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Sergio Pires

FEDERAIS: É A GUERRA PELO VOTO - Por Sérgio Pires


FEDERAIS: É A GUERRA PELO VOTO - Por Sérgio Pires - Gente de Opinião

FEDERAIS: É A GUERRA PELO VOTO AOS QUE VÂO À
REELEIÇÃO  E AOS QUE QUEREM TOMAR SUAS CADEIRAS


Na corrida pela Câmara Federal, os atuais deputados (pelo menos seis vão à reeleição), enfrentarão alguns nomes muito fortes, que querem tirá-los de suas cadeiras. Na Capital, já que Léo Moraes estaria repensando sua candidatura ao Congresso e se voltando para a Assembleia (embora também haja comentários nos bastidores que, na Hora H, ele pode ir ao Senado), um dos nomes considerados mais fortes é o do ex prefeito Mauro Nazif. Ele vem com o apoio de Daniel Pereira e todo o grupo governista, que querem fazê-lo o federal mais votado em Rondônia. Logicamente, todos precisam combinar com o eleitor, mas o desejo está posto! Pelo PT, está de volta o Padre Ton (agora ex Padre), vice prefeito de Alto Alegre de Parecis, a quem é creditada a possibilidade de uma grande votação. Da turma dos Cassol, vem com tudo Jaqueline Cassol, a presidente regional do PP, irmã do ex governador e senador Ivo Cassol, que está em todas as listas dos com chances reais de estarem entre os mais votados. De Ji-Paraná, chega a vereadora Silvia Cristina, do PDT, que, segundo se ouve, fará um caminhão de votos. Já Ariquemes tem Tiziu Jidalias, ex deputado estadual e bom de voto. Ou seja, Lúcio Mosquini, Lindomar Garçon, Marinha Raupp, Mariana Carvalho, Expedito Netto e Luiz Cláudio da Agrilcutura estão cercados de predadores. Marcos Rogério está fora, porque vai ao Senado. E Nilton Capixaba está condenado em segunda instância, portanto, deve ficar fora. Mas, se n á concorrer, lançará seu filho ou a esposa. E ambos também virão com a força que Capixaba tem no interior.

No meio do caminho, aparecerão muitos outros nomes, com alguma chance de chegar lá. Todos os partidos ainda estão analisando seus caminhos, procurando alternativas mais seguras, negociando até com antigos adversários, porque a eleição de deputados federais é vital para todos. Primeiro, por causa do milionário Fundo Partidário. Quem eleger mais gente, ganha mais grana. Depois, principalmente por causa dos nanicos, a eleição tem que ter algum bom resultado, porque quem não eleger ninguém e não tiver ao menos 1,5 por cento dos votos, não sobrevive como partido, pois perde todo o apoio financeiro oficial. O eleitor fica jogado no meio de tantos interesses, sem entender como grupos que há pouco viviam vociferando contra seus inimigos políticos, tem que andar de mãos dadas para os mesmos palanques, e quiserem eleger alguém. Por isso, Ivo Cassol tem razão em criticar tantas alianças espúrias. Não seria mais lógico, como ele defendeu, que os mais votados tomassem posse e ponto final? Num país sério e onde o povo decidisse tudo com seu voto, isso seria possível. Mas não nos esqueçamos: estamos no Brasil, o país do jeitinho e da malandragem.



“NÃO TENHO TESÃO PARA SER CANDIDATO!”


