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Paulo Saldanha

Tributo ao Vereador Quintino


 
Quem é ele, senhores, que, do alto das suas quase 90 primaveras, naquela cadência de passos que traduzem segurança, caminha pelas ruas de Guajará, parando aqui e acolá, com seu chapéu, que é a sua marca, para saudar um amigo de hoje ou de antanho (palavra antiga), com a mesma atenção de antes, fazendo recordar a sua imagem de homem ativo e vibrante, quando usava o poder apenas para servir ao próximo. 

Eu, ainda menino, acostumei-me a ver o "seu" Quintino, com aquele vozeirão, com aquela simpatia, lá pelas bandas do Hotel Comercial, que ele dirigia, acolhendo seus hóspedes, com a galhardia dos homens de bem com a vida. 

Depois, como tinha paciência e talento para tal, tornou-se vereador pelo município, na época em que um Edil, nos idos da década iniciada em 1970, realizava tanto pelos menos afortunados, sem perceber salários ou jetons de qualquer natureza. 

Fazer o bem é o que importava! 

E o Vereador Quintino era visto ora no Núcleo do Iata, ora nas linhas que formam a estrutura de nossa rede de estradas, as vicinais, ora em Vila Nova, ora lá pelas bandas dos Piriquitos, ora no lugar Araras. 

Ele era assim: intrépido, voluntarioso e amava este povo, com a devoção de um santo! 

Sua voz era respeitada, dentro e fora das sessões da Câmara! Na realidade, possuindo o dom da palavra, era impiedoso contra a omissão e a negligência dos poderes constituídos. 

E faço notar que, naquele tempo, quando o Vereador Quintino, agia de forma intensa, como homem público, junto a outros abnegados, a jurisdição do municipio de Guajará-Mirim caminhava até em direção à divisa com o estado de Mato Grosso, via rio Guaporé, um trecho adiante um pouco de Pimenteiras, mais de 1400 Km distante do porto da cidade de Guajará. 

Até lá chegava a defesa intransigente do Vereador Quintino, por conta de sua ação política idealista e integradora. 

Ele era assim: independente, determinado, corajoso e solidário. 

Hoje, ele já aposentado, vai buscando manter-se altivo, caminhando pelas ruas da cidade, como a querer abençoá-la, qual sacerdote que abençoa seu rebanho, gesto mais que fraternal, essencialmente paternal, que se confunde com a bênção de um anjo. 

Cidadão Quintino Augusto de Oliveira, para sempre Vereador, eu sei, Guajará lhe deve tanto! Só falta reconhecer... 

Fonte: Paulo Cordeiro Saldanha

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