Domingo, 13 de março de 2011 - 10h59
Paulo Cordeiro Saldanha*
Olhei para o lado e vi uma cadeira; corri para a janela e vi muitas árvores. Teclei e diversas letras aparecerem no monitor. Respirei de forma intensa e vi que estava vivo e sadio.
Lá fora o céu azul; poucas nuvens expressavam a presença forte do sol no firmamento. O vento cadenciava o seu sopro do Norte para o Sul.
Vi que, de repente, eu era uma Ilha, cercada de Deus por todos os lados.
E não teve jeito: pensei em Deus, na origem das coisas, na vida animal e vegetal, no Cosmo, nos mares e oceanos, nos rios, lagos e igarapés e a indicação da responsabilidade por toda essa arquitetura só me conduziu ao Criador Maior dessa imensidão, aqui, ali, alhures, lá fora, bem longe do planeta terra.
Não é possível imaginar as coisas concebidas – porque existentes– sem a ação de um Ente infinitamente Superior, pois é certo que passaram pela mão de um gênio super inteligente e sagaz; sábio, organizado e voluntarioso. Certamente escudado, apoiado, respaldado numa brilhante equipe que soube captar na plenitude o desejo divinal.
Ora, se caminharmos em busca da autoria de uma cadeira chegaremos ao artífice que a desenhou e construiu, a partir da madeira, cola, dos pregos e do verniz.
Mas, se dermos um salto e chegarmos a autoria da árvore que se transformou em madeira, encontraremos a necessidade de descobrir quem fez a árvore, cuja semente teve um semeador. Mas quem concebeu a semente?
Os planetas, por exemplo, do sistema solar – a maioria com seus satélites – nos trazem uma Terra com um tipo de vida em que o ar, a água, os climas, as estações, enfim uma conjunção de ingredientes determinantes para que humanos, bichos, peixes, aves, organismos e microorganismos, etc. possam marcar suas presenças nesta biota.
Da água emergem seres anfíbios, alguns mamíferos e os peixes. Nos mares há indivíduos que só vivem nas profundezas; outros, entre a faixa intermediária das águas e a borda, bem acima. Répteis nascidos em terra transitam pelas águas, como os quelônios, crocodilos, cobras e serpentes, etc.
Aves multicoloridas se transferem de um pólo para um hemisfério, encontrando sempre comida e o solvente universal para saciar suas carências naturais.
Há humanos que vivem em desertos, nos trópicos, em grandes altitudes ou nos pólos; outros vivem em palafitas, nas margens dos rios extraindo da natureza a comida redentora.
Porém, uma arquitetura emblemática dá a configuração geral de cada individuo, contudo no homem, criado à imagem e semelhança de Deus, é onde se expande o talento da concepção, pois nele é que reside a inteligência transferida, ainda que parcialmente.
O cérebro humano dá raciocínio, criatividade e voz; movimento e coordenação motora. E, em sequência, conduta e livre arbítrio; ação e reação; cautela e audácia; disciplina e liderança; ímpeto e prudência; amor e paixão; espírito grupal e solidariedade; companheirismo e fraternidade, enfim, as virtudes que, por Deus foram idealizadas, mas que o humano desrespeitou, por conta do abandono aos predicados divinos desejados.
A esse abandono, deram o nome de vaidade, Inveja, Ira, luxúria, gula, preguiça e avareza, desconectando a raça humana dos preceitos eleitos como virtudes a serem cultuadas. Mas não cuidarei delas aqui.
Vale para mim, o destaque de que Deus, em sua infinita sabedoria, criou a forma inequívoca para permitir a sobrevivência neste astro sem luz própria, com substâncias químicas que nos permitiram recolher o ar e respirar, cujos entes deveriam valer-se das águas do mar e dos rios para saciar a sede, alternar suas refeições e usar o líquido para o banho que limpa, higieniza e libera as tensões.
E fez mais: beneficiou as aves e os demais animais da natureza que poderiam valer-se do estoque de alimento existente nas águas para saciar a sua fome. Outros a buscariam nas frutas, nas folhas e nas flores...
Através das florestas fez crescerem árvores frondosas, fonte de nutrição de humanos e outros animais, permitindo-lhes também utilizar-se dos frutos e das raízes, visando a comida necessária ao seu sustento. E numa cadeia alimentar plena de proteínas autorizou a sua utilização, de tal forma que capim, plantas e flores pudessem alimentar seres que iriam servir de repasto a outros entes.
E na fase da criação fez plantas medicinais para curar as doenças e salvar as vidas através do remédio extraído das folhas ou das seivas das árvores abençoadas.
É como se tudo tivesse sido adredemente planejado, pensado e executado, de forma organizada e interligada, forçando ao homem, principalmente, aproveitando-se da sua inteligência e perspicácia, a partir de uma conquista, chegar a novas descobertas, ao longo de sua trajetória no planeta, sendo-lhe facultado servir-se, ainda, dos minerais para obter novos triunfos materiais, que sejam canalizadas para melhor qualidade de vida, segundo o progresso da humanidade.
Para tanto, ao criar o humano a sua imagem e semelhança, além do cérebro, deu músculos e uma infinidade de ossos e órgãos, com atribuições específicas, que cumprissem uma função mecânica, que sustentassem a estrutura, que nasceria pequena e evoluiria gradativamente de tamanho, em função do tempo, até que lhe chegasse a curva da idade, traduzida pelo envelhecimento, indicando o seu retorno, como espírito, pois “a alma humana é como a água: ela vem do céu e volta para o céu, e, depois retorna à terra num eterno ir e vir”, segundo Johann Wolfgang Von Goethe.
A outros seres vivos (irracionais) concedeu idênticas funções motoras, e colocou à disposição da humanidade, enfim, da vida animal e vegetal, o milagre da reprodução!
Não tem jeito: se perquirirmos a origem das coisas ligadas ao mundo, ao planeta e à vida, chegaremos ao milagre da criação, até porque, de há muito, já se especula que há vida noutros planetas, não visível aos olhos dos terráqueos, porque nós outros vivemos num planeta secundário e perdemos as melhores chances de nossas vidas para ser dotados com outras capacidades e predicados que nos aproximariam mais do criador...
Mesmo assim, ao relevar-se para a humanidade, Deus nos permitiu ver que somos uma ilha cercada de grandeza e de benesses por todos os lados. Só precisamos aguçar os nossos sentidos para observar, recolher e nos beneficiar desse milagre da criação.
*Membro Fundador da Academia Guajaramirense de Letras – AGL e Membro Efetivo da Academia de Letras de Rondônia – ACLER.
Fonte: Paulo Cordeiro Saldanha
*Membro Fundador da Academia Guajaramirense de Letras-AGL e Membro Efetivo da Academia de Letras de Rondônia-ACLER.
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