Sexta-feira, 21 de março de 2014 - 11h50
“Você é uma centelha da Chama Eterna.Você pode ocultar a centelha, mas jamais poderá destruí-la. Paramahansa Yogananda”
O Artigo primeiro da Constituição Federal é tão forte, tão incisivo, que grita de maneira tonitruante: “Art 1º - O Brasil é uma República Federativa, constituída sob o regime representativo, pela união indissolúvel dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. E impõe de forma soberana no § 1º: - Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido”.
O cidadão brasileiro jamais será escravo! Até mesmo nós que vivemos em Guajará-Mirim e Vila Nova! não precisamos ser tutelados, não existem mais os Senhores Feudais, nem os capitães-do-mato. Se ainda existe uma elite, que se arvora a dona da verdade, muito mais incisivo será sempre o grito do cidadão; este sim, por conta da intensidade da expressão, é de onde emanará a força do poder, que em seu nome será sempre exercido.
Os legítimos detentores do poder, brancos, negros, amarelos e índios, nativos ou não, moradores destas plagas, venceram mais uma batalha: A RETIRADA DO ISOLAMENTO, fenômeno que uma mínima porção, reduzidíssima parcela, desejava impor, como arautos de uma mentira, que, como todas, tinha uma perna muita curta; ora, alguém, bem versado em sociologia, define o isolamento como "a falta de contato interação sustentada com indivíduos ou instituições que representam a sociedade predominante"...
Por que, então, a insensibilidade haver desejado punir, de forma precipitada e sem base na antropologia, sociologia e na geopolítica, um contingente de brasileiros, já agredidos, vilipendiados, isolados mesmo, por conta das inundações com que a natureza “nos brindou” tão amargamente?
Deixar-nos relegados ao abandono é decretar a nossa incapacidade para exercitar a brasilidade que exige determinação, como atributo do nosso determinismo; o contrário será como provocar o nascimento de traumas, inclusive psicológicos, decorrentes do abandono, da negligência, da omissão, irmãos siameses da imperícia.
Que os julgadores de plantão, data vênia, tenham aprendido mais essa lição: afinal, nem todo brasileiro é vilão, marginal, agressor do meio-ambiente; nem todo branco deseja o mal dos nossos irmãos índios, por sinal, há mais de 100 anos, aqui, mais do que contatados, são brasileiros que desejam crescer e prosperar, porque já são cidadãos que desejam colher as benesses que lhes cabem, como fatia, por conta de toda a riqueza nacional. Mas, para tanto, precisamos estar ligados ao mundo, através dos meios rodoviários disponíveis, que nos possam ensejar, por outro lado, ter outra via de ligação com o Brasil e comida, energia, gás, combustíveis, enfim, os remédios salvadores e/ou mitigadores das nossas dores e sofrimentos.
Quem prefere o isolamento são os Eremitas, seja por promessas, purgação de culpas, opção religiosa, misantropia (não acalentamos ódio, nem aversão contra os nossos iguais, mormenteà natureza humana ou qualquer outra opção, de cunho absolutamente personalíssimo contra as criaturas concebidas a imagem e semelhança de Deus). Até porque o cidadão do mundo precisa relacionar-se, ou por necessidades físicas, biológicas e sociais. Aristóteles já nos ensinava “que o homem é um animal social”...
Santo Antão do Deserto, egípcio, herdeiro de bens, impulsionado pelas lições do Evangelho, vendeu seus tesouros, distribuiu sua herança entre os pobres e procurou viver num retiro, no deserto. Para ele, a penitência e as preces eram ações a serem cumpridas. Ele, sim, optou pelo isolamento; nós, não! Desejamos consagrar a nossa vida à participação na vida nacional.
Somos todos filhos de Deus, fonte criadora da vida, legatários da mãe natureza e do Ente Supremo; somos carentes de ligação com outros cidadãos que vivem noutros pontos cardeais, e, assim como nós, desejam prosperar, nas vertentes material e espiritual, por isso devemos viver à altura dessa herança divina
Somos brasileiros!
E o isolamento a que tinham nos submetido, em face da insensibilidade, que normalmente mascara o embrutecimento profissional, poderia nos submeter ao vexame da desnutrição (afinal mercadorias, gêneros de primeira necessidade, gás e remédios já faltavam), e conduzia a ação devastadora, inclemente, deturpada, que poderia afetar a nossa alma, a nossa estima e a nossa cidadania.
O abandono não gera medo... produz pavor! Ainda bem que existem outras esferas, outras Instâncias no judiciário... Agradecer ao Tribunal Regional Federal/TRF em Brasília será imperioso!
Quem poderá afirmar que essa inundação não se repetirá no próximo ano?... Não desejamos, como habitantes destas paragens, nos transformar em depressivos ou improdutivos, enfim, párias da nação.
Agora, precisamos fazer uso da nossa inteligência e agudeza de sentidos para cuidar dessa estrada, enfim, autorizada, ainda que emergencialmente, zelando para que apenas ali a virtude seja o elo, uma nova ligação possa ser construída, nas vertentes da bem-aventurança do tráfego, do cuidado com o bioma e com o uso racional que o trajeto precisa propiciar.
Depois, bem, depois, caberão ações concretas para viabilizar um grande projeto de valorização sócio-econômico e ambiental, para dar vida autossustentada às gerações de hoje e de amanhã, que vivem (ou sobrevivem) nos eixos dos rios Guaporé, Mamoré, Madeira e Abunã, que foram punidos pela devastação das florestas em outras regiões do Estado, após o que imolaram os nossos territórios, transformando-os em Reservas para que outros municípios pudessem vicejar... Mas, esperemos e confiemos!
“Se Deus é por nós, quem será contra nós”!
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