Quarta-feira, 12 de setembro de 2018 - 21h28
ACIDENTES DE TRÂNSITO SUPERLOTAM HOSPITAIS.
INTERNAÇÕES PODEM CHEGAR A 40 CASOS POR DIA
Os números apavoram! Demonstram, por si só, a deficiência da estrutura de saúde pública, principalmente em nível municipal, na saúde básica, mas também em relação à estadual, na medida em que não há como atender a tantos doentes e tantos acidentados ao mesmo tempo. Com uma média diária de 30 pessoas feridas no trânsito – há dias em que esse número sobe para 40 – não há número de leitos hospitalares possíveis para atender a tanta gente. Some-se ainda os casos que deveriam ser atendidos na estrutura municipal, mas que não o são, porque encaminhados para atendimento em nível dos hospitais estaduais e, então, se verá o quadro caótico. Vejamos: o Hospital João Paulo II tem 149 leitos. Todos estão lotados. Há pelo menos mais 100 pacientes em macas, nos corredores, nos banheiros e até na área externa. O Estado paga ainda outros 100 leitos no hospital das Irmãs Marcelinas. Todos ocupados. Tem mais: há ainda mais 100 leitos alugados pela Sesau no Hospital Samaritano. Nenhum vazio. Se tivesse o dobro, todos estariam lotados. Igualmente estão cheios os leitos da UTI no Hospital de Base, no Samaritano e nas Irmãs Marcelinas. Somando-se os três locais, mais ou menos 90 leitos. Então são 149+100+100+ 90 e o primeiro resultado é que temos 439 leitos, superlotando toda a estrutura estadual de hospitais. Só isso? Não.. Há ainda o que o ex governador Confúcio Moura, que criou o sistema, chama de Hospital Invisível. São cerca de 200 doentes, tratados em suas casas, por uma multi equipe de médicos, enfermeiros e outros profissionais. Muitos desses também vítimas do trânsito.
Ora, como fazer numa cidade em que todos os hospitais estão superlotados, a grande maioria de vitimas de acidentes? Há que se analisar toda a situação e buscar alternativas práticas. Estado e Município têm que falar a mesma linguagem, trabalhando de forma integrada, cada um atendendo seu público. Centenas de pacientes que deveriam ser atendidos nas unidades básicas, que são ainda muito deficientes, acabam desaguando nos hospitais do Estado, tirando a vaga no atendimento daqueles que têm realmente problemas mais sérios. Há também que se parar com o papo furado, com a conversa fiada e colocar em prática um pacote de ações que sirvam não só para fazer o motorista, o motoqueiro e os condutores de todos os tipos de veículos respeitarem as leis de trânsito, sob as mais duras penalidades. Não há solução fora disso! Se algo não for feito agora, já, poderemos ter 10 hospitais de pronto socorro, porque eles sempre ficarão lotados. Estamos correndo (com o perdão do trocadilho), para recebermos o título de trânsito com maior velocidade média do Brasil e, mais que isso, com 90 por cento dos condutores de motos andando pela cidade sem habilitação. Não é por acaso que até 80 por cento das vitimas do trânsito são motociclistas ou caroneiros. Hora de agir, não empurrar o problema com a barriga, portanto!
ACIR GARANTIDO NO JOGO
Não deu outra! O TSE autorizou o prosseguimento da campanha do candidato do PDT ao Governo de Rondônia, Acir Gurgacz, até que se defina se seu nome será ou não impugnado pela última instância da Justiça Eleitoral. Essa coluna, aliás, na edição de terça, já havia antecipado a óbvia decisão, que foi confirmada na manhã de quarta pelo ministro Jorge Mussi. No entendimento do Ministro, a legislação eleitoral assegura ao candidato o direito de prosseguir na disputa, mantendo-se sua propaganda e todos os atos de campanha, até que sua questão seja resolvida pelo TSE em definitivo. Pela decisão, a instância superior para decidir sobre o caso é do TSE e não do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, sendo cabível recurso ao TSE em caso de negativa de registro. Isso significa, tirando o “juridiquês”, que Acir está apto a disputar o pleito, até que o Tribunal Superior Eleitoral emita alguma decisão em contrário. Se não o fizer, ele concorre normalmente. Acir disputa sub judice, mas todos os seus direitos estão garantidos. Ontem mesmo o candidato e sua troupe já anunciavam ao eleitorado que ele está firme na corrida pelo Governo e que as metas de, inicialmente chegar ao segundo turno e depois vencer a corrida governamental, continuam sólidas. O TRE de Rondônia tinha impugnado o registro e Acir e mandado parar a sua campanha. O TSE derrubou essa decisão.
