Terça-feira, 20 de dezembro de 2016 - 05h04
CONFÚCIO ANTEVIU E TINHA RAZÃO:
OS FICHA LIMPA CAEM FORA!
O governador Confúcio Moura vaticinou, há muito tempo e tem repetido o mesmo tema em outras conversas: do jeito que as coisas estão, em breve ninguém mais vai querer assumir um cargo público. A situação, que há poucos anos atrás pareceria uma piada, começa já agora a tornar-se realidade. Que o digam o prefeito eleito de Porto Velho, Hildon Chaves e centenas de prefeitos que vão assumir daqui a poucos dias, em municípios espalhados pelo Brasil inteiro. Quem é ficha limpa, está fugindo de cargos públicos – ainda mais se tiver o poder de ordenador de despesa. Hildon está ainda tentando montar uma equipe de qualidade, mas ouviu alguns “nãos”, porque há um temor de que, por inexperiência ou por qualquer outro motivo que não seja o de roubar o dinheiro público, uma pessoa que tenha uma história ilibada, ao entrar para a vida pública possa transformar seus dias, de sua família e de seus amigos, num verdadeiro inferno. Hoje, do jeito que as coisas estão, o acusado tem que provar sua inocência e não o acusador que tem que provar que ele é culpado. Além disso, por liberalidade de muitos juízes, usa-se seguidamente a figura da “condução coercitiva”. Não dão chance do “convocado” ir por suas próprias pernas à Polícia Federal. Tem é que expô-lo à execração pública, porque apenas essa condução já é uma condenação. E depois, caso não haja nada contra ele, que trate o conduzido de passar o resto da vida tentando explicar que é inocente.
O conjunto de leis contraditórias, as sentenças de várias instâncias, o poder acusatório de qualquer autoridade e a falta de senso de respeito aos direitos do suspeito, só valem para bandidos e assassinos, gente do crime organizado e do submundo. Político, inclusive os honestos – e os há sim – precisam viver todos os momentos do dia provando que não estão na vala comum da roubalheira. Em Porto Velho e em outras cidades de Rondônia e do Brasil, há gente decente, que poderia oxigenar a política, querendo distância dela. Porque nunca se sabe quando será acusado e nunca se sabe se não será exposto como bandido, antes mesmo que se prove algo contra ele. Pronto, falei!
A INDIGNAÇÃO DE CASSOL
Indignado! Foi assim que o senador Ivo Cassol comentou, nas redes sociais, em gravação, as novas denuncias do Ministério Público Federal contra ele, agora na época em que governou o Estado. Basicamente, as denúncias são as mesmas feitas quando ele era prefeito de Rolim de Moura. Que Cassol teria beneficiado familiares em concorrências públicas. Ele explica que as empresas de pessoas ligadas à sua família participaram das licitações, apoiados em decisões judiciais. O MPF tinha proibido tais empresas de fazerem obras no Estado. Elas recorreram à Justiça e tiveram ganho de causa, Qual a ilegalidade disso, questiona Cassol? Ele se disse perseguido e lamentou que, no momento em que defende projeto que pune o abuso de autoridade, esteja novamente sendo alvo de denúncias. O pronunciamento na íntegra está na página de Cassol, no facebook, replicada por vários amigos, simpatizantes e eleitores.
CUMPRINDO PENA
As grades voltaram! Em vários bairros da Capital, médios e pequenos comerciantes não acreditam na segurança pública. Como há alguns anos, voltaram a gradear suas portas e janelas, atendendo só dentro da segurança de suas casas. As cenas são aquelas que chocam sempre: a bandidagem solta pelas ruas, alguns deles presos e liberados pela Justiça uma dezena de vezes– quando não duas – e os pobres coitados, que tentam sobreviver honestamente, trancafiados, como se estivessem cumprindo pena. A violência só piora. Ainda não é Aleppo, aquela cidade síria destruída na guerra civil e pelo Estado Islâmico, mas estamos caminhando céleres para lá. O que surpreende é que, ao invés de melhorarem a luta contra o crime, várias decisões dão aos bandidos cada vez mais poder. Como a do STF, que considerou que o crime de desacato à autoridade não é crime. Só no Brasil mesmo! A sorte dos bandidos é que eles não são políticos. Se fossem, já estariam atrás das grades. E não os pobres comerciantes.
ATÉ QUE ENFIM!
Toda a obra projetada passa por um processo burocrático tão inacreditável que parece que ela é anunciada justamente para nunca ser concluída. O caso da nova Rodoviária de Porto Velho é sintomático,. Tantos obstáculos, tantas exigências, tanto rolo, que até hoje o projeto não saiu do papel. Agora, contudo, o Governo do Estado parece estar disposto a enfrentar o inferno burocrático e tocar em frente a tão sonhada obra. A primeira vitória já aconteceu. Antes sequer de colocar a pedra fundamental no novo prédio, o governo tratou de conseguir a licença ambiental. Ela é um dos grandes problemas enfrentados em todo o país, onde todo o mundo manda e nada funciona. Falta agora a licença do impacto ambiental e mais umas 300 licenças. Depois de tudo cumprido, quem sabe, finalmente, teremos uma rodoviária decente? A esperança existe, apesar da gente saber que muita gente tentará de tudo para impedir que ela se torne realidade. Veja-se o exemplo do Espaço Alternativo...
ENGORDANDO A BURRICE
Além da crise, os comerciantes do centro comercial de Porto Velho tiveram o azar de um domingo chuvoso, que afastou o público da Sete de Setembro. Embora tenha melhorado bastante à tarde, quando a chuva diminuiu, a participação do público foi um pouco menor do que o esperado. Já nos outros dois centros comerciais – zona sul e leste – onde o evento pré natalino foi realizado, o sucesso foi grande. Mas no centro da cidade, as coisas não andam bem. Além da queda nas vendas, causada pela grave crise econômica e da chuva do domingo, os lojistas ainda enfrentam outro grave problema. É quase uma loteria, para o consumidor, conseguir um lugar para estacionar, quando tenta fazer suas compras. Aliás, alguns lojistas e seus funcionários estacionam seus carros e motos na frente das lojas, impedindo o acesso dos clientes. É um tiro no pé, incentivando e engordado pela burrice!
PARECE BRINCADEIRA
Tem eleição em Rondônia, no dia 12 de março de 2017, ou seja, daqui a pouco mais de dois meses e meio. Será em Guajará Mirim, que escolherá um novo prefeito. O eleito em novembro, Antônio Bento, do PMDB, não poderá assumir, segundo decisão do TSE, baseada na Lei da Ficha Limpa. Ele está inelegível até 2022. Todo o processo eleitoral em Guajará começa do zero. Todos os partidos poderão lançar candidatos e a campanha será curta: começa em abril e conclui em março. Uma questão simples: ora, se o cara não podia assumir a Prefeitura, como foi que permitiram essa gastança toda numa campanha, para depois não ter que anular tudo? Será que alguém não deveria ser responsabilizado? Claro que não. Aqui é o Brasil. Não é um país sério...
PERGUNTINHA
Não está na hora do país começar a debater, com maior profundidade, para que servem a Justiça do Trabalho e a Justiça Eleitoral, com seus custos imensos?
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