Quinta-feira, 5 de janeiro de 2017 - 12h10
Às vezes fico “matutando”, tentando questionar situações com as quais jamais concordei. Um exemplo: nunca eu assumiria uma função pública apenas para ganhar os rendimentos inerentes ao cargo e sem me atrever a ser o agente transformador da instituição da qual passasse a fazer parte.
Decepcionado, vejo por onde ando prédios e equipamentos pertencentes aos Municípios, ao Estado e à União depredados, desfigurados, pintura derrubada, com infiltrações, sujos e rodeados de capim.
Por que o bem público tem que ser tratado com retumbante negligência? Só porque é público?
Na capital Porto Velho, o “prédio do relógio” que abrigou a sede da EFMM e que foi sede do BERON nas gestões presididas por mim acha-se em estado deplorável! A Casa de Cultura Ivan Marrocos (um dos presentes do Governador Piana e da Primeira Dama Hélia Botelho Piana para Porto Velho), hoje, ainda que habitável, já viveu seus dias de glória... Já o antigo Porto Velho Hotel, atualmente sede da UNIR, precisa ser pintado urgentemente.
Aliás, o relógio do prédio da antiga EFMM foi consertado por duas vezes quando presidi o BERON. Através de três integrantes da minha assessoria, a Cristina Coelho, a Inara Guerreiro e a Regina Prezzoto descobrimos um técnico, pagamos-lhe o serviço e as passagens e o equipamento foi restaurado, até porque a minha sensibilidade caminhava no rumo de que preservar será sempre preciso!
Ao invés de arranjar desculpas, as ordens foram dadas e a equipe da época, tão voluntariosa, agiu e premiou a Porto Velho dos antigos e dos chegantes com a eloqüente sinalização das horas e com aquele som charmoso - na época, uma das marcas da cidade.
Quando reassumi o banco em 18 de março de 1991, o imóvel estava feio (quase desdentado). Em face da omissão e da negligência precisava de banhos e de colônia “perfumosa” por dentro e por fora. Demos-lhe uma roupa nova através de uma tinta que combinava com o seu estilo, forma e contorno. O arquiteto Sílvio Machado foi imprescindível nessa transformação.
Há um provérbio árabe que diz: “Aquele que deseja fazer, faz; aquele que é fraco arranja sempre uma desculpa...”
E “pra não dizer que não falei das flores”, desejo, ainda, transitar pelos equipamentos (carros, barcos, lanchas, etc.) pertencentes ao poder público. Muitas vezes não duram nem um ano e já viram sucatas.
E aí sou remetido para a lembrança de que o bem danificado é bem público, logo pertencente ao enorme condomínio social integrado por brasileiros que pagam impostos.
E também sou remetido à percepção inabalável a respeito dos bens entregues às Forças Armadas. Navios da nossa Marinha, qual cisnes brancos, deslizam nos mares de Norte a Sul, e com 60 anos ou mais continuam navegando; caminhões do Exército com 40 anos rodando, veículos e armamento de guerra sempre prontos para a ação, bem conservados; aviões da aeronáutica voando, bem cuidados, antigos e modernos, sobrevoando os céus e levando cidadania aos mais longínquos ermos desta terra...
Cumpre destacar que vale a pena visitar as unidades militares, sempre tão bem cuidadas por conta do zelo, do idealismo e do elevado sentimento de amor ao País que dentro da caserna se cultiva.
Exemplo dignificante que deveria ser seguido pelo mundo civil através desses gestores que ajudamos a sufragar e que deveriam escolher gente bem qualificada para lhes assessorar, oferecendo lealdade, devoção e alma e espírito às causas deste rincão.
Finalmente, permito-me estender a crítica um pouco mais, destacando a falta de compromisso com a valorização histórica de prédios, tão importante, como das instalações e acervo da EFMM, prédios importantes de Guajará-Mirim, que nunca tiveram tombamento e estão abandonados sem qualquer utilização, definhando em direção à ruína, comparando com cidades do Brasil que mantiveram ao menos parte de suas raízes arquitetônicas, posto a relação custo/benefício sempre muito favorável, uma vez que sempre há importância turística nessa preservação.
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