Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Paulo Saldanha

Vim cantar sobre esta terra e, antes de mais nada, aviso


Se fosse violeiro e cantador eu jamais me cansaria de gritar bem forte o quanto me encanto com a pujança de minha terra. Pujança histórica, manancial dos homens intrépidos que plantaram entusiasmo e fé, certeza e vontade cívica, ainda nos primórdios, deixando um legado de realizações e afirmação cidadã. Pujança econômica, como caminho para a redenção social, via ação distributiva da riqueza, que tarda, mas chegará...

Antes, já nos idos de 1647 Antônio Raposo Tavares já descia pelo sagrado rio Guaporé. Depois, o Real Forte Príncipe da Beira, entre 1776 e 1783 era construído mantendo-se altivo e contemporâneo. Com o advento do Tratado de Petrópolis ao Brasil coube a obrigação de construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (1907/1912) tida e havida por muitos como a abençoada Mãe.

Rondon, o desbravador, o maior sertanista, desde 1906 passou a transitar fazendo a integração deste solo (então amazonense e matogrossense) à Nação da qual fazia e faz parte.

Da febril atividade gumífera seringalistas e seringueiros (muitos soldados da borracha) concorreram para a formação cultural da nossa sociedade e  legaram progresso e conquistas; da castanha extraíram vendas e exportações; da ipeca (ipecacuanha a ou poaia) enviaram raízes salvadoras para a indústria farmacêutica estrangeira.

Da incandescente extração da cassiterita aqueles e outros pioneiros afirmaram a liderança desta geografia no cenário nacional, fazendo-nos unir –particularidade ímpar desse mineral– como liga aos maiores centros de comercialização desse produto.

Depois chegou a hora da atividade agrícola e a vez da agricultura de mercado passou a reinar; o café e o cacau foram dignificados e a economia prosperada se diversificou. E aquela geografia então extrativista se modificou.

O Governador Humberto Guedes, tão competente e prudente, iniciava a estruturação para a transição de Território para a figura idealizada do que viria a ser o Estado de Rondônia.

A população crescia, o campo demonstrava a que veio, a pecuária vicejou na dimensão em que crescia a oferta maior de arroz, feijão, milho, banana e mandioca. Novos municípios foram criados. E a aspiração pela “independência” da vida rondoniense era exaltada e pedida veementemente.

No dia 10 de abril de 1979 assumia os destinos do então Território o emérito coronel do Exército Jorge Teixeira de Oliveira.

Na vertente político-administrativa o Estado foi concebido e suas estruturas abriram as asas sobre nós, sob o pálio e o comando do Governador Jorge Teixeira, exemplar brasileiro e vencedor administrador público, focado no futuro e nas mais idealistas aspirações do povo que vivia ou que escolhera esta terra para crescer e vencer. A nova estrela no Azul da União brilhou... O Hino “Sob os Céus de Rondônia”, a bandeira e o brasão brotaram de dentro das nossas almas.

Os migrantes continuavam a chegar de todas as partes, a hidrelétrica de Samuel se apresentou demonstrando que ainda precisaríamos de mais energia para suportar a vertiginosa expansão das nossas estatísticas. A Indústria madeireira e o garimpo do rio Madeira com os seus pró e contra se agigantavam! A BR foi asfaltada.

Nem todos governantes que o sucederam inspiraram-se nos exemplos dignificantes, progressistas, inovadores e criativos desse grande líder.

O crescimento e o desenvolvimento ninavam as aspirações populares nas cidades e nas áreas rurais. A capital tomava a configuração exigida pelos novos tempos e edifícios erguiam seus braços para o céu portovelhense. Novos instrumentos e equipamentos demonstravam que Rondônia se transformava.

Um dia a soja raiou tão forte! Até a uva, algodão e a citricultura tornaram-se palavras de ordem como chamamento para a agroindústria fulgurante. A Indústria diversificada do leite gritou de maneira tonitruante.

E Rondônia, homenagem dada ao brasileiro Cândido Rondon, tornou-se o terceiro estado mais populoso da Região Norte, com seus quase 1 800.000 habitantes em 2014, terra de gente que sabe o que quer, por isso vai mostrando ao mundo a sua face altaneira, vigorosa e renovadora.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Crônicas Guajaramirenses - O poder do m da palma da mão

Crônicas Guajaramirenses - O poder do m da palma da mão

O M que lembra a palavra Mãe é o mesmo M que, conforme o Cantador nos ensina: é onde na palma de nossa mão principia o nome Maria.M que se une a ou

Crônicas Guajaramirenses - Olha pro céu, minha gente!

Crônicas Guajaramirenses - Olha pro céu, minha gente!

Azul, o nosso céu é sempre azul... Diz uma estrofe do Hino de Rondônia. Será?Bem antes do nosso “Sob Os Céus de Rondônia”, tentaram nos ensinar que:

Crônicas guajaramirenses - Por quê?

Crônicas guajaramirenses - Por quê?

Por quê os prédios públicos são tratados pelos homens e mulheres do meu tempo com tamanha indolência? Preguiça, ou será má vontade?Por quê o edifíc

Crônicas Guajaramirenses - As águas negras e as águas barrentas

Crônicas Guajaramirenses - As águas negras e as águas barrentas

Sempre me comovo ao observar o encontro das águas, que, no caso rondoniense, são os beijos gelados entre os rios Guaporé e Mamoré e deste com o rio

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)