DIA D PARA AMENIZAR DÍVIDA DO BERON
Se a agenda for mantida, a quinta-feira é dia decisivo para que a questão da dívida do Beron, ao menos a relacionada com os mais de 240 milhões vencidos, para que ela seja parcelada ou tenha que ser paga numa tacada só. Rondônia ficou dois anos sem pagar a conta, inclusive porque isso lhe foi autorizado, em função da grande enchente de 2014, quando muitos recursos tiveram que ser utilizados para recuperar o que as águas destruíram, principalmente na Capital e distritos. O outro motivo é que o Estado tinha recorrido à Justiça e, via liminar, havia conseguido a suspensão temporária do pagamento. Recentemente, o STF deu ganho de causa à União, obrigando a que paguemos todo o atraso numa vez só. O governador Daniel Pereira, a equipe econômica e a Procuradoria Geral do Estado estão trabalhando duro, para tentar reverter essa situação e ao menos conseguir um parcelamento dos mais de 240 milhões. Hoje, em Brasília, o caso estará na pauta. No final da tarde saberemos se o parcelamento foi autorizado ou se teremos que pagar tudo numa vez só.
OS CANDIDATOS BATALHAM PELO VOTO
Maurão de Carvalho anda entusiasmado com o crescimento das adesões a sua campanha. Uma caminhada pela zona sul da Capital, liderada por ele e com a presença dos principais nomes do MDB que disputam o Senado, Câmara Federal e Assembleia, entusiasmou não só o candidato e seu vice, Wagner Garcia, como também a militância. Maurão faz contas e está convicto que pode mudar o quadro das pesquisas e se posicionar no segundo turno, pelo andamento da sua campanha. Enquanto isso, nos comitês de Expedito Júnior, a orientação é “nada a comemorar!”. O próprio candidato disse ontem que a liderança nas pesquisas apontam apenas um momento da campanha e que jamais houve qualquer expectativa de vencer a eleição no primeiro turno, seja qual for o cenário. “Nossa caminhada continua com toda a intensidade, para levarmos ao eleitor nossas propostas”, afirmou. Já Acir Gurgacz, o outro nome entre os três mais cotados, passou a manhã da quarta comemorando a decisão do TSE que autorizou o andamento da sua campanha e, pouco depois, já estava nas ruas, cumprindo uma extensa agenda de campanha. Entre os demais candidatos, a corrida também se amplia. Marcos Rocha (PSL), passou o dia preocupado com as notícias da piora do quadro de saúde de seu líder, o presidenciável Jair Bolsonaro. Pimenta de Rondônia e Vinicius Miguel, da Rede, fizeram várias reuniões, assim como coronel Charlon (PRTB) (PSTU) e Pedro Nazareno, Comendador Queiroz (PMB). Os pequenos correm atrás do eleitor, para marcarem suas presenças. Chances? Para a maioria deles, só mesmo um milagre.
