Domingo, 23 de agosto de 2009 - 17h11
A integração da Amazônia de um modo geral e de Rondônia em particular muito deve a ação política e desenvolvimentista de diversos líderes de famílias com origem libanesa. Afinal, onde havia a possibilidade do progresso chegar, antes, um libanês erguia a sua bandeira de lutas e de afirmação.
Os Badra, Melhem Bouchabki, Salim, Azzi, Bouez, Daher, Morhy, Nicolau, Nessralla, Cury, Chamma, Elage (este no início dos anos 50), Zaiden e, em GuayaraMerin, os Gorayeb.
Hoje vou retratar a presença física, econômica e social neste Município, da família liderada pelo senhor Teófilo Nicolau, que aqui casou com dona Adelaide, cujos filhos Pedro Nicolau, Ilda, Floriza, Neuza e Nicinha, figuras que se transformaram em verdadeiros agentes de mudanças, pelo que iam edificando no cenário regional As mulheres, quase todas, eram educadoras do melhor nível intelectual e que distribuíam o saber como mensagem de vida. O Pedro, quando retornou à Guajará (estudou longos anos na Bolívia) firmou-se como um dos líderes da área comercial e defendia os interesses da classe com a firmeza comum aos grandes comandantes.
Comerciante ativo e revolucionário, o Teófilo Nicolau abastecia seringalistas e liderava o processo de vendas de mercadorias, com uma eficiência nutrida em cima da confiança, que se confirmava com a entrega dos produtos, apenas, moralmente, a ele consignadas. Oito meses depois, após o fabrico da borracha, os produtos gumíferos eram entregues e a dívida quitada.
Além da presença marcante como empresário o senhor Teófilo Nicolau construiu uma família que se integrou com outras famílias, geradas pelo casamento de dona Ilda com o Afonso Rodrigues, os donos do cine Guarani; de Floriza, grande educadora que se casou com o libanês Reszalla Bouez, um homem trabalhador, sério e obstinado, que negociava na Avenida Presidente Dutra vendendo vários produtos e, ainda, tinha uma pequena indústria de malas; A Neuza que faleceu bem jovem e Nicinha que uniu os Morhy aos Nicolau, através do Hegel, filho do senhor Omar Morhy com dona Pedrina, carinhosamente chamada de Iaiá.
A elegância, a excelente educação e a integração familiar eram as marcas daquela família tão unida e que simbolizava um exemplo a ser seguido. Os netos e as netas foram nascendo e o município foi recolhendo, a excelsa honra de novas mestras, à medida em que as jovens netas daquele abençoado clã evoluíam nos seus estudos, ou em Manaus ou em São Paulo permitindo que a educação municipal se enriquecesse, com o desempenho transformador, que iam concebendo, em função da excelente formação das novas professoras que retornavam, após o período acadêmico, à terra que lhes serviu de berço. Principalmente me refiro à Lourdinha, Lizette, Leda e Lenir e Lúcia Bouez.
A Lourdinha, minha querida comadre, casando-se com o Felipe Assad Azzi, bancário do BASA, um dos seus melhores executivos, ali fez brilhante carreira e se transferiram para outras cidades; Lizette, contraindo matrimônio com Jorge Abrahim, filho do empresário Chibly Abrahim, lá de Itacoatiara, Amazonas, para lá se mudou e a Leda Bouez Melhem, dedicada e inteligente esposa do nosso querido amigo Antônio Melhem que tem, ambos, relevantes serviços prestados à cidade e ao município. A Professora Lenir Bouez, casando-se com o Sebastião Fandinho, pecuarista local, é a Mãe do Vereador e advogado Sérgio Bouez, um dos políticos mais bem votado para a Câmara Municipal, (parece-me que foi o campeão) um expoente e uma promessa legítima como uma indicação, em face do talento, que poderá conduzi-lo a trilhar excelente carreira política na terrinha.
O Pedro Nicolau Flores, o único varão então vivo, filho do senhor Teófilo Nicolau foi casado com dona Mafalda Ewerton Flores, e deram ao Clovis Ewerton Peres, casado com a Tabeliã Cliô Suriadakis Peres e à Maria de Jesus Peres Badra, casada com o Letfallah Badra, os irmãos Mário, Teoca e Neuza, que almejavam para a alegria daquela família.
O novo casal formado pelo casamento do Afonso Rodrigues com dona Ilda gera Cecília, Carlinhos e Célia. Vivem em São Paulo. Nicinha casando-se com o Hegel Morhy tem o Hegel Roberto, empreendedor no setor da construção civil em Brasília é dirigente de uma Universidade particular e é irmão do Teomar e de Regina, todos vencedores, em face, logicamente, da boa formação que aquela família vai transferindo para os seus herdeiros, como a única direção que idealiza visando homenagear aquele visionário comerciante que nos anos vinte ou trinta ousou construir uma história de muita luta, de muita determinação neste noroeste brasileiro.
Fonte: Paulo Cordeiro Saldanha
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