Quarta-feira, 29 de julho de 2009 - 21h51
Filho do comerciante e seringalista Alkindar Brasil de Arouca, poeta e bem humorado arquiteto de paródias, em que tripudiava com suas críticas em cima de um tema acontecido, o menino Hélio nasceu e cresceu numa família, também liderada por sua Mãe, Arthemis, filha do pioneiro Pedro Struthos, um homem afável e progressista.
Logo, logo o adolescente Hélio caminhou em direção as terras de Minas Gerais buscando o conhecimento, tendo, anos depois, se tornado o primeiro médico nascido em território guajaramirense.
Sua ciência, a medicina, não a levou para outro lugar, fincando-a em solo nativo, onde buscou aplicá-la em prol dos seus concidadãos, na terra que lhe serviu como berço, notadamente em beneficio daqueles seus irmãos menos afortunados, a quem minorava as dores e o sofrimento, com sacrossanta e abnegada generosidade.
A partir daí, seus abençoados braços foram recolhendo a vida retirada do ventre de tantas mães, que, agradecidas, vertiam suas emocionadas lágrimas, ao verem uma criança de sua lavra, chorar pela primeira vez, naquele exato momento em que Deus, praticando a renovação, entregava, para aquela família e para a sociedade, através das mãos do doutor Hélio Arouca, um ser, à sua imagem e semelhança, para cumprir seus desígnios como habitante deste planeta.
Eu, que morava próximo ao Hospital, acompanhava de perto, as luzes acesas do centro cirúrgico, em que, não importava a hora, o médico Hélio, ainda que chamado às pressas; ainda que estivesse assistindo a um filme, nos cines Guarani ou Melhem; ainda que estivesse numa festa, seja nos clubes Helênico, Guajará ou Círculo Militar; ainda que estivesse numa comemoração na residência de um amigo, ainda assim, partia para oferecer o tratamento adequado ao enfermo necessitado, salvando-lhe a vida ou diminuindo-lhe as dores.
Não fiz as contas, mas creio que, com o devotado sacerdócio, como exerce, de forma idealista e altruísta, a sua missão desenhada por Deus, o médico Hélio Arouca, deve ter ultrapassado os 45 anos como mensageiro do bem. É possível que mais de 4000 crianças, por suas mãos, vieram ao mundo, para, depois, já adultas, reciclando a vida, passassem a contribuir para a sua melhora e evolução.
É por essa e por outras razões que rendo, num preito de gratidão, a minha homenagem a alguém - como o médico Hélio Struthos Arouca - que tanto fez, tanto contribuiu, tanto realizou por homens, mulheres e crianças do seu tempo.
E ainda encontrou espaço para ser esportista, como atleta e como dirigente do América Futebol Clube, da cidade de Guajará, presidindo -o com garra, pertinácia e acrisolado amor.
Ibsen (1828-1893) nos deixou que o fim do homem é ser independente, livre e sincero. É esse o meu olhar sobre os perfís que mais se sobressaem na personalidade do meu amigo Hélio Arouca: a sua independência em relação aos poderosos, a sua liberdade como agente de transformações e a sua espontânea sinceridade com que defende as suas convicções. Por isso o amamos, por isso o admiramos, por isso o respeitamos!
Hélio Arouca, já que me esqueci de lhe dizer essas verdades, em meu nome, no de meu Pai, Paulo, e no de meu Tio João Saldanha, agora as escrevo para perenizá-las perante nós mesmos.
Eu sei, Guajará-Mirim lhe deve tanto... Só falta reconhecer!
Fonte: Paulo Cordeiro Saldanha
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