UMA CAMPANHA GELADA
Faltando 25 dias para a eleição, a campanha ainda não atingiu aquele estágio em que possa se dizer que ela está envolvendo as comunidades. Raramente se viu uma campanha tão fria, quase gelada, com tão pouca participação do eleitor. A própria lei eleitoral tratou de afastar os candidatos do povo, criando-lhes tantos empecilhos que parece que às vezes parece uma operação policial e não uma disputa eleitoral. Além disso, no caso da disputa ao Governo, pelo menos, candidatos estão pisando em ovos, evitando ataques para não sofrerem contra ataques. Tanto Expedito Júnior quanto Acir Gurgacz e Maurão de Carvalho, os três nomes mais fortes na corrida pelo Palácio Rio Madeira/CPA, segundo todas as pesquisas, têm evitado confrontos diretos. A estratégia é até normal numa disputa de primeiro turno, porque os postulantes que têm chance de ir á reta final, não querem fechar a porta para futuros acordos num segundo turno. No horário eleitoral as produções no geral são de boa qualidade, destacando-se aí também a do candidato do PSOL/PT, Pimenta de Rondônia, que nunca havia tido uma qualidade tão especial nos programas eleitorais, quando foi candidato em outras ocasiões. O problema é, mesmo com todo o pacote oferecido pelas coligações e pelos candidatos, a inércia do eleitor é notória. Ele está alheio a todo o processo. Até parece que tudo o que está acontecendo (incluindo o resultado final da eleição), nada disso vai afetar diretamente a sua vida, nos próximos anos.
O HOMEM DA BOMBA RELÓGIO
Tem coisas que não surpreendem mais. Apenas o Jornal Nacional, da Globo, deu algum destaque ao bombástico novo depoimento à Justiça, do ex ministro Antonio Palocci. No restante, a grande mídia calou, como se nada houvesse acontecido, com exceção de um ou outro site, mas mesmo assim, não entre os que são os mais acessados e lidos do país. No depoimento, Palocci afirmou que o ex-presidentte Lula “atuou pessoalmente”, em pedidos de propina na época da descoberta do pré-sal. Palocci foi ouvido por investigadores da Operação Greenfield, que apura supostas irregularidades em fundos de pensão. Durante sua conversa , o ex poderoso ministro de Lula e Dilma (só tinha menos poder que os dois e que José Dirceu, no contexto dos governos petistas), também fez acusações contra a ex-presidente e atual candidata ao Senado, por Minas Gerais, Dilma Rousseff . Ele denunciou que Dilma "forçava a barra" para os fundos investirem. "Ela foi igual ao presidente Lula, ela insistia, inclusive usava muito que aquilo era uma ordem do presidente Lula", declarou Palocci. Ele também afirmou que Lula se envolveu diretamente em casos de propina em outras duas ocasiões: na negociação para compras de caças e na construção de Belo Monte. Tanto Lula quanto Dilma negaram as acusações e dizem que Palocci, que, claro, agora não é mais amigo, está mentindo para tentar se safar e receber benefícios que o tirem da cadeia. Para os petistas, Palocci é uma verdadeira bomba relógio. Vem mais por aí.
POBRE VILA CALDERITA!
Tem gente que afora falar contra a corrupção (dos outros); a falta de respeito (dos outros), a falta de educação (dos outros). Mas, para se saber com quem se está lidando, basta acompanhar alguns eventos públicos. Muitos dos que, nas redes sociais, se apresentam como paladinos do correto e que são críticos mordazes “de tudo o que está aí!”, são os que dão o pior dos exemplos. Vamos pegar um caso, apenas, como ilustração. No último final de semana, um festival de praia na Vila Calderita (40 quilômetros da cidade), um local aprazível e que reuniu milhares de pessoas, resumiu o quadro. De um lado, gente querendo se divertir, brincar, passar horas agradáveis com suas famílias. De outro, marginais e bêbados brigando e ameaçando outros banhistas. Quando a PM interveio para acabar com a baderna, dezenas de pessoas passaram a ofender e atacar não os marginais, mas a polícia. Isso mesmo! Um PM ficou ferido e a viatura atingida com várias pedradas. Por pouco os policiais não foram linchados por quem deveria era aplaudi-los. Foi só isso? Claro que não. No dia seguinte, apesar de haver inúmeras lixeiras espalhadas pelo local, as equipes de limpeza da Prefeitura tiveram que trabalhar arduamente para limpar a área, transformada num chiqueiro pelos usuários, os mesmos que deveriam cuidar e proteger o local. Parecia o lixão da Vila Princesa. Muitos desses Sugismundos são os que vão para as redes sociais, ensinar aos outros como devem se comportar. Dá é vontade de vomitar...
PERGUNTINHA
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