AS AÇÕES JUDICIAIS E O RODÍZIO DE
SECRETÁRIOS NO COMANDO DA SAÚDE
A cena é fictícia, exagerada, claro, mas ajuda a entender a situação. O governador do Estado pensa num nome para titular da Secretaria da Saúde. Minutos depois, o indicado, em sua casa, recebe uma intimação judicial, dando prazo de 24 horas para que atenda determinada demanda, sob pena de ser processado ou preso. Invenção, mas serve para ilustrar um dos principais motivos pelos quais, em menos de um ano, quatro titulares da Sesau ocuparam o posto. O primeiro deles, Alexandre Muller, chegou a receber 40 intimações judiciais num só dia. Só isso? Não. Quando a Justiça determina a solução para algum problema na área da saúde e dá prazo curtíssimo para seu cumprimento, o secretário tem que agir, para não responder criminalmente. Por exemplo: uma cirurgia ortopédica, que um Juiz mandou fazer em determinado paciente, com urgência. O titular da Sesau contata um hospital particular e autoriza a cirurgia. Tudo emergencial. A cirurgia é feita e o hospital que foi contratado cobra quanto quiser. A Sesau tem que pagar. Entra então em campo o Ministério Público, que denuncia o secretário por superfaturamento ou por não ter cumprido as exigências da contratação dos serviços.
Claro que a crise na saúde é muito mais profunda, porque envolve ainda sacanagem, roubalheira, incompetência e desleixo. Tudo isso é verdade. Mas há também um pacotaço de leis, algumas frontalmente contra outras, que colocam o servidor público, mesmo que eventual, como um secretário de Estado, sob fogo cruzado. O último titular da Secretaria da Saúde, o jovem delegado Ricardo Rodrigues, esforçado e competente, pediu demissão na semana passada exatamente por isso. Já tinha contra si várias ações judiciais e todos os dias chegavam outras. Gilvan Ramos Almeida recém assumiu, mas também, desde o primeiro momento, enfrenta a mesma dificuldade. Quanto tempo suportará a pressão de ser responsabilizado pessoalmente pela péssima estrutura da saúde pública aqui (que, aliás, é péssima em todo o país), ninguém sabe.
DEPOIS DO CARNAVAL
Passado o carnaval, começa, com mais força a corrida pelas Prefeituras. Em Porto Velho, nomes que ainda recém estão lançados como pré-candidatos, já entram em pesquisas pré-eleitorais e com chances., Um dos casos é o do ex-vice governador e ex-deputado federal Miguel de Souza. Ele e o seu PR buscam alianças e o candidato, que é considerado de qualidade, anda comemorando a possibilidade concreta de chegar à reta final na corrida pela sucessão de Roberto Sobrinho.
NADA CERTO, AINDA...
O PMDB ainda não se definiu. Aliás, a única certeza é de que o renomado advogado e presidente regional do partido, Orestes Muniz, não entra na disputa. O nome do secretário Abelardo Castro Neto é o que tem a preferência do diretório municipal, mas o ex-vereador e ex-deputado David C hiquilito continua no páreo. Em meados de março, os peemedebistas batem o martelo, decidindo enfim quem será seu nome na Capital.
UM DOS DOIS
No PP, comandado pelo senador Ivo Cassol no Estado, o médico Amado Rahhal e o empresário Ivan Rocha dividem as atenções. OP doutor Amado, há anos na vida pública e muito respeitado, teria mais densidade eleitoral que Ivan, que agora não é mais da Saga. Mas o empresário tem em a seu favor o fato de ser um nome limpo, um homem de sucesso nos negócios e que tem fama de ser criativo e bom administrador. Um dos dois vai para a batalha.
VERDES E SOCIALISTAS
PV e PSDB já estão definidos. Nos verdes, o ex-prefeito de Candeias e ex-deputado federal (eleito e reeleito nos dois cargos), Lindomar Garçon, já está definido. Só é chamado de pré-candidato ainda, para respeitar a legislação eleitoral. O mesmo acontece com Mauro Nazif, do PSB. Os dois, que têm ponteado as pesquisas não oficiais, mas também as já autorizadas pelo TRE, são nomes certos na corrida à sucessão de Sobrinho.
PRÁ QUE LADO IR?
Entre os partidos considerados maiores, PSDB e PDT continuam em cima do muro, embora esse seja o mote dos tucanos. Diretório regional e o municipal ainda não definiram como andarão, no ninho do partido de FHC, mas ouve-se que, se o PSDB tiver candidato, será uma mulher: a vereadora MarianaCarvalho. Já o PDT fala muito em Dalton do Franco, mas, como já fez isso em eleições passadas e na Hora H caiu fora, não se sabe ainda o que os pedetistas farão, em outubro.
SONHOS E VENTO
Mário Sérgio, o atual titular da Emdur, já foi lançado como pré-candidato por um grupo de partidos nanicos. Não se sabe ainda se o caso é para se levar a sério ou apenas uma forma dos pequenos firmar alianças com os maiores, negociando o futuro, como sempre têm feito. É questão de sobrevivência. Se não estiverem próximos ao poder, se não conseguirem cargos e missões, os pequenos partidos tendem a sumir. Ninguém vive só de sonhos e vento.
SEM PIZZARIA
Não há ainda informação oficial, mas é provável que já na próxima quinta-feira, comece os trabalhos da Comissão Processante contra os envolvidos na Operação Termópilas, na Assembleia Legislativa. A tendência é que haja a cassação do mandato de Valter Araújo e que sejam aliviadas as penalidades contra os outros envolvidos. O que se pode dizer, com certeza, é que dessa vez, as coisas não vão acabar em pizza.
PERGUNTINHA
Quando será mesmo o próximo feriadão, já que o país inteiro está supercansado depois de uma semana de carnaval?
Segunda-feira, 25 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)