Quinta-feira, 3 de julho de 2014 - 08h12
AS DUAS DÉCADAS DE UM PLANO
ECONÔMICO QUE SALVOU O BRASIL
A data passou quase em branco. Como não foi uma realização petista e nem do presidente Lula (para quem a história do país só começou a partir do momento em que ele assumiu o comando), os 20 anos do Real, que acabou com uma inflação doentia que havia no Brasil, fortaleceu nossa moeda e reequilibrou a economia, não mereceria tanta festa assim. Há uma geração inteira de brasileiros que não sabe o que é viver num regime de inflação absurda, em que o dinheiro perdia seu valor a cada hora. Em que a ciranda do mercado financeiro era uma coisa tão doida que empresário que não colocasse seu dinheiro a juros diários, teria que fechar suas portas em questão de semanas, dias até. O Real foi criado no governo do então presidente Itamar Franco, na primeira metade da década de 90. Houve a quase hiperinflação com Sarney e os planos econômicos do presidente Collor de Mello tinham fracassado. O então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, foi o responsável direto por cumprir a ordem do Presidente Itamar de criar um plano que ganhasse a guerra contra a inflação. Deu tão certo que FHC se elegeu e se reelegeu Presidente.
Depois de vários planos fracassados, de tentativas de cortar zeros da nossa moeda (caiam três zeros e, mesmo assim, nada funcionava), foi o Plano Real que resolveu, enfim, o problema da inflação. Prejudicou alguns setores da economia, como os exportadores, que perderam enormes fatias do mercado exterior, pela paridade do Real com o dólar. Mas, no geral, todas as medidas foram um sucesso. Até há bem pouco, funcionavam muito bem. Agora, o susto da inflação está voltando, porque o atual governo não a está conseguindo controlar. Mas que o Real salvou o Brasil da derrocada, há duas décadas, não se duvida. O perigo é daqui para a frente...Mas aí já é outra história!
MAU GOSTO
Só pode ser uma brincadeira de mau gosto, alguma pegadinha de um gozador: não há como levar a sério pesquisa feita pela Eletrobras Rondônia que afirma que quase 73% dos consumidores do Estado estão satisfeitos com os serviços prestados pela estatal. "Consumidores de energia elétrica de Rondônia estão satisfeitos com o serviço que recebem da Eletrobras Distribuição Rondônia. Esse é o principal resultado da Pesquisa de Satisfação do Consumidor Residencial, realizada pela Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), em 2014".
E O 0800?
Informa ainda, a pesquisa (com cara de gozação da cara ao contribuinte), que " o levantamento é feito desde 1999, com 70 perguntas utilizadas para calcular o Índice de Satisfação com a Qualidade Percebida (ISQP)". A Eletrobras Rondônia tem ainda a cara de pau de ir mais longe. E afirma: " Essa percepção do cliente retrata o reconhecimento dos esforços da Distribuidora, para aperfeiçoar seus serviços e melhor atender seus clientes com transparência e credibilidade". Por falar nisso, alguém aí já tentou ligar para o 0800 da Eletrobras?
DEFESA DO CONSUMIDOR
É incrível que, além de prestar um serviço muito ruim; de cobrar uma das contas de energia entre as mais caras do país e de todas as suas claras e públicas deficiências, a Eletrobras (é apenas a Ceron que mudou de nome), ainda venha prestar esta desinformação ao público. Órgãos de defesa do consumidor e seus representantes, como o jovem advogado Gabriel Tomasete, já se pronunciaram sobre o caso, exigindo que a estatal divulgue os dados da pesquisa, quando ela foi feita, como e, principalmente com quem. Ser uma empresa estatal deficiente e incompetente, a gente até aguenta. Mas ainda gozar da nossa cara com uma pesquisa com esse resultado impressionante, aí já é demais!!
SONHO DISTANTE
Trabalho não vai faltar à Justiça Eleitoral, no combate às ilegalidades da campanha que, oficialmente, sequer começou. Dezenas de denúncias já chegaram ao TRE. O eleitor pode ajudar a fazer a eleição ser menos suja (porque totalmente limpa é um sonho distante). O Ministério Público Eleitoral pode ser acionado pelo telefone 3216 0519. O já famoso 148, também a disposição da população. As primeiras denúncias são sobre cooptação de eleitores, compra de votos, promessas de vantagens, coisas que a gente já sabe muito bem. Elas se repetem em todas as eleições.
QUATRO A DOIS
Dos governadores rondonienses, eleitos depois da ditadura, só dois estarão totalmente fora da eleição: Jerônimo Santana e Osvaldo Piana Jerônimo por estar doente e sem condições físicas; Piana porque não quer nem ouvir mais falar em política. Valdir Raupp não concorre, mas é o presidente nacional do PMDB e estará em todo o país, fazendo campanha. José Bianco disputa uma cadeira à Câmara. Ivo Cassol não disputa, mas vai participar ativamente do pleito. E Confúcio Moura vai à reeleição. Quatro dos seis estão firmes, na ativa...
QUARTETO DA CAPITAL
Quatro dos principais candidatos à Prefeitura de Porto Velho na última eleição, estão de volta, atrás dos votos. O segundo colocado na disputa, Lindomar Garçon, disputará de novo uma cadeira à Câmara Federal. Mariana Carvalho, um dos destaques da disputa, também quer chegar ao Congresso. Já o empresário Mário Português, que se transformou numa grande surpresa positiva na disputa de 2012, quer uma vaga na Assembleia. Outro nome que foi bem na corrida pela Prefeitura, o pastor Aluizio Vidal, vai ao Senado.
RISCO PARA O ARRAIAL
Arraial Flor do Maracujá pode não sair, a partir de 22 de agosto, porque tem verba só da Prefeitura, nada do Governo. Sem a grana do Estado, os grupos não querem fazer a festa. Até ontem, o quadro era esse. Se não houver acordo, Rondônia corre o risco de ficar sem mais uma das suas mais tradicionais festas. O Flor de Maracujá levou o nome do nosso Estado para mais de 130 países, quando foi transmitido ao vivo pela Record News nacional e internacional. Ficaremos sem a grandiosa festa?
BAGUNÇOU GERAL
A bagunça em que se transformou Cacoal, quando o vice prefeito interino, Acelino Marcon, demitiu toda a equipe do titular Padre Franco, é mais uma daquelas cenas tristes da política brasileira. Realmente é uma sucessão de incompetências, que deslustram qualquer tentativa de se levar a política a sério. Padre Franco viajou, seu vice assumiu e brigou com os assessores. Colocou todos na rua. O titular voltou correndo da viagem e readmitiu a turma toda. Muita besteira e perda de tempo, numa cidade onde a administração está devendo muito à comunidade.
P E R G U N T I N H A
Afinal de contas, quando saberemos, com toda a segurança,
quem realmente será candidato e quem não será,
para a eleição de outubro próximo?
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