“Eu tenho uma questão de ordem pessoal.  Não me sinto com tesão de ser candidato ao Governo. O que eu quero é concluir meu governo corretamente, deixar o nome do PSB em bom nível, de  forma que meus companheiros não se envergonhem do trabalho feito e de serem meus amigos”.  As palavras são do governador Daniel Pereira, num vídeo gravado para o site Mappingrondonia, recentemente. Daniel falou durante vários minutos, repetindo  que espera que Mauro Nazif seja o deputado federal mais votado de Rondônia e que seu partido eleja Jesualdo Pires senador. Não poupou também elogios ao  senador Acir Gurgacz, de quem disse que será cabo eleitoral. Mais adiante, Daniel confidenciou que nem Jesualdo e nem Nazif gostavam de Acir, mas que ele, Daniel, os aproximou e hoje, segundo ele, estão todos no mesmo barco. O Governador agradeceu a todos os que gostariam de vê-lo na disputa, mas repetiu; “não serei candidato!”.  Essas declarações foram feitas há mais ou menos duas semanas. Neste domingo pela manhã, quando acontecerá a convenção estadual do PSB, no Ellus Eventos (avenida Guaporé, em Porto Velho), a tendência é que Daniel Pereira reputa o mesmo discurso. Esperemos para ver...


MDB PODE FICAR SOZINHO?

O MDB, com sua crise interna, corre o risco de acabar solitário na corrida eleitoral deste ano. Pelo menos até agora. Sem parcerias, o partido iria para a disputa com Maurão de Carvalho, com chances reais de ganhar a eleição, mas sem alianças, já que os acordos até agora formados entre vários grupos políticos, não incluem o maior e mais forte partido político do Estado. A preocupação é tão grande que o deputado federal Lúcio Mosquini divulgou um vídeo nas redes sociais, pedindo que a situação seja revista; que Valdir Raupp e Confúcio Moura sejam ambos candidatos ao Senado e que o partido busque união e alianças, que possam fortalecê-lo na disputa. Não é só Mosquini que anda apreensivo. A verdade é que, pelo sistema eleitoral atual, uma sigla que caminhe sem aliados, pode acabar tendo prejuízos. A vantagem do MDB é os nomes que o compõem. Tanto Maurão quanto Raupp, quanto Confúcio, quanto Marinha Raupp e o próprio Lúcio Mosquini, são bons de voto. Não fosse isso, os emedebistas poderiam estar coçando a cabeça e buscando alternativas. Por enquanto, o partido continua dividido e vai para a convenção, a princípio, apenas com Valdir Raupp como concorrente ao Senado. Mas é política. E na política nada é definitivo. As coisas podem mudar de uma hora para outra...


VICES GOELA ABAIXO

As alianças devem acrescentar algumas excrescências ao processo político em Rondônia, mais do que até agora, quando os candidatos ao Governo começarem a anunciar seus vices. Principalmente nas principais candidaturas (Maurão de Carvalho, Expedito Júnior, Acir Gurgacz), a escolha será feita dentro das alianças que estão sendo formadas, embora o MDB ainda não tenha fechado com outros partidos ao menos com alguma expressão. É muito provável que os candidatos não escolherão  seus vices, mas os nomes lhe serão impostos. No atual sistema eleitoral brasileiro, as parcerias podem ser formadas a fórceps. Não tem sido o caso de Rondônia, ao menos nos últimos mandatos governamentais, mas muitas vezes Governador e seu vice são totalmente diferentes; têm origens e ideologias longe de parecidas e até propostas antagônicas. Duas duplas, nos anos 90 e depois, nos anos 2000, tiveram sérios problemas de relacionamento: Valdir Raupp, com seu vice, Aparício Carvalho e Ivo Cassol, no primeiro mandato, com sua vice, Odaísa Fernandes. A partir daí, as duplas deram certo, mas as circunstâncias eram também outras. Agora, com partidos, ideologias, maneiras de pensar e proceder totalmente diferentes, como se portará a dobradinha a ser eleita em novembro, com a possibilidade de  que sejam dois seres totalmente não alinhados?


O EXÉRCITO NAS FRONTEIRAS

Foram apenas seis dias. Mas nesse curto período, uma grande operação liderada pelo Exército, com participação de diferentes organismos, passou um pente fino nas fronteiras de Rondônia e Acre com a Bolívia. Para se ter ideia do que passa normalmente pelas amplas fronteiras abertas ao crime, nesse período foram apreendidos sete quilos de cocaína; quase 700 quilos de maconha; 750 metros cúbicos de madeira roubada ou extraída ilegalmente; foram apreendidas nove motos, sete caminhões, três tratores, várias armas de fogo, munições e diversos outros materiais, todos contrabandeados. Mais de 40 pessoas foram presas. A inspeção foi feita em mais de 2 mil motos; em 3 mil veículos leves; 100 ônibus e vans e 184 caminhões. Nada ficou sem ser revistado. Mais de mil militares participaram a ação, apoiados por veículos de vários tipos e embarcações. Os resultados representaram em apreensões e multas que podem ter chegado a mais de 2 milhões e 700 mil reais. É uma pena que ações como essa sejam realizadas eventualmente, já que no dia a dia, nossas fronteiras estão escancaradas ao crime e aos criminosos. Tão ela terminou, no sábado, dia 21, tudo voltou ao que era antes. Sem uma efetiva presença das Forças Armadas na fronteira, todos os dias, não tem como conter o tráfico de drogas e armas; a ida e vinda de veículos roubados e todas as ações do crime organizado.


A VOLTA DOS SHOWMÍCIOS?

PSB, PT e PSOL querem uma mudança urgente na legislação eleitoral. A que proíbe showmícios, mesmo quando os artistas não cobram cachê. Os três partidos, que têm a simpatia da maior parte dos grandes nomes do mundo das artes e da música, querem que a Justiça autorize a participação de apoiadores, que iriam aos comícios fazerem shows, mas sem qualquer cobrança. A atual legislação proíbe a realização de showmício e de qualquer evento assemelhado, de artistas para animar comícios e reuniões eleitorais, para promoção de candidatos, sejam as apresentações remuneradas ou não. A pretensão dos partidos de esquerda é que seja declarada a inconstitucionalidade parcial do dispositivo, retirando a proibição quando as apresentações forem gratuitas, sem cobrança de cachê. O assunto está nas mãos do ministro Luiz Fux, relator o processo. Os showmícios estão proibidos desde 2006, através de lei assinada por quem? Pelo então Presidente, o petista Luiz Inácio Lula da Silva. A partir daquele ato, showmícios, outdoors e distribuição de brindes ficaram proibidos nas campanhas eleitorais. Agora, são os partidos de esquerda, os que propuseram o projeto assinado por Lula há 12 anos, que querem nova mudança.


MARINALVA FORROZEIRA

José Augusto, Gilliard, Roy Caetano, Zezé de Camargo e Luciano, Cristian e Ralf, Leandro e Leonardo, Genival Lacerda, Nonato do Cavaquinho: esses são apenas alguns dos artistas que participaram, em Rondônia e especialmente em Porto Velho, de algumas das mais memoráveis campanhas eleitorais e dos seus showmícios milionários. Os locais onde esses eventos se realizavam, recebiam milhares de pessoas. E não eram só em shows com artistas nacionais que as multidões se amontoavam. Os grandes nomes regionais também enlouqueciam as plateias. Uma das artistas mais requisitadas, que fez enorme sucesso na época em que Jerônimo Santana foi candidato ao governo, era Marivalda Forrozeira, que levada a plateia ao delírio. Foi uma época de enorme gastança com a política, em que não havia controle, praticamente e quem podia mais, quem era mais rico, quem levantava mais grana, tinha muito mais chances para encantar o eleitorado. Os showmícios, os brindes com nome e número dos candidatos, os out doors que se apinhavam pelas cidades, os muros e paredes pintadas, as faixas nas ruas, tudo isso praticamente virou apenas páginas do passado. Agora, alguns partidos querem ressuscitar ao menos parte disso tudo. A Justiça topará?


PERGUNTINHA

Com toda essa confusão de partidos, de alianças, de líderes que um dia estão num lado e no outro, mudam para posição extremamente oposta, você, pobre eleitor, está entendendo claramente as coisas da política?

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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