Segunda-feira, 22 de agosto de 2016 - 19h17
ERA LEITURA OBRIGATÓRIA.
AGORA, PROCURA CABELO EM OVO!
A Veja, por décadas, foi um referencial na imprensa brasileira e mundial. Lemos em suas páginas, todas as semanas, as podridões dos governos que se sucederam. Os presidentes, desde o regime militar (época em que a revista surgiu), sempre sofreram nas mãos dela. Muitos dos seus jornalistas foram perseguidos. Depois da abertura, Veja se tornou leitura obrigatória, para quem quisesse saber o que estava acontecendo nos porões do poder e no seu entorno. Ela foi vital na queda de Fernando Collor de Mello; pressionou Itamar Franco; foi uma pedra no sapato de FHC. Veja saudou a chegada do primeiro mandato de Lula, como o ápice da volta da democracia ao país. Daí em diante, a cada denúncia da revista (e o PT a tinha usado como exemplo do jornalismo decente neste país), mais o governo se revoltava com a Veja. Denúncias só contra os outros! A guerra se tornou dura, duríssima, sem trégua. O PT saiu perdendo, mas não para a Veja e sim para o povo brasileiro, porque a revista, que já foi a maior referência da imprensa nacional, tomou posições que, agora, mancham sua história e sua reputação.
Há vários exemplos disso, mas um dos piores está estampado na edição dessa semana, onde ela acha cabelo em ovo, tentando enrolar o ministro do Supremo, Dias Tóffoli, com ilações até infantis, num projeto de delação premiada do empreiteiro da OAS, Léo Pinheiro. Toffoli tem ojeriza de parte da opinião pública, por ser petista, cria do petismo e indicação do PT para o STF. Se isso é uma culpa, ele a tem. Mas daí a dizer que o ministro cometeu algum crime, apenas por ter conversado com um empresário e pedido apoio para resolver problemas na sua casa, um serviço que foi feito e que ele pagou cada centavo, aí é demais! Veja exagerou. Deveria ter a grandeza de pedir desculpas aos seus leitores e ao ministro. Não vai fazê-lo, mas na medida em que continuar perdendo o respeito que levou décadas para conquistar, certamente se arrependerá. Poderá ser, então, tarde demais!
AINDA ESTÁ GELADA
O que fazer para esquentar a campanha política, tanto em Rondônia como no país? Com exceções, é claro, na grande maioria das cidades a população está alheia à mais importante disputa, aquela que vai influenciar diretamente sua vida e que decidirá o futuro da sua rua, do seu bairro, da sua comunidade. Em Porto Velho, mesmo com sete candidatos correndo atrás do eleitor desde o início do mês, parece que não há campanha. As mobilizações têm sido apenas partidárias, via militância, mas a participação do povo é pífia. No dia 26, sexta, começa a campanha eleitoral no rádio e TV. Pode ser que então as coisas esquentem um pouco. Porque até agora, está pouco mais que gelada.
PAPO PROFUNDO
O governo do Estado atendeu as reivindicações dos presos, que se amotinaram no presídio de Ariquemes e o movimento foi encerrado. Mais uma vez, os criminosos venceram. Dentro das cadeias, mandam eles e ponto final, aqui e em todo o país. Duas cenas merecem destaque, em mais um evento desse tipo, que ocorre normalmente nas cadeias Brasil afora. Uma delas foi um vídeo, que mostra presos rebelados torturando um companheiro de cela, para mostrar a violência a que estavam dispostos. Outra, foi uma foto, que circula nas redes sociais, de um inusitado e longo bate papo entre a representante da Comissão dos Direitos Humanos com o advogado do PCC. O que será que a dupla teria a debater, durante uma rebelião num presídio? Perguntar não ofende, é claro!
SÓ UM LADO
O que se estranha é que nunca se viu essa senhora ou qualquer outra pessoa que represente os direitos humanos, junto à famílias de vítimas dos crimes brutais que ocorrem no Estado. Não há foto dela, pelo menos, numa ação como essa. Nem dela e nem de nenhum outro membro da tal Comissão, que, infelizmente, parece existir apenas para tratar dos direitos humanos dos bandidos. É uma coisa lamentável, que diminui, perante a opinião pública, a importante função de defesa dos direitos de quem quer que seja. Ora, se os criminosos têm direitos humanos, porque não os teria as suas vítimas? Tomara que, no futuro, os membros desse grupo tão importante reflitam sobre isso e mudem suas estratégias.
COMEÇA A PORTOAGRO
O potencial do agronegócio da região da Capital e áreas vizinhas, poderá ser visto na segunda edição da Portoagro, que começa nessa quarta e vai até o domingo, no Parque dos Tanques. Dezenas de empresas vão participar do evento, que terá também 250 milhões de reais disponíveis para financiamentos na compra de equipamentos e implementos, além de uma previsão de 20 milhões de reais em negócios diretos. Há, ainda, a perspectivas de uma visitação acima das 60 mil pessoas, com entrada gratuita. Porto Velho tem hoje o maior rebanho bovino do Estado e seu agronegócio é o melhor sucedido entre todas as Capitais da região norte. Portanto, a Portoagro tende a ser grande sucesso, novamente.
DEVEMOS COMEMORAR
Depois da Olimpíada, podermos até começar a levantar a sujeirada, o superfaturamento, a roubalheira. Mas, antes, temos que tirar o chapéu pelo que fizemos, ao recepcionar milhares de atletas, além dos 25 mil jornalistas internacionais e promover um evento mundial quase perfeito. Claro que houve exceções e más notícias, como o assassinato de um policial da Força Nacional, mas no geral, fomos muito bem. As cerimônias de abertura e encerramento foram espetáculos elogiados pelo mundo. Devemos nos orgulhar. Sem esquecer as mazelas, ao menos devemos comemorar o que fizemos de bom. E foi bom mesmo.
GARIMPO NA ALE
Previsão de Assembleia lotada nessa terça. É que estará em debate questões relacionadas com possíveis mudanças na legislação que proíbe o garimpo de ouro no rio Madeira, na área urbana da Capital. Os garimpeiros vão fazer grande pressão e até poderão conquistar algum avanço. Mas é sempre bom lembrar que a questão de riquezas minerais, como o garimpo, é gerida por leis da União e as do Estado apenas as complementam. É um problema grave, que por enquanto não tem solução à vista. Contudo, o debate do assunto é importante e, mais uma vez, o parlamento rondoniense serve de tambor para uma discussão sobre tema que interessa a todos. Quem puder, que vá assistir a sessão e participar dos debates.
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