Sábado, 11 de agosto de 2018 - 19h13
DEBATE DA BAND ASSUSTA E DEIXA BRASILEIRO
MAIS DESESPERANÇADO COM O FUTURO DO NOSSO PAÍS
Mesmo com a cabeça fria, mesmo depois de passadas muitas horas do primeiro debate entre alguns dos principais Presidenciáveis (a notícia ruim é que tem ainda alguns outros), não há como se lamentar o que se viu e ouviu no encontro da Band. Milhões de brasileiros, ávidos por encontrarem alguma luz, alguma perspectiva, alguma esperança, acabaram dormindo com o gosto ruim na boca de terem assistido a um festival de mesmices, de bobagens, de superficialidades. O conhecido radialista Beni Andrade, um dos nomes mais respeitados da mídia rondoniense, com seu tirocínio inteligente, sintetizou o que se viu: “foi a transmissão de um jogo de xadrez”. Emoção zero. O jornal humorístico Sensacionalista disse que o debate provou que além de esquerda, direita e centro, existe agora outra frente política: a do hospício. Choca a todos as mesmices. Como a de um representante do pássaro emplumado, que diz exatamente o mesmo que dizia há dez anos; há oito anos; há dois anos, como se o eleitor fosse débil mental e não soubesse que as promessas vazias são as sempre as mesmas. Esquecem, ele e os demais, que o cidadão comum está desesperado por alguém que surja com ideias novas e viáveis para tirar nosso país do atoleiro que, aliás, muitos deles e seus aliados ajudaram a nos enterrar. Rimos um pouco de um tresloucado cabo dos Bombeiros, que se tornou líder de greves e só por isso ficou conhecido. Se tivesse se apresentado com uma camisa de força, que, aliás, nós eleitores acabaremos usando, por causa deles, não estaria fora do contexto. Temos um que fala bem, mas esticou tanto o rosto com Botox que suas ideias ficaram em segundo plano, na visão sempre bem humorada do brasileiro. Um invasor de prédios, que cobra aluguel de pobres desesperados se apresenta como um nome decente e “sem rabo preso”, como se sua aliança com a extrema esquerda não o mantivesse acorrentado.
Tem mais: um representante dos bancos, que aparece como milagreiro da economia, enquanto o país se enterra cada vez mais e um irônico, fazendo de tudo para controlar seu temperamento explosivo e prometendo bobagens, como tirar os devedores do SPC. Tem a única mulher, coitada, que não diz coisa com coisa. E tem um doidão da extrema direita, mas falando a voz do povão e se dizendo o único que pode salvar a Pátria, desde, é claro, todos pensem como ele.
O Brasil vive dias de medo, desesperança, descrédito, sustos, falta de perspectiva. Uma eleição Presidencial poderia mudar todo esse quadro negativo e nos encher de esperança. Mas, com o que temos visto até agora, talvez consigamos atingir um nível inacreditável de incompetência, somada com azar e terror, batendo todos os recordes de desespero, na medida em que podemos acabar elegendo, no meio de tantas excrescências, alguém parecido com Dilma, Lula e Michel Temer. O eleito não seria pior, porque isso é impossível. Mas depois do debate da Band, sem dúvida o país ficou ainda mais assustado!
MDB SE UNE PARA A BATALHA
Na politica local, os candidatos ao Governo começam os preparativos para se lançarem à campanha pública, a partir desta próxima quinta, dia 16. Outros já estão gravando os programas eleitorais para o horário gratuito, que abre apenas a partir de 31 de agosto, uma sexta-feira. O maior encontro dos últimos dias aconteceu no MDB, quando o candidato ao governo, Maurão de Carvalho, se reuniu com os pretendentes ao Senado, Confúcio Moura e Valdir Raupp, unindo todas as equipes de comando, para proporem uma campanha única e com voz também uníssona. Parece que depois de um grande risco de racha, os emedebistas vão mesmo se unir, na busca de eleger seus principais representantes. O candidato a vice de Maurão, Wagner Garcia, também participou e teve voz ativa. Depois do encontro, todos os participantes destacaram a intenção de estarem juntos nos palanques, todos apoiando todos e em busca do objetivo final. O MDB, ao menos ao que parece, depois da controvertida convenção, voltou a falar a mesma linguagem. Vamos ver se isso vai se concretizar mesmo durante a campanha.
TUCANOS E ALIADOS TAMBÉM SE MEXEM
Já no lado tucano, Expedito Júnior e Mauricio Carvalho, candidato a governador e vice, numa chapa pura de pesos pesados da política rondoniense, também começam a se mexer. Reuniram-se nesta sexta, pela primeira vez desde a também complexa convenção do último domingo, para começarem a tratar de uma campanha com voz única e com focos claros: não só eleger Marcos Rogério (DEM) e o vereador Pastor Edesio (PRB) para o Senado, mas também fazer pelo menos três deputados federais. A aliança tem pelo menos quatro entre os nomes, para a Câmara Federal, com maiores chances de chegar lá. Mariana Carvalho (PSDB) foi uma das campeãs de votos da eleição passada. Expedito Neto (PSD), também busca a reeleição e vai ser figura importante na campanha do seu pai, Expedito, ao Governo. Lindomar Garçon é também um dos que têm chances reais de chegar lá, pelo que realizou no seu mandato atual, em benefício do Estado. Lucas Follador vem da região de Ariquemes, com o aval de ser vice prefeito da sua cidade e filho do deputado estadual mais votado, Adelino Follador, que também candidata-se à reeleição. Enfim, a turma tucana e aliada vêm com tudo.
ACIR CONVERSA COM ALIADOS
Não há também qualquer problema na coligação capitaneada por Acir Gurgacz. Ao lado de Neodi Carlos, seu candidato a vice, Acir anda realizando reuniões por todo o Estado e destaca que o que tem visto e ouvido, o entusiasma cada vez mais. Nessa semana, ele realizou reuniões com os partidos aliados, começando pelo PSB (que tem entre suas principais lideranças o governador Daniel Pereira, que não é candidato, mas apoia a aliança do PDT com seu partido). Na pauta, os preparativos para o lançamento da campanha na rua, a partir do dia 16; o entusiasmo da união de todos em torno dos objetivos políticos do grupo e, ainda, ações efetivas em todas as regiões do Estado, que possam representar avanços na preferência do eleitorado rondoniense, pelas candidaturas apresentadas pela coligação. Por enquanto, aliás, não passam de boatos e fakes, informações de que o candidato a vice, Neodi Carlos, estaria inelegível por ter participado de programas de rádio depois do prazo legal. A coligação desmente com veemência e afirma que ele apenas participou como entrevistado, o que é completamente legal.
VINICIUS E OS OUTROS CINCO
Em relação as demais candidaturas ao Governo, pode-se destacar a atuação de Vinicius Miguel, o jovem candidato da Rede, que tem frequentado programas de rádio e TV, para falar sobre seus projetos. Sem dinheiro como os grandes partidos e os principais candidatos; sem uma estrutura partidária sólida, Vinicius tem, contudo, conquistado importantes espaços. É um nome novo na política, ficha limpíssima, representante de uma família tradicional do Estado e que fala com clareza sobre como pretende governar e melhorar Rondônia. Olho nesse rapaz, portanto! E os outros cinco? Pimenta de Rondônia, do PSOL, ainda organiza seus primeiros passos. É a segunda vez que disputa o Governo. Com a esquerda cada vez mais em queda, ele está no jogo apenas para participar. Marcos Rocha, que foi secretário de Confúcio Moura, tem como principal discurso ser o nome do PSL de Jair Bolsonaro, no Estado. Pedro Nazareno, do nanico PSTU, também participa apenas por participar. O mesmo se pode dizer do Coronel Charlon, do PRTB, embora ele também vá usar seu apoio a Bolsonaro como tema de campanha. O último nome vem do Partido das Mulheres, onde não existem mulheres: o “Comendador” Valclei Queiroz anunciou sua candidatura, mas até agora se sabe muito pouco sobre ela. Nove são os candidatos, três têm chances reais e um quarto pode surpreender. Afora eles, chance zero!
A VOLTA DE AMIR LANDO
De vez em quando a política surpreende e traz de volta alguém que dela estava distante há tempos. Recentemente, registrou-se a volta do queridíssimo Chagas Neto, que, infelizmente, faleceu antes da convenção que ia sacramentar seu nome na disputa à Assembleia. Volta também o competente ex prefeito de Porto velho, Carlinhos Camurça, longe das urnas e do poder há longo tempo. Há muitas outras voltas, mas, no final de semana se confirmou também que Amir Lando está retornando aos palcos políticos. Agora não como principal ator, como o foi, por exemplo, nos tempos do impeachment de Fernando Collor de Mello. Amir retorna agora como coadjuvante, na condição de candidato a primeira suplente de Carlos Magno, um dos nomes fortes na corrida por uma das duas vagas a que Rondônia tem direito. Amir Lando tornou-se uma celebridade da política nacional quando foi relator da CPI que investigou escândalos de corrupção, envolvendo o então presidente Fernando Collor e o tesoureiro de campanha Paulo Cézar Farias. Por causa disso, Collor foi cassado. Lando presidiu ainda a CPI do Mensalão, em 2005 e a CPI da Máfia das Ambulâncias, em 2006. Aos 74 anos, Amir Lando ainda tem seu nome respeitado na política estadual e nacional, por sua história. .
O MANDANTE ESTÁ PRESO!
O grande fato político-policial do final de semana, foi a prisão, na Bolívia, do empresário Katsumi Yuji Ikenohuchi. Primo do atual prefeito de Candeias do Jamari, Luiz Ikenohuchi, ele estava foragido desde o crime, acusado de ser o mandante do assassinato do então prefeito recém empossado, Chico Pernambuco. Katsumi sumiu quando começou a ser procurado pelas autoridades, já que testemunhas e depoimentos o colocavam como o responsável pela contratação dos matadores de Pernambuco. Os motivos seriam promessas de campanha e acordos não cumpridos, além de dívidas que não teriam sido pagas. Praticamente todos os demais envolvidos no crime, diretamente, já foram processados, julgados e condenados. Faltava só o chefe, aquele que planejou, contratou os matadores e autorizou a execução do crime. Agora, preso, ele começará a ser ouvido sobre todo o contexto da formação da quadrilha para executar um político, covardemente, quando ele chegava na sua casa, à noite. Surgirá alguma novidade, alguma informação ou alguma suspeita que ainda não havia sido detectada pela polícia ou, se detectada, não tinha como ser provada? Só a partir de agora, com os depoimentos de Katsumi Ikenohuchi é que se ficará sabendo.
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