Sábado, 7 de dezembro de 2019 - 10h40
Em 10 de julho de 2009 escrevi uma crônica neste Gente de Opinião comentando a vitoriosa trajetória do meu amigo e irmão Simão Salim, falecido na capital portovelhense no dia 05, ontem sepultado.
Afora as homenagens da Maçonaria, poucos registros pude observar na imprensa regional, em face do passamento do homem, cidadão, futebolista (foi jogador da seleção de Rondônia), advogado (membro ativo e administrador da OAB) e administrador público Simão Salim, como fundador da BERON Crédito Imobiliário e Implantador da LOTORO.
Peço permissão para postar esse escrito com a intenção de voltar a homenagear um dos filhos mais ilustres do sagrado vale do Guaporé.
”Ele nasceu em Limoeiro, no rio São Miguel, numa época em que estas bandas
pertenciam ao Estado de Mato Grosso. Menino, ainda, já se dizia que era um ser
iluminado. Inteligente, audacioso, intrépido, perspicaz eram atributos que os
mais velhos viam, enxergavam e se deliciavam com as tiradas daquele garoto
sapeca.
Quando veio para Guajará-Mirim, na companhia do Pai e do tio, aquele menino já
tinha uma direção, um foco, um caminho a percorrer. Tinha sede do saber. Estudou
por aqui até que o colégio Dom Bosco em Porto Velho lhe alargou os
horizontes.
Ocorre, que aquele já adolescente tinha outros talentos: exímio jogador de
futebol, volley-ball e cantava muito bem. Deus o premiou com atributos tais,
que as pessoas ao conversarem com ele, logo se tornavam seus fãs.
Dono de um reflexo, decorrente da rara inteligência, aquele moço ia tornando-se
um autoditada, bem antes do curso superior lhe chegar, o que aconteceu bem
depois, na capital paraense. Mas isso é um outro capítulo.
Seresteiro dos bons, cantava samba-canções, boleros, valsas, baiões, e outras
modinhas, com a maestria dos cantores famosos da época. Fã incondicional do
Adoniran Barbosa encantava a pequena platéia ao seu redor, quando soltava a sua
bem educada voz.
Nesse ínterim, o seu futebol de centro avante sagaz, ardiloso e “matador” lhe
dava a fama aqui na cidade, em Porto Velho e até no exterior; ele fora
convidado para, primeiro, atuar como profissional num dos times de Cochabamba
e, depois, em La Paz.
Como líder, foi um dos
artífices para a formação do Guajará Esporte Clube, esquadrão que lhe permitiu
fazer golaços, inclusive de bicicleta, sua especialidade, sagrando-se várias
vezes, campeão e artilheiro, quando, naquele tempo, a cidade se valia de homens
visionários, que incentivavam o esporte bretão.
Aliás, foi de bicicleta que ele, jogando pela seleção rondoniense, na cidade de
Rio Branco, já machucado, inclusive, contribuiu para a classificação de
Rondônia, na copa nortista, em fins dos anos cinqüenta.
Na vida, quando jovem, foi garçom, pedreiro, pintor, marceneiro e até
eletricista. O trabalho, simples que fosse, o engrandecia. Enquanto isso, o seu
prestigio em Porto Velho e em Guajará o transformava no líder esportivo e no
comandante vitorioso que quase todos elegiam como ídolo. Lembro-me que como
artista, representando um dos principais papéis, transformou-se no ator que a
platéia aplaudia, num dos cinemas ou no colégio Nossa Senhora do Calvário. Seu
timbre de voz o credenciava a ser o destaque que foi, quando as peças foram
encenadas.
Um dia, mercê da sua obstinação, talento e inteligência prestou concurso para o
Banco de Crédito da Amazônia S/A, hoje o BASA, tendo sido aprovado num dos
primeiros lugares. Ali fez brilhante carreira, primeiramente aqui na cidade,
depois, gerenciando diversas filiais daquele estabelecimento em outros Estados,
e onde foi impulsionando a sua trajetória, tendo chegado logo, logo à sua
Direção Geral, em Belém, quando alcançou respeitável prestígio interno e fez um
relacionamento enorme naquela capital. Ali se tornou, mais uma vez, um vencedor
e passou no Vestibular para o curso de Direito e, cinco anos, depois,
bacharelou-se, logrando êxito, em seguida, no Exame de Ordem, quando conquistou
o título de Advogado. Ele era assim, intrépido, voluntarioso, aguerrido e
carismático. Era não! É assim. O campeão no esporte sagrou-se campeão na
vida.
No ano de 1983 retorna ao Estado que lhe serviu de berço e torna-se Diretor e
um dos implantadores da BERON
CRÉDITO IMOBILIÁRIO S/A, como comandante da área operacional.
Os primeiros empréstimos destinados à moradia, aqui na terrinha, tiveram a sua
chancela, quando conseguiu comover o Governador do Estado, o Teixeirão, e
diversas famílias, alvo daquela conquista por conta da aquisição por elas da
sua casa própria.
Em
Sua ação provedora social passa ainda como mensageiro que é, atuando como
dedicado Maçom, onde, naquela ordem, se sobressai o conselheiro e o irmão tão
sábio; e, sua Associação de Classe, como advogado, posto que ajudou a construir
diversas conquistas que a OAB-RO experimentou num passado tão recente.
Hoje advoga em todo o Estado e possui uma gama de clientes que lhe depositam
suas esperanças e confiança. Processualista respeitado é, tantas e tantas
vezes, consultado por uma quantidade de pupilos que ajudou a dar os primeiros
passos na profissão que abraçaram. Ele, num Júri, empolga; como advogado
criminalista, é um ator e um jurista, que se misturam na arte que visa auxiliar
aqueles agentes, que buscam incessantemente a verdade verdadeira, foco da
Justiça brasileira.
É um homem generoso, jovial, simpático e muito bem humorado, Porém, que ninguém
lhe trate mal ou pratique um gesto menos nobre, que sinalize uma injustiça. O
meu personagem, quando agredido, pega fogo.
Ele é magnânimo e corajoso! Possui tantos amigos,aqui, acolá, alhures. Ele é
exemplo de um homem vencedor! O meu homenageado é mesmo assim. O homem de quem
eu falo, é o grande Doutor Simão Salim!“
Agora, com a sua passagem,
querido irmão e amigo, seja abencoadamente bem acolhido na Corte Celestial e
nos ajude a superar esses instantes de dor, pela sua partida, e leve o nosso
abraço mais apertado, ao Jacó Atallah, Abnael Machado de Lima, Cláudio Feitosa
e Euro Tourinho, mas,” tire o seu sorriso do caminho que eu quero passar com a
minha saudade!”
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