Quarta-feira, 9 de julho de 2014 - 08h11
ADIANTA AGORA BUSCAR OS CULPADOS PELA VERGONHA?
Ao final de cada jogo desta Copa em que acabamos sendo humilhados, ficava um gostinho estranho na boca. A gente sabia que alguma coisa não ia bem, mas como acabávamos ganhando, mesmo que mal, mesmo que nos pênaltis, mesmo com as calças na mão, como se diz na linguagem do futebol, aquela estranha esperança que antecede a extrema unção ainda nos fazia acreditar. Quando enfrentamos o primeiro time realmente forte, foi o que se viu. Claro que ninguém imaginava uma coisa tão inacreditável como os sete gols alemães. Fomos triturados, surrados como se nossa equipe fosse um grupo de meninos que se conheceu há alguns minutos, juntou-se para fazer uma pelada e teve a petulância de enfrentar um time profissional, entre os melhores do mundo. Eram eles os gigantes, os que nos ensinaram como se joga bola; os que nos disseram, dentro da nossa própria casa, que tudo o que conquistamos até agora não era nada, diante da vergonha a que fomos expostos. A Seleção que jamais empolgou a torcida brasileira, que foi ganhando meio nos tropeços, meio na raça, meio na força da torcida, caiu na real. E a realidade foi trágica, inesquecível, histórica, dramática. A maior derrota em mais de um século.
Onde erramos? Nós, torcedores, fomos bem do primeiro ao último minuto. Mesmo quando sentíamos que nosso time era medíocre, continuamos fazendo nosso papel. A soberba do treinador Felipão e do comando da Seleção em não colocar sua equipe na defensiva, contra os poderosos alemães e, antes, de não convocar alguns jogadores mais experientes para equilibrar o time, foi um dos motivos da tragédia do Mineirão. Mais dois séculos se passarão e a vergonhosa derrota desta terça não será esquecida. Pobre do povo brasileiro, sonhador e fanático, que ainda esperava sermos campeões na nossa terra. Pela segunda vez, fracassamos. E agora, ainda, com esse vexame!
COMO EXPLICAR?
Notícia ruim e decisões inacreditáveis são comuns nesta terra. Mais uma delas repetiu-se, em Porto Velho e em outras regiões de Rondônia. A pedido do Ministério Público do Trabalho, centenas de pessoas ficaram sem um emprego e a renda extra que tinham. Na República Sindicalista e no país onde parte dos poderes é perita em tratar as empresas ou quem dá emprego como se fosse criminoso, há alguns que não podem trabalhar. Flanelinha pode. Vendedor de CDs e DVDs piratas pode. Viver da esmola do Bolsa Família, também pode. Mas trabalhar numa iniciativa de sucesso, que inclusive dá apoio à APAE e proporciona renda extra a centenas de pessoas, ah!, daí não pode. É crime!
QUAIS OS DANOS?
Essa gente toda não pode mais vender cartões do Rondocap, um sistema de sorteio que premiou dezenas de pessoas e que, mais que isso, dava emprego temporário a inúmeros colaboradores. A alegação principal foi de que os locais de venda não tinham boas condições. Seria cômico, não fosse trágico. Que dano alguma das pessoas que trabalhavam nos horários que queriam, nos dias que queriam e nos locais que queriam teve, durante o longo processo onde recebiam comissão pelo que vendiam?
LEIS RETRÓGRADAS
A resposta para essa pergunta (e para muitas outras) é óbvia. O importante não é se preocupar com a sobrevivência das pessoas e o fruto do seu trabalho; é fazer valer leis arcaicas, ignoradas na maioria dos países desenvolvidos e onde a Justiça do Trabalho sequer existe. É manter as empresas reféns de leis absurdas, que empacam o crescimento e que causam não só o desemprego, como a falta de emprego. Viver do Bolsa Família, como esmola, aí pode! Fazer um bico, receber uns trocados pelo que produziu, colocar um dinheiro a mais na renda familiar, de jeito nenhum! Aí já é demais, para a retrógrada legislação trabalhista brasileira. Lamentável!
SEGURANDO A VAGA
Valter Silvano, ex presidente do Iperon, foi lançado como candidato ao Senado pelo DEM. Mas não vai concorrer a nada. Ele está, na verdade, guardando espaço para uma possível mudança no quadro, que possibilitaria que o ex governador, ex senador e ex prefeito de Ji Paraná, José Bianco, entrasse na disputa. Bianco é, por enquanto, candidato a deputado federal. Mas como há nomes na corrida ao Senado ainda com dificuldades para ter o registro, como o de Moreira Mendes, Bianco estaria pronto para entrar na corrida.
QUATRO POR UMA VAGA
Se Bianco entrasse, disputaria a única vaga de Rondônia disponível nesta eleição com Acir Gurgacz, que tenta a reeleição; Ivone Cassol e Aluizio Vidal, do PSOL. Mas Bianco só entra se Moreira Mendes realmente não puder concorrer. Se o quadro continuar o mesmo de hoje, por exemplo, ele se manterá na disputa, mas apenas para a Câmara Federal. Caso dê certo o projeto do grupo que envolve o PSDB, o DEM e outros aliados, Valter Silvano abre mão e Bianco entra correndo na briga pelo Senado.
SEM TRANSPORTE?
Depois de transportarem mais de 8 milhões de passageiros de graça (apenas uma parte de estudantes, pagou meia tarifa), as empresas de ônibus da Capital, há 40 meses sem reajuste de tarifa, começam a enfrentar mais um grave problema. O Sindicato dos motoristas e cobrados anuncia uma greve geral, exigindo aumento salarial e outras vantagens. As empresas dizem que já estão trabalhando no vermelho. E a Prefeitura da Capital continua tratando as empresas como inimigas. Porto Velho corre o risco de ficar sem transporte coletivo.
ANTIDEMOCRACIA
É tanta restrição aos candidatos, impostas pela lei eleitoral, que quanto menos o sujeito aparecer e menos ele for conhecido do eleitor, menos chance tem de ser multado ou até ter seu registro de candidatura cassado. É a antidemocracia. A própria lei impede que o eleitor acompanhe os candidatos, a não ser em propagandas pífias e no famigerado horário eleitoral, que só ajuda alguns, mas não dá paridade alguma a todos. Quem faz as leis, é claro, só pensa em si mesmo. Está no poder e não quer sair dele. Os outros que se virem! Democracia? Onde?
LEI PARA QUEM NÃO PRESTA
A impunidade, patrocinada por leis que parece, só protegem mesmo quem não presta, teve novo exemplo na Capital. Na já famigerada Calçada da Fama, esquina da avenida Presidente Dutra com rua Pinheiro Machado, PMs foram atacados por bêbados, marginais e malandros, que enchiam a cara de cachaça e não queriam que os policiais acabassem com a baderna. Jogaram de tudo nos PMs e pelo menos dois deles ficaram feridos. Uma vergonha. Só um foi preso. Os outros participantes da baderna e agressões, continuam livres, gozando da cara da polícia.
JÁ COMEÇOU!
A campanha ainda nem começou de fato (só vai mesmo esquentar depois da Copa), mas a sacanagem já precedeu a disputa com lisura e respeito, que era o que se deveria assistir. Nem sequer as coligações tinham sido registradas no TRE e ataques violentos contra esse ou aquele candidato pululavam nas redes sociais. A coluna volta a alertar: a baixaria total, geral, irrestrita, vai dominar a campanha política. Ao invés de evoluir, nossa política cresce como rabo cavalo: para baixo. Lamentável!
P E R G U N T I N H A
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