ocupou novas funções, inclusive a de Gerente da ENARO, cargo que exerceu com a mesma dignidade e proficiência como se devotou nas anteriores missões.
Você foi um destemido católico e um exemplo vivo de cidadão que apreciava valorizar os eventos da Academia Guajaramirense de Letras. Nas nossas solenidades, sempre em companhia da esposa Violeta Bouchabki de Almeida, nós, os Acadêmicos nos orgulhávamos da sua presença apoiando, incentivando e aplaudindo os Saraus com os intérpretes de nossa Terra.
Você foi o timoneiro de uma família que, se num instante era o líder, ao lado da mulher, em outro momento se transformava no homem agradecido a Deus pela força que dela recolhia, para construir a sua abençoada trajetória como homem público, síntese do cidadão íntegro e competente, cujo exemplo dignificante é um dos legados que deixa.
Você foi e é o Pai do Zezinho, Tânia, Telma e Margareth, de quem eles sentem tanto orgulho, mas é também o Tio importante do Rubens, Paulo Cruz, Marlene, Marcelo, Ruiter e tantos outros sobrinhos que ficaram desde ontem, assim como os filhos, carentes da sua presença física, porém, ricamente aquinhoados das eternas saudades que cada um ao seu modo gravou com letras tão fortes, seja no cérebro, seja no coração.
Você foi um vizinho tão próximo ali na mesma quadra onde eu vivia, ladeado pelas famílias do Hélio Arouca, Severino Rodrigues Cavalcante (meu sogro) Milton Santos e Humberto Cohen Lopes.
Você foi para a eternidade, mas deixou história e mensagens de vida, exemplos que justificam a nossa gratidão e o nosso reconhecimento e que acabam exigindo o nosso pedido a Deus para recebê-lo na nova morada com as mesuras que os anjos devem àquelas figuras que, nesta terra, se transformaram em súditos de um povo a quem serviu com altruísmo e responsabilidade, com devoção e com zelo, enfim, com denodado amor cristão, facultado apenas àqueles espíritos elevados que, por isso, têm passaporte especial exclusivo para um tête-à-tête direto com Ele, o Soberano Senhor dos Mundos...
*Membro Fundador da Academia Guajaramirense de Letras-AGL e Membro Efetivo da Academia de Letras de Rondônia-ACLER.
Fonte: Paulo Cordeiro Saldanha
*Membro Fundador da Academia Guajaramirense de Letras-AGL e Membro Efetivo da Academia de Letras de Rondônia-ACLER